domingo, 1 de maio de 2011

Intenções do Santo Padre para Maio de 2011

Intenção Geral










A importância dos meios de comunicação social

Para que todos aqueles que trabalham nos meios de comunicação respeitem sempre a verdade, a solidariedade e a dignidade de cada pessoa.

O desejo de estar em contacto e o instinto de comunicação, que são evidentes na cultura contemporânea, são, no fundo, manifestações modernas da tendência fundamental e constante do ser humano para ir para além de si mesmo, para entrar em comunicação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, realizamos uma das mais profundas aspirações do homem, tornamo-nos plenamente humanos.

Ambivalência dos media

Ao reflectir sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contacto entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que devem ser postos em circulação.
Se as novas tecnologias devem servir o bem comum dos indivíduos e da sociedade, os que os usam devem evitar palavras e imagens degradantes para o ser humano e excluir tudo o que alimente o ódio e a intolerância, rebaixe a beleza e a intimidade da sexualidade, aquilo que explore os débeis e os indefesos.
Os Meios de Comunicação Social são ferramentas poderosas de influência em toda a sociedade. O seu uso adequado pode fazer muito bem na promoção dos autênticos valores e na defesa dos direitos da pessoa; o seu uso inadequado aparece quando os mass media se submetem a interesses pessoais, quer económicos, quer políticos e até religiosos, não cumprindo a sua missão ao serviço da verdade e do bem comum. Explicitando a ambivalência dos media, não podemos deixar de considerar, em primeiro lugar:

Aspectos negativos dos Meios de Comunicação Social

Na comunicação social recorre-se muitas vezes ao sensacionalismo, em vez de se oferecer uma informação ponderada, manipula-se a imagem da mulher e do erotismo, nas propagandas para vender mais, distorce-se a verdade para alimentar a mentira das próprias ideologias, censura-se a informação para manter as populações na ignorância ou para exacerbar posições radicalizadas.
Algumas destas situações podem verificar-se nas sociedades liberais, nas quais predomina o afã do lucro. Outras dão-se, sobretudo, em países não democráticos que restringem a liberdade de opinião, que controlam e combatem com intransigência os media que devem ser independentes do poder governamental. Repete-se ao longo da história a tendência dos ditadores ou dos que agem como tais, de censurar, por vezes violentamente, tudo o que lhes pareça um pensamento diferente do seu. O medo e a repressão ocupam o lugar do diálogo e da liberdade.
Mas também a nível pessoal, o desejo de conexão virtual pode tornar-se obsessivo, em consequência do qual a pessoa se isola, esquecendo a interacção social. Isto acaba por alterar os períodos de repouso e de silêncio e de reflexão, necessários para um verdadeiro desenvolvimento humano.
Os Meios de Comunicação Social devem ser:

Fontes de amizade e diálogo

As novas tecnologias abriram caminhos de diálogo entre as pessoas de diversos países, culturas e religiões. O novo espaço digital permite conhecer os valores e tradições dos outros. Contudo, para que esse conhecimento dê fruto, exigem-se formas honestas e correctas de expressão, para além de uma atitude atenta e respeitosa. O diálogo deve estar baseado na busca sincera e recíproca da verdade, a fim de potenciar o crescimento na compreensão e na tolerância.
Por outro lado, o conceito de amizade conheceu um novo auge no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. É necessário, portanto, que os media não banalizem o conceito e a experiência da amizade. Seria uma pena que o nosso desejo de estabelecer e desenvolver as amizades online prejudicasse a nossa disponibilidade para a família, os vizinhos e todos os que encontramos na vida do dia-a-dia.
Neste contexto, é animador ver surgir novas redes digitais, que procuram promover a solidariedade humana, a paz, a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida.
O facto de que o Santo Padre tenha escolhido esta intenção de oração, por motivo da 45ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que se celebra no Domingo da Ascensão, é sinal da importância que ele dá a este tema e manifesta a sua preocupação de ver tantos exemplos de uma gestão inadequada destes meios. Oremos para que as comunicações sociais possam contar com muitos repórteres honestos e valentes, ao serviço do bem comum. Para isto ajudará que as escolas de jornalismo lhes assegurem uma adequada formação ética em valores humanos e sociais. Oremos também para que nós mesmos saibamos comunicar-nos entre nós na simplicidade e na verdade.

Intenção Missionária












Igreja na China: perseverar na fidelidade ao Evangelho

Para que o Senhor dê à Igreja na China o dom de perseverar na fidelidade ao Evangelho e crescer na unidade.
Num cenário de maior abertura política que no passado, na maior parte da China, a evangelização e o crescimento da Igreja já não dependem da licença ou das restrições das autoridades civis, mas das nossas forças e capacidade de ter missionários e testemunhas do Evangelho para um povo bem disposto e necessitado de Deus.
Apesar de ser verdade que persiste uma profunda e dolorosa divisão na Igreja chinesa, hoje 80% dos bispos católicos receberam a aprovação tanto do Vaticano como do Governo chinês. A Igreja Católica oficial, tolerada pelo Estado chinês – a Associação Patriótica – tem hoje poucas restrições à acção pastoral. Hoje, praticamente, não há necessidade de ser «clandestino» para viver a fé católica na China. É abundante e frutífero o trabalho de sacerdotes, leigos e sobretudo de muitas religiosas ao serviço dos mais pobres.
Verifica-se, hoje em dia, na sociedade chinesa um despertar do interesse religioso e uma crescente busca de Deus. Diz-se inclusivamente que alguns membros do Governo estão entre os numerosos chineses desiludidos e insatisfeitos que buscam na Igreja uma mensagem diferente para as suas vidas. Já ninguém acredita nos pressupostos ideais de um sistema social que procurou suprimir Deus e que não oferece respostas para o sentido profundo da vida. A corrupção generalizada e o desgaste de um modelo autoritário produziram desilusão e fizeram aparecer a necessidade de novos paradigmas e novas respostas.
A nova abundância material de milhões de chineses, fruto do rápido e surpreendente crescimento económico do país, também não deu resposta às necessidades do espírito. As conversões ao Catolicismo multiplicam-se em muitas partes do país. Vive-se hoje na China uma oportunidade favorável para a evangelização, um tempo propício que devemos aproveitar.
Oremos juntamente com o Papa, pedindo que o Espírito ilumine a Igreja na China para que ajude esta nação a construir um futuro de liberdade, no qual todos possam viver a sua fé sem impedimentos.

António Coelho, s.j. / Apostolado da Oração

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