sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Bom Ano de 2012

Ainda que os ventos que sopram não pareçam trazer boas novas para quase ninguém deste país e de grande parte do mundo, mantendo a Esperança na possibilidade de construção de um mundo melhor onde reine a Paz, o Amor, a Harmonia, a Tranquilidade, a Esperança e a Justiça, insisto em desejar que o Novo Ano de 2012 (em que entramos no nosso 7º. ano de rua) seja um Ano Bom, pleno de realizações pessoais, familiares, profissionais e sociais para todos os voluntários de Franjas Sociais, suas famílias e amigos, e para todos quantos nos acompanham por meio deste blogue.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E fomos à rua...

Tal como programado, depois de uma rápida preparação, voltámos ontem à rua.
Éramos 6: 2 do Porto e 4 de Carregosa.
Juntámos à nossa preparação inicial a fartura que nos veio das pastelarias Jamor e Nobreza. Eram doses bem aviadas e, desta vez, recheadas com doces e salgados a condizer com a época que se avizinha. Também bastante fruta, rebuçados e chocolates a lembrar já o Natal.
Começámos pelo Bom Sucesso onde o sucesso foi a abordagem dos sem-abrigo que teimaram em ficar por ali desprezando ou ignorando a existência do Jantar servido nas instalações do CCD da Câmara. Eram uns 8. Mais um - o sr. Manuel - na Rotunda, onde também estava um  estrangeiro, de aparência, alemão, que não quis nada e nos ofereceu até maçãs que tinha num saco de plástico. Mal falava, limitando-se a uma estranha sinalética de cabeça e uns poucos monossílabos. Sabemos que, pelo menos os Russos que estanciam no Bom Sucesso, estão a ser acompanhados pelo Instituto Santo Inácio de Loyola com vista ao seu repatriamento - que tarda!
Demos a volta pela Júlio Dinis onde estavam dois: um apoiado e um apoiante, voluntário do Colégio do Rosário. Foi uma ocasião para breve troca de impressões e afinação de agulhas sobre a intervenção na rua. É conversa para continuar noutros momentos e lugares.  
Na Praça da República estava o casal que ali se arruma. Temos de os acompanhar tentando a sua recuperação. São muito jovens e o álcool está a destruir-lhes a existência. Sabem isso mas  falta-lhes a coragem...
Na Batalha estava uma resistente que não sabia do Jantar... E apareceram mais uns tantos, e o André, que se tinha esquecido da data.
Relembrámos-lhes a do "nosso Jantar" a 29 para que se não esqueçam também de aparecer!
Fomos à Areosa: nada! O viaduto está vazio.
Santo António, mais um ou outro "esquecido".
Havia ainda alguns sacos, fruta, doces e salgados avulso que levámos ao Bairro Pinheiro Torres. Em "sel-service" ali ficou aquele nosso resto!
Connosco nesta volta foram a Adriana e o Gonçalo, dois jovens de Carregosa que aproveitaram esta oportunidade para exercer a Caridade no espírito de S. Paulo e ver como o Homem degrada a sua imagem quando se distancia de Deus. E como é fácil cair, mas difícil recuperar!...

Que Deus nos proteja e livre das quedas e lhes traga como presente deste Natal a suficiente dose de coragem para poderem iniciar a mudança em suas vidas.

Só assim entendo o verdadeiro sentido da celebração do Natal, e a justificação do desejo de Boas Festas a todos!

Que Jesus nasça verdadeiramente em nossos corações.

Um Santo Natal!

15 - 12- 2011

C.F.


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Na rua em Dezembro

Amigos!

 
Na sequência dos contactos anteriores venho trazer ao conhecimento de todos o que se decidiu fazer este mês e o calendário das actividades previstas em benefício dos Sem-abrigo.
Como ficou combinado com todos vamos centrar o nosso apoio no Jantar de Natal que será servido no próximo dia 29 na cripta da igreja de Nª. Srª. da Conceição (Marquês), participando com a doação de pão, sumos, fruta, chocolates e Vinho do Porto. E participando activamente num dos diversos serviços programados.
 
As doações deverão ser entregues na Paróquia até às dez da manhã do dia 29/12.

 
Os voluntários deverão comparecer na Paróquia às 15,00 horas para ajuda, distribuição de tarefas (com crachás e avental) e orientação geral.

 
Para amanhã estava previsto que abdicássemos da saída habitual por ocorrer o jantar de Natal servido aos Sem-abrigo nas instalações da Câmara Municipal do Porto junto à rua Damião de Góis. Mas... considerando que muitos dos frequentadores dos Bairros e alguns idosos isolados teimam em não participar nesses jantares, os nossos amigos de Carregosa dispuseram-se a vir para ir ao seu encontro. Era, aliás, uma das hipóteses colocadas desde o início: a de realizar uma saída limitada, com menos sacos.

 
Assim, se alguém quiser aparecer, vamos sair à mesma hora (ou um pouco mais cedo) do Centro Paroquial.

Não vamos necessitar de grande quantidade de coisas: apenas uns 40 sacos individuais contendo o que já vem sendo habitual.

 
De Carregosa vêm 15 sacos completos.

A D. Maria de Lurdes completará outros 15 comigo e um termo de café com leite.

Recolheremos os bolos da Jamor e Nobreza.

Se os escuteiros quiserem apareçam mas não precisam de trazer mais alimentos.

Iniciaremos a volta pelas ruas da cidade: Boavista, Bom Sucesso, Sé, Batalha, Rua Sá da Bandeira, Santa Catarina, Marquês, Pr. Sá Carneiro, Areosa, e terminaremos no Aleixo se ainda houver alguma coisa.

Como se prevê um número pequeno de participantes bastará a carrinha de Carregosa.

Lembra-se ainda que:

Amanhã, 13/12, as 21,00 horas, se celebra na igreja da Trindade a Missa de Natal dos Sem-abrigo (iniciativa do grupo "Sacos Ternura" - Teresa Olazabal, que costuma ter também o apoio e a presença dos outros grupos). Quem puder apareça!

 
Dia 29/12: Jantar de Natal.


E é tudo por hoje.

Até amanhã com o abraço do costume.

C.F.


domingo, 2 de outubro de 2011

27º Domingo do Tempo Comum

A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular






Leitura do Livro de Isaías, Is 5,1-7

Vou cantar, em nome do meu amigo, um cântico de amor à sua vinha. O meu amigo possuía uma vinha numa fértil colina. Lavrou-a e limpou-a das pedras, plantou-a de cepas escolhidas. No meio dela ergueu uma torre e escavou um lagar. Esperava que viesse a dar uvas, Mas ela só produziu agraços. E agora, habitantes de Jerusalém, e vós, homens de Judá, sede juízes entre mim e a minha vinha: que mais podia fazer à minha vinha que não tivesse feito? Quando eu esperava que viesse a dar uvas, porque é que apenas produziu agraços?
Agora vos direi o que vou fazer à minha vinha: vou tirar-lhe a vedação e será devastada; vou demolir-lhe o muro e será espezinhada. Farei dela um terreno deserto: não voltará a ser podada nem cavada, e nela crescerão silvas e espinheiros; e hei-de mandar às nuvens que sobre ela não deixem cair chuva. A vinha do Senhor do Universo é a casa de Israel, e os homens de Judá são a plantação escolhida. Ele esperava rectidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de horror.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses, 4,6-9
Irmãos: não vos inquieteis com coisa alguma. Mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor é o que deveis ter no pensamento. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São Mateus, 21,33-43
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:
«Ouvi outra parábola: havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Respeitarão o meu filho’. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança’. E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?».
Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo».
Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’? Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos».

sábado, 1 de outubro de 2011

Intenções do Santo Padre para Outubro de 2011


Intenção Geral


A necessária ajuda aos doentes terminais


Pelos doentes terminais, para que os seus sofrimentos sejam aliviados pela fé em Deus e pelo amor dos seus irmãos.
A notícia de uma doença terminal costuma ser a pior das notícias e a tristeza e desconcerto são uma reacção perfeitamente normal. Com efeito, a doença, sobretudo tratando-se de uma doença terminal, traz consigo, quase inevitavelmente, um momento de crise e de séria confrontação com a situação pessoal.
Apesar dos avanços da ciência, não se pode encontrar uma cura para todas as doenças. Por conseguinte, nos hospitais, clínicas ou mesmo nas famílias de todo o mundo, encontramos o sofrimento de numerosos irmãos nossos com doenças incuráveis e muitas vezes em fase terminal.
Para além disto, muitos milhões de pessoas em todo o mundo vivem ainda em condições insalubres e não têm acesso aos recursos médicos necessários, mesmo os mais básicos, e por consequência tem aumentado o número de seres humanos considerados incuráveis.

Atitude a ter com os doentes terminais

Para que não se dê esse aumento, é necessário que haja políticas sociais justas que ajudem a eliminar as causas de muitas doenças, também terminais, e que seja prestada uma maior assistência e atenção médica aos doentes. É necessário criar condições que permitam a ajuda às pessoas doentes, sobretudo nas doenças mais graves.
Para que isto aconteça, é necessário aumentar o número dos centros de cuidados paliativos que proporcionem uma atenção integral, oferecendo aos doentes a assistência humana e o acompanhamento espiritual que necessitam. Trata-se de um direito que pertence a todo o ser humano e que todos devemos comprometer-nos a defender.
Mas, hoje em dia, a mentalidade que tem por meta a eficiência tende a marginalizar as pessoas com doenças terminais, considerando-as um peso e um problema para a sociedade. Pelo contrário, quem tem o sentido da dignidade humana sabe que elas devem ser respeitadas e apoiadas quando enfrentam as dificuldades e o sofrimento relacionados com as condições dolorosas da sua saúde.
Para além das indispensáveis curas clínicas, é necessário oferecer aos doentes gestos concretos de amor, de proximidade e solidariedade cristã, de conforto e encorajamento constante.

A acção da Igreja

A acção humanitária e espiritual da comunidade eclesial para com os doentes manifestou-se, ao longo dos séculos, de múltiplas formas e em numerosas estruturas médicas, numa grande solicitude pelos enfermos.
De facto, seguindo o exemplo do bom samaritano, a Igreja, através dos seus membros e das suas instituições, continua a estar ao lado dos que sofrem, procurando preservar a dignidade nesses momentos tão significativos da existência humana. Os profissionais da assistência sanitária, agentes pastorais e voluntários da Igreja servem incansavelmente os doentes por todo o mundo, em hospitais e unidades de cuidados paliativos, em projectos de assistência ao domicílio e paróquias.
Na constituição sobre a Igreja Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, podemos ler: «… a Igreja ama todos os angustiados pelo sofrimento, reconhece a imagem do seu Fundador, pobre e sofredor, nos pobres e nos que sofrem, esforça-se por aliviar o seu sofrimento e deseja servir neles a Cristo» (n. 8).

O sofrimento de Cristo e do doente

Para os doentes que têm fé, a consideração do sofrimento de Cristo e de tudo o que Ele significa deve, certamente, contribuir para encarar os seus sofrimentos numa dimensão diferente, ajudando-os a dar um sentido redentor às dores que padecem. Deus, Verdade e Amor em pessoa, quis sofrer por nós e connosco; fez-Se Homem para poder sofrer com os homens, de modo real, em Carne e Sangue. Em cada sofrimento humano está presente Aquele que partilha esse sofrimento.
O mistério do sofrimento humano tem sentido e é plenamente esclarecido no mistério da morte e ressurreição de Cristo. Afirma a Carta apostólica Salvifici doloris: «O sofrimento humano atingiu o seu cerne na Paixão de Cristo e, ao mesmo tempo, revestiu-se de uma dimensão completamente nova e entrou numa nova ordem: ele foi associado ao amor… àquele amor que cria o bem, tirando esse bem até do mal, como o bem supremo da redenção do mundo foi tirado da Cruz de Cristo. Esta Cruz tornou-se uma fonte, da qual brotam rios de água viva».
O Santo Padre pede-nos para rezar este mês para que saibamos acompanhar e estar perto daqueles que estão afectados por doenças graves, ajudando-os a sentir-se ajudados pelo amor do Pai. É missão de todos nós fortalecer a fé dos nossos irmãos doentes e mostrar-lhes com o nosso amor que Deus não os abandonou.

Intenção Missionária

Dia Mundial das Missões

Para que a celebração do Dia Mundial das Missões faça crescer no povo de Deus a paixão da evangelização assim como o apoio a toda a actividade missionária, pela oração e pela ajuda económica às Igrejas mais pobres.  O mês de Outubro, por meio da celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de vida consagrada, aos movimentos eclesiais e a todo o povo de Deus a ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e de dar às actividades pastorais uma maior dimensão missionária.
A mesma petição que os gregos fizeram: «Queremos ver Jesus» (Jo 12, 21), continua a ressoar nos nossos ouvidos, sobretudo neste mês de Outubro, da parte de todos aqueles que, mesmo sem o exprimirem, nos fazem, hoje, o mesmo pedido. E nós devemos mostrar esse Jesus, sobretudo por meio da nossa vida verdadeiramente cristã, feita de relações autênticas, em comunidades fundadas no Evangelho.
Numa sociedade multiétnica, que experimenta cada vez mais formas de solidão e de indiferença preocupantes, os cristãos devem oferecer sinais de esperança e ser irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e comprometendo-se a fazer da Terra a casa de todos os povos.
O mandato de Cristo: «Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15) continua a ser dirigido a toda a Igreja, a todo o cristão. A Igreja, como foi afirmado pelo Concílio Vaticano II, «é missionária por natureza» (Ad gentes, 2). Com efeito, todos os baptizados receberam o mandato missionário de Cristo, mas este mandato só se pode realizar de maneira credível por meio de uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral, abrindo-se à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de todas as pessoas, de todos os povos, culturas, raças e nacionalidades. Como afirma a constituição Lumen gentium do Concílio Vaticano II, a Igreja «é em Cristo como um sacramento e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o género humano» (n. 1).
O Dia Mundial das Missões faz-nos lembrar o nosso compromisso de nos entregarmos, o que somos e o que temos, partilhando com generosidade, oferecendo os nossos talentos e recursos, sentindo-nos assim protagonistas do compromisso do anúncio do Evangelho.
Hoje é dia de Santa Teresa do Menino Jesus

Nasceu em Alençon (França) no ano 1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Morreu a 30 de Setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja. Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar por terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouviu duas freiras comentarem entre si, do lado de fora da sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?" Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta os seus escritos e os seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A jovem e humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.
Fonte: Evangelho Quotidiano e Secretariado Nacional de Liturgia


Sábado da 26ª semana do Tempo Comum


Livro de Baruc 4,5-12.27-29.


Coragem, povo meu, que trazes o nome de Israel! Fostes vendidos às nações, mas não para serdes aniquilados. Porque provocastes a ira de Deus, fostes entregues aos inimigos. Irritastes o vosso criador, oferecendo sacrifícios aos demónios e não a Deus. Esquecestes o vosso criador, o Deus eterno, e contristastes Jerusalém, que vos alimentou. Quando viu precipitar-se sobre vós o castigo de Deus, disse: «Escutai, nações vizinhas de Sião! Deus enviou-me um grande tormento.
Vi o cativeiro dos meus filhos e filhas, que o Eterno lhes infligiu. Eu tinha-os criado com alegria e despedi-os com lágrimas e tristeza. Que ninguém se regozije com a minha viuvez e o meu desamparo! Se estou deserta, é por causa dos pecados dos meus filhos, porque se afastaram da Lei de Deus.
Coragem, meus filhos, clamai ao Senhor, porque aquele mesmo que vos provou, há-de lembrar-se de vós. Se um dia quisestes afastar-vos de Deus, convertei-vos, agora, e procurai-o com um empenho dez vezes maior; pois aquele que vos enviou o castigo vos trará a alegria eterna da vossa salvação.»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São Lucas, 10,17-24


Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo:
«Senhor, até os demónios se sujeitaram a nós, em teu nome!»
Disse-lhes Ele:
«Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões e domínio sobre todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu.»
Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho.»
Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular:
«Felizes os olhos que vêem o que estais a ver. Porque digo-vos: muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!»

«Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo»



Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e posteriormente bispo de Constantinopla; doutor da Igreja. Homilia 1 sobre a 1ª carta aos Tessalonicenses
«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor», diz Paulo. Como? «Acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1Ts 1,6). [...] A prova afecta a parte material do nosso ser; a alegria brilha nas alturas espirituais. Passo a explicar: os acidentes da vida são tristes e penosos, mas os resultados são alegres, assim o querendo o Espírito. É portanto possível que não nos alegremos ao sofrer, se estivermos a sofrer pelos nossos pecados, mas até deixaremos que nos flagelem com alegria, se for por Cristo (cf. Act 5,41).
É a isto que o apóstolo chama a «alegria do Espírito»; respiramo-la naquilo que a natureza rejeita com horror. Suscitaram em vós mil penas, diz ele, fostes perseguidos, mas o Espírito não vos abandonou nessas provas. Tal como os três jovens foram envolvidos por uma suave brisa matinal na fornalha (cf. Dn 3,50), vós também estais a ser provados. Certamente que a brisa matinal não dependia da natureza do fogo e só podia ser causada pelo sopro do Espírito. Também não está na natureza da provação alegrar-vos, e essa alegria só pode vir dum sofrimento suportado por Cristo, da brisa matinal do Espírito, que transforma num local de repouso a fornalha da provação. «Com alegria» diz ele, e não com uma alegria qualquer, mas com uma alegria inesgotável; é isso que é preciso entender, desde que o Espírito seja o seu autor. 
Primeiro sábado do mês


Hoje é o primeiro sábado do mês, dia de Nossa Senhora e também o primeiro dia do Mês do Rosário.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hoje é dia dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

«Bendizei o Senhor todos os Seus anjos, [...] que executais a Sua vontade» (Sl 102,20-21)

Celebramos hoje a festa dos santos anjos. [...] Mas que podemos dizer destes espíritos angélicos? Eis o que nos diz a fé: acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim, os bens do Senhor que «nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passaram pelo pensamento do homem» (1Cor 2,9). O que pode um simples mortal dizer sobre este assunto a outros mortais, ele que é incapaz de conceber tais coisas? [...] Se é impossível falar da glória dos santos anjos em Deus, podemos pelo menos falar da graça e do amor que eles manifestam relativamente a nós, pois gozam, não apenas de uma dignidade incomparável, mas também de um espírito de serviço cheio de bondade. [...] Não podendo compreender a sua glória, deixamo-nos prender tanto mais fortemente à misericórdia de que estão cheios estes familiares de Deus, cidadãos do céu e príncipes do paraíso. O próprio apóstolo Paulo, que contemplou com os seus olhos a corte celestial e que conheceu os seus segredos (2Cor 12,2), atesta que todos os anjos são «espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação» (2Cor 12,2). Não tomeis tal afirmação por inconcebível, pois o Criador, o próprio Rei dos anjos, «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Que anjo desdenharia pois tal serviço, onde o precedeu Aquele que os anjos servem no céu com pressa e alegria? 
Comentário de São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja, 1º Sermão para a festa de São Miguel 

São Miguel Arcanjo



















"Miguel" que significa: "Quem como Deus?" é o defensor do Povo de Deus no tempo de angústia. É o padroeiro da Igreja universal e aquele que acompanha as almas dos mortos até o céu.

São Gabriel Arcanjo















"Gabriel" - que significa "Deus é forte" ou "aquele que está na presença de Deus" - aparece no assim chamado evangelho da infância como mensageiro da Boa Nova do Reino de Deus, que já está presente na pessoa de Jesus de Nazaré, nascido de Maria.
É ele quem anuncia o nascimento de João Baptista e de Jesus. Anuncia, portanto, o surgimento de uma nova era, um tempo de esperança e de salvação para todos os homens. É ele quem, pela primeira vez, profere aquelas palavras que todas as gerações hão-de repetir para saudar e louvar a Virgem de Nazaré: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". 

São Rafael Arcanjo














"Rafael"- que quer dizer "medicina dos deuses" ou "Deus cura" - foi o companheiro de viagem de Tobias. É o anjo benfazejo que acompanha o jovem Tobias desde Nínive até à Média; quem o defende dos perigos e patrocina o seu casamento com Sara. É ele quem tira da cegueira o velho Tobias. É aquele que cura, que expulsa os demónios. São Rafael é o companheiro de viagem do homem, seu guia e seu protector nas adversidades.


Livro de Daniel 7,9-10.13-14.
 
«Continuava eu a olhar, até que foram preparados uns tronos, e um Ancião sentou-se. Branco como a neve era o seu vestuário, e os cabelos da cabeça eram como de lã pura; o trono era feito de chamas, com rodas de fogo flamejante.
Corria um rio de fogo que jorrava da parte da frente dele. Mil milhares o serviam, dez mil miríades lhe assistiam. O tribunal reuniu-se em sessão e foram abertos os livros.
Contemplando sempre a visão nocturna, vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um filho de homem. Avançou até ao Ancião, diante do qual o conduziram.
Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um império eterno que não passará jamais, e o seu reino nunca será destruído.»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo S. João 1,47-51.
 
Naquele tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele:
«Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael:
«Donde me conheces?»
Respondeu-lhe Jesus:
«Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael:
«Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus:
«Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou:
«Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje


"Queridos filhos! Convido-vos para que este seja um tempo de testemunho para todos vós. Vós, os que viveis no amor de Deus e experimentaram os seus dons, testemunhai com as vossas palavras e a vossa vida para que sejais alegria e estímulo para a fé dos demais. Eu estou convosco e intercedo incessantemente diante de Deus por todos, para que a vossa fé seja sempre viva e alegre no amor de Deus.
Obrigado por terdes respondido ao meu apelo."


25 de Setembro de 2011
Retirado do sítio Medjugorje.org
Bento XVI na audiência geral das quartas-feiras no Vaticano
Bento XVI Não há futuro sem Deus!


Como seria de esperar, foi à sua viagem à Alemanha que Bento XVI dedicou a audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, recordando as diversas etapas da visita, considerando-a “uma grande festa de fé” e dando graças a Deus pelos “intensos e estupendos dias passados no (seu) país de origem”: “Antes de mais, dou graças ao Senhor pela possibilidade que me ofereceu de encontrar as pessoas e de falar de Deus, de rezar em conjunto e de confirmar os irmãos e irmãs na fé, segundo o especial mandato que o Senhor confiou a Pedro e aos seus sucessores. Esta viagem, que tinha como lema «Onde há Deus, há futuro», foi de facto uma grande festa da fé”.
Bento XVI declarou ter regressado da Alemanha com sentimentos de “profunda gratidão a Deus e real confiança no futuro da Igreja”, evocando com especial destaque o discurso pronunciado no parlamento federal, o Bundestag, frisando que “a democracia e a liberdade nada têm a temer de Deus, princípio de todo o bem; antes, está nele o suporte fundamental para uma convivência estável dos homens na paz e na justiça”. Por isso, quantos crêem em Deus – e, por maioria de razão, todos os cristãos – devem unir as suas forças na única tarefa verdadeiramente urgente e necessária: dar Deus ao mundo de hoje, que, frequentemente, O ignora ou se desinteressa dele. É que não há futuro sem Deus”, insistiu.
O Papa quis agradecer o “caloroso e entusiasta acolhimento” na sua terra natal, tanto por parte da Igreja como das “autoridades políticas e civis”. Sobre a celebração com os responsáveis da Igreja Evangélica Alemã e a visita ao antigo convento onde viveu Martinho Lutero, antes de promover a reforma que o levou à separação de Roma, o Papa repetiu apelos sobre a necessidade de “caminhar rumo à plena unidade” no cristianismo sem “fabricar” a fé. Bento XVI quis ainda lembrar o convite deixado no dia final da estadia em Friburgo, sudoeste alemão, relativo à necessidade de libertar a Igreja, numa sociedade secularizada, dos “fardos materiais e políticos”, para que “sejamos cada vez mais transparência de Deus”.

As palavras do Papa em português

"Queridos irmãos e irmãs,
Foi com profunda gratidão a Deus e real confiança no futuro da Igreja que regressei da minha Pátria Alemã, depois da terceira visita que lá efectuei como Sucessor de Pedro. A todos, fui repetindo: «Onde há Deus, há futuro»! Nos vários encontros e colóquios, nas celebrações em geral, mas particularmente na Eucaristia com o povo de Deus, era possível ver de novo como é Deus que dá à nossa vida o sentido mais profundo, a verdadeira plenitude; mais ainda, que só Deus dá a todos nós um futuro. Assim, no Parlamento federal, recordei que a democracia e a liberdade nada têm a temer de Deus, princípio de todo o bem; antes, está n’Ele o suporte fundamental para uma estável convivência dos homens na paz e na justiça. Por isso, quantos crêem em Deus – e, por maior força de razão, todos os cristãos – devem unir as suas forças na única tarefa verdadeiramente urgente e necessária: dar Deus ao mundo de hoje, que, frequentemente, O ignora ou se desinteressa d’Ele. É que não há futuro sem Deus!
Amados peregrinos de língua portuguesa, cordiais saudações para todos vós, de modo especial para os fiéis de Piracicaba e Belo Horizonte, de Bauru e Apucarana: convido-vos a olhar com confiança o vosso futuro em Deus. Com a graça de Cristo, sois capazes de levar ao mundo o fogo do amor de Deus. Sobre vós e vossas famílias desça a minha Bênção."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

«Bispo de Évora quer paróquias atentas aos mais necessitados


O arcebispo de Évora considera que a crise generalizada revelou entre os cristãos um espírito de “voluntariado quase incansável”, que importa agora desenvolver ao nível das paróquias. “Seria bom que em cada uma houvesse um pequeno núcleo de pessoas que estivessem particularmente atentas às situações de maior carência”, sublinha D. José Alves, em entrevista ao programa “Ser Igreja” , um magazine religioso da responsabilidade da arquidiocese emitido pela Rádio Sim.
Antes do lançamento do novo ano pastoral, marcado para o próximo dia 5 de outubro – Dia da Igreja diocesana – o prelado convida os fiéis a implementarem um “sentido de fraternidade e de colaboração”, que permita “ir ao encontro” daqueles que estão a passar por dificuldades económicas e sociais.
“Se isto fosse tomado a sério, muitos dos problemas se resolveriam”, aponta o arcebispo, confirmando também que, à semelhança do ano passado, a arquidiocese vai procurar canalizar as verbas recolhidas junto da comunidade para ajudar instituições sociais, como a Caritas diocesana.
Além da aposta em iniciativas que contribuam para amenizar a situação de crise, o programa pastoral 2011-2012 desafia os cristãos eborenses a não descurarem o “encontro com Cristo”, através da leitura do Evangelho de São Marcos, e a privilegiarem o “aprofundamento da fé”.
D. José Alves realça que irá ser dada uma “atenção muito particular à Pastoral Juvenil e Vocacional”, aproveitando o “élan” conseguido a partir das Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, em Madrid, e dos “75 anos do agrupamento de escuteiros em Évora”.»
Fonte: Agência Ecclesia / JCP
Comissão Episcopal Portuguesa de Pastoral Social
Balanço positivo no final do encontro nacional sobre desenvolvimento e ação caritativa


«O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social (CEPS), organismo da Igreja Católica em Portugal, apelou em Fátima ao desenvolvimento de “formas de economia solidária” para fugir ao “espartilho fatalista dos mercados”. D. Carlos Azevedo falava no final do 27.º Encontro da Pastoral Social, que decorreu em Fátima juntando mais de cem participantes em três dias de trabalho em volta do tema «Desenvolvimento local, caridade global».
Para este responsável, “a gravidade dos problemas requer a cooperação no terreno” e os cristãos “devem intervir e organizar-se em grupos, em serviços paroquiais”.
Neste contexto, o presidente da CEPS confirmou a existência de “contactos” com o governo e os seus organismos, para “desenhar respostas concretas” face àquilo que foi apontado no Programa de Emergência Social apresentado pelo executivo.
Sobre o encontro nacional, o prelado considera que a iniciativa mostrou que “é possível ser solidário nos sítios e nas situações” que preocupam as populações, promovendo o “envolvimento das comunidades”.
O também bispo auxiliar de Lisboa destacou as “experiências muito positivas” apresentadas em Fátima, “a nível das escolas, do voluntariado bem preparado” e da ecologia.
Segundo o presidente da CEPS, a “caridade global” de que se falou no encontro “implica ter em conta as várias dimensões das pessoas”, em particular “o sentido, o gosto da vida”.
No atual momento de crise, acrescentou, importa “mobilizar para a participação” e promover uma “profunda transformação de mentalidades” como decorrente da “dimensão política da fé”. Aos cristãos, acrescentou, cabe uma presença “nas várias soluções possíveis, na política concreta dos partidos”, sem deixar de “pensar os problemas e encontrar uma via de futuro, própria de quem acredita”.
Mais tarde, na homilia da missa conclusiva do encontro, D. Carlos Azevedo disse aos participantes que “Cristo continua a clamar, a gritar nas vozes dos atingidos pela crise atual”. “Sustentados e associados pelo sacrifício redentor de Cristo, também cada um e cada uma de nós nos dispomos, no altar da vida, a ser perseguidos por amar a justiça e a verdade, a ser incompreendidos por obedecermos às necessidades dos que nos são próximos, a resistir com serena esperança”, apontou.
Durante os trabalhos, a CEPS, lançou um conjunto de “indicações práticas”, apelando à criação de “serviços paroquiais de ação social” em todo o país.»

domingo, 25 de setembro de 2011

26º domingo do tempo comum


Evangelho segundo S. Mateus 21, 28-32 


Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:
«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.' Mas ele respondeu: 'Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi.  Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?»
Responderam eles: «O primeiro.»
Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»


As leituras para este domingo, bem como análise e propostas de reflexão podem ser encontradas no Portal dos Dehonianos
Foto: Ordem dos Carmelitas Espanha

sábado, 24 de setembro de 2011


Hoje é dia de Nossa Senhora das Mercês
No ano de 711, os árabes repeliram os visigodos para as montanhas das Astúrias e conquistaram quase toda a Península. Foram precisos seis séculos para os expulsar.  Durante este período foi levado para África grande número de cristãos. Os que abraçavam o islamismo eram tratados como homens livres; os outros eram vendidos como escravos ou assassinados. Para os libertar era necessário pagar o resgate. Como nem todas as famílias tinham posses para libertar seus familiares, S. Pedro Nolasco fundou, em 1218, a Ordem das Mercês ou da Redenção dos Cativos. A própria Virgem, numa aparição, incitou a isso. Pedro contou a sua visão a S. Raimundo de Penhaforte e ao rei Jaime I, de Aragão. Os três conseguiram pôr em prática o projecto. Graças ao seu heroísmo e à generosidade dos cristãos, a obra foi fecunda em resultados e só terminou com o desaparecimento da pirataria. Dizia o Breviário Romano que "foi com o fim de agradecer a Deus e à Santíssima Virgem os benefício de tal Instituição que se estabeleceu a festa de Nossa Senhora das Mercês". 
Fonte: O Evangelho Quotidiano Foto: O Povo

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

São Pio de Pieltrecina


«Quero ser apenas um pobre frade que reza».


Tal como o apóstolo Paulo, o Padre Pio de Pietrelcina colocou, no vértice da sua vida e do seu apostolado, a Cruz do seu Senhor como sua força, sabedoria e glória. Abrasado de amor por Jesus Cristo, com Ele se configurou imolando-se pela salvação do mundo. Foi tão generoso e perfeito no seguimento e imitação de Cristo Crucificado, que poderia ter dito: «Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gál 2, 19). E os tesouros de graça que Deus lhe concedera com singular abundância, dispensou-os ele incessantemente com o seu ministério, servindo os homens e mulheres que a ele acorriam em número sempre maior e gerando uma multidão de filhos e filhas espirituais.
Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e de Maria Giuseppa de Nunzio. Foi baptizado no dia seguinte, recebendo o nome de Francisco. Recebeu o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão, quando tinha 12 anos.
Aos 16 anos, no dia 6 de Janeiro de 1903, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, tendo aí vestido o hábito franciscano no dia 22 do mesmo mês, e ficou a chamar-se Frei Pio. Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, a dos votos solenes. Depois da Ordenação Sacerdotal, recebida no dia 10 de Agosto de 1910 em Benevento, precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde. Em Setembro desse ano de 1916, foi mandado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até à morte.
Abrasado pelo amor de Deus e do próximo, o Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que ele cumpriu através da direcção espiritual dos fiéis, da reconciliação sacramental dos penitentes e da celebração da Eucaristia. O momento mais alto da sua actividade apostólica era aquele em que celebrava a Santa Missa. Os fiéis, que nela participavam, pressentiam o ponto mais alto e a plenitude da sua espiritualidade.
No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da «Casa Sollievo della Sofferenza» (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.
Para o Padre Pio, a fé era a vida: tudo desejava e tudo fazia à luz da fé. Empenhou-se assiduamente na oração. Passava o dia e grande parte da noite em colóquio com Deus. Dizia: «Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-Lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus». A fé levou-o a aceitar sempre a vontade misteriosa de Deus. Viveu imerso nas realidades sobrenaturais. Não só era o homem da esperança e da confiança total em Deus, mas, com as palavras e o exemplo, infundia estas virtudes em todos aqueles que se aproximavam dele.O amor de Deus inundava-o, saciando todos os seus anseios; a caridade era o princípio inspirador do seu dia: amar a Deus e fazê-Lo amar. A sua particular preocupação: crescer e fazer crescer na caridade.
A máxima expressão da sua caridade para com o próximo, ve-mo-la no acolhimento prestado por ele, durante mais de 50 anos, às inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Parecia um assédio: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele prestava-se a todos, fazendo renascer a fé, espalhando a graça, iluminando. Mas, sobretudo nos pobres, atribulados e doentes, ele via a imagem de Cristo e a eles se entregava de modo especial. Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência; agia e aconselhava à luz de Deus. O seu interesse era a glória de Deus e o bem das almas. A todos tratou com justiça, com lealdade e grande respeito.
Nele refulgiu a virtude da fortaleza. Bem cedo compreendeu que o seu caminho haveria de ser o da Cruz, e logo o aceitou com coragem e por amor. Durante muitos anos, experimentou os sofrimentos da alma. Ao longo de vários anos suportou, com serenidade admirável, as dores das suas chagas. Quando o seu serviço sacerdotal esteve submetido a investigações, sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Frente a acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores directos e de sua própria consciência. Recorreu habitualmente à mortificação para conseguir a virtude da temperança, conforme o estilo franciscano. Era temperante na mentalidade e no modo de viver.
Consciente dos compromissos assumidos com a vida consagrada, observou com generosidade os votos professados. Foi obediente em tudo às ordens dos seus Superiores, mesmo quando eram gravosas. A sua obediência era sobrenatural na intenção, universal na extensão e integral no cumprimento. Exercitou o espírito de pobreza, com total desapego de si próprio, dos bens terrenos, das comodidades e das honrarias. Teve sempre uma grande predilecção pela virtude da castidade. O seu comportamento era, em todo o lado e para com todos, modesto. Considerava-se sinceramente inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias e ao mesmo tempo de favores divinos. No meio de tanta admiração do mundo, ele repetia: «Quero ser apenas um pobre frade que reza».
Desde a juventude, a sua saúde não foi muito brilhante e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente. A irmã morte levou-o, preparado e sereno, no dia 23 de Setembro de 1968; tinha ele 81 anos de idade. O seu funeral caracterizou-se por uma afluência absolutamente extraordinária de gente.
No dia 20 de Fevereiro de 1971, apenas três anos depois da morte do Padre Pio, Paulo VI, dirigindo-se aos Superiores da Ordem dos Capuchinhos, disse dele: «Olhai a fama que alcançou, quantos devotos do mundo inteiro se reúnem ao seu redor! Mas porquê? Por ser talvez um filósofo? Por ser um sábio? Por ter muitos meios à sua disposição? Não! Porque celebrava a Missa humildemente, confessava de manhã até à noite e era – como dizê-lo?! – a imagem impressa dos estigmas de Nosso Senhor. Era um homem de oração e de sofrimento».
Já gozava de larga fama de santidade durante a sua vida, devido às suas virtudes, ao seu espírito de oração, de sacrifício e de dedicação total ao bem das almas. Nos anos que se seguiram à sua morte, a fama de santidade e de milagres foi crescendo cada vez mais, tornando-se um fenómeno eclesial, espalhado por todo o mundo e em todas as categorias de pessoas.
O Padre Pio foi beatificado no dia 2 de Maio de 1999 e proclamado santo no dia 16 de Junho de 2002 pelo Papa João Paulo II, estabelecendo o dia 23 de Setembro como data da sua festa litúrgica.
Fonte: Vaticano Foto: Copyright © L'OSSERVATORE ROMANO

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EMJ Madrid

Mensagem do Pe. Luís Mateus aos Jovens

Caro Jovem:

Este é um espaço novo! Um desafio novo!

Estão aí as Jornadas Mundiais da Juventude. De 16 a 21 de Agosto, centenas de milhares de jovens em Madrid, e milhões em todo o mundo, terão oportunidade para enraizar e edificar a sua Fé em Cristo. Todos sentimos, de maneira muito pessoal e intensa, o convite feito pelo Papa Bento XVI, na Mensagem para estas Jornadas Mundiais da Juventude: «Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! (…) A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.»

Prepara bem a tua participação e auda outros a fazer uma bela experiência de encontro, partilha, alegria e festa.

Proponho-te um desafio: a Diocese do Porto, no Gabinete de Comunicação, está a desenvolver uma ferramenta online que vai proporcionar maior interactividade com os participantes nas Jornadas Mundiais. Recorrendo ao Facebook ou directamente na nossa página, desafiamos cada participante nas JMJ a deixar o seu testemunho ao longo das Jornadas. Para tal, bastará aceder a este link - http://www.diocese-porto.pt/jmj2011. Assim que os testemunhos são publicados, poderão ser consultados em: http://diocese-porto.pt/jmj2011/testemunhos.php.

Que a Paz e Alegria de Jesus Cristo te animem a dar aquilo que és!

Sê feliz e faz os outros felizes!

Abreijos

Pe. Luís Mateus


Nós e a rua

Embora não tenham vindo a aparecer neste blog relatos das últimas saídas elas têm-se realizado regularmente como previsto.
Cada uma tem a sua história, mudam as situações e os personagens e até os lugares nos parecem um pouco diferentes. São as histórias e as vivências que modificam os lugares.
Júlio Dinis é a rua onde quase começamos habitualmente a noite, intervenientes de há muito habituais, mas nas suas costas alojam-se pessoas com histórias de vidas que nos chocam pela queda abrupta que afectou algumas daquelas pessoas.
- Vladimirr, mecânico. Cá mecânico, em Sibêria também. "Inginheiro"!...
Estas palavras ressoam frequentemente nos meus ouvidos quando lembro o nosso encontro.
Esta e outras situações têm-nos levado a contactar entidades competentes para averiguar das hipóteses de encontrar soluções para estes casos. O do Vladimir estará já entregue. O dos companheiros também. Mas há sempre quem reste sem solução, como é o caso da velhinha Isaura (velhinha em idade e em história na rua)  para quem, no dizer da técnica da SS, não há solução no âmbito do partenariado!
O partenariado é uma associação de vontades que engloba as entidades que prestam voluntariado na rua e que assumem entre si a obrigação de encaminhar e dar andamento aos casos detectados em função de um calendário pré-estabelecido.
Desde a sua criação já se obtiveram alguns sucessos no âmbito de tratamentos de desintoxicação, no encaminhamento de estrangeiros para repatriação e no alojamento de outros. Contudo, certas situações continuam a ficar de fora do leque de soluções possíveis. Que fazer quanto a estas?
Aqui chegados, meditando no que poderemos fazer, uma ideia me acode e não me larga que me diz que restará a CARIDADE. Sim, a Caridade que, tal como o Perdão, terá lugar setenta vezes sete! Assim, se de uma tentativa se não obtêm resultados continuaremos a tentar pelos nossos meios as vezes que forem necessárias até os alcançarmos!
A Isaura volta a estar na rua. Deixou já em Fevereiro o seu quarto na pensão. O apelo da rua é às vezes mais forte do que a segurança de um quarto. A ânsia de liberdade, da sua liberdade de ser e estar, leva estas pessoas a rejeitar a segurança e o aconchego que se lhes oferece. Pouco têm a perder pois já perderam tudo ou quase tudo. Mas a idade não perdoa e a Isaura tem 76 anos. Enquanto o tempo não for padrasto aguentará facilmente a dormir desagasalhada, mal estendida, nem deitada nem sentada, ao longo dos degraus duma escada. Mas quando o Inverno apontar as primeiras chuvas e fizer baixar o mercúrio nos termómetros, será que vai resistir?
Mas também encontramos quem, na sua miséria, tenha uma mensagem para nos dar. A Palavra que levávamos em Julho era a da Paz de Deus. Na Rua Sá da Bandeira, onde passámos perante a insistência de um amigo voluntário de Oliveira de Azeméis, encontrámos um velhinho que se arrumara ao longo do passeio, muito encostado à parede. Tendo-lhe perguntado porque é que não procurava ao menos um patamar respondeu que assim é que se sentia e estava bem. Agradeceu-nos muito a solicitude e rematou por duas vezes:
- Vão! Vão na Paz do senhor!...
Era a nossa frase do dia. Era a Paz que queríamos levar a retornar para nós.
Neste período soubemos que o João iniciou e interrompeu o tratamento. À alegria de o saber internado sucedeu a frustração de o ver novamente na rua ostentando as mesmas mazelas, algumas chagas, o velho vício...
Soubemos ainda que uma outra, mãe de uma moça altamente drogada, também iniciou o tratamento. 
Encaminhámos um casal para a Norte Vida e aguardamos notícias. 
Às vezes a ajuda é necessária mais próximo de nós do que pensamos: que o digam os jovens escuteiros que já tiveram de socorrer outros jovens... Ninguém está a salvo de se colocar incautamente em situações de perigo. É preciso sabê-lo e evitá-lo.
Em Setembro continuaremos.
Até lá vamos amealhar experiências  e procurar soluções. E mantermo-nos alerta, (sempre!) e disponíveis para dar a nossa mão a quem dela necessitar.

C. F.