quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para consolidar a unidade de uma nova Europa não basta fazer apelo aos interesses económicos, advertiu Bento XVI

Recebendo nesta segunda-feira, no Vaticano, duas delegações oficiais provenientes da República ex-Jugoslava da Macedónia e da Bulgária, vindas a Roma, para a já tradicional romagem em memória de São Cirilo e São Metódio, evangelizadores dos povos eslavos, Bento XVI sublinhou a importância de aprofundar e consolidar a unidade europeia, reconhecendo o Cristianismo como “um elemento central e qualificante” na “complexa história” do Continente.
Na audiência concedida ao Presidente da Macedónia, Gjorge Ivanov, com a esposa e séquito, o Santo Padre recordou que, no anúncio do Evangelho, “estes santos irmãos enviados aos povos eslavos” se confrontaram com grandes dificuldades, por eles enfrentadas com “inabalável confiança na Senhor”.

“Eles foram animados pela paixão de dar a conhecer o Evangelho de Cristo, pelo que se prodigalizaram em fazer conhecer a doutrina cristã, compilando-a em livros escritos em língua eslava. O que constituiu sem dúvida um acontecimento decisivo para o crescimento e o desenvolvimento da civilização e da cultura eslava, em geral”.
O empenho de Cirilo e Metódio em tornar acessível às populações a mensagem da Revelação constituiu “motivo de unidade para tradições e culturas diferentes” – observou o Papa, que prosseguiu: “Acolhendo o projecto salvífico de Deus, os povos podem reencontrar os alicerces para edificar civilizações e sociedades permeadas de espírito de reconciliação e de convivência pacífica. Não pode existir unidade real sem o respeito pela dignidade de cada pessoa humana e dos seus direitos inalienáveis”. Também na audiência à delegação búlgara, liderada pela Presidente do Parlamento de Sófia, Tsetska Tsacheva, Bento XVI pôs em relevo “a importância espiritual e cultural” destes dois “pioneiros da evangelização da Europa”, reconhecidos e apreciados tanto no Oriente como no Ocidente. São Cirilo e São Metódio – sublinhou o Papa – “favoreceram uma ampla renovação espiritual e puseram as bases para uma autêntica promoção da liberdade e da unidade da Europa cristã”. Para Bento XVI, “a unidade do Continente, que vai progressivamente maturando nas consciências, delineando-se também no aspeto político, constitui uma perspetiva de grande esperança” .
“Os Europeus estão chamados a empenhar-se para criar as condições de uma profunda coesão e de uma efectiva colaboração entre os povos. Para edificar sobre bases sólidas a nova Europa, não basta fazer apelo unicamente aos interesses económicos, mas é necessário insistir sobretudo nos valores autênticos que têm como fundamento a lei moral universal, inscrita no coração de cada homem”.
Fonte: Rádio Vaticano Foto: Portal Um

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