quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hoje é dia dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

«Bendizei o Senhor todos os Seus anjos, [...] que executais a Sua vontade» (Sl 102,20-21)

Celebramos hoje a festa dos santos anjos. [...] Mas que podemos dizer destes espíritos angélicos? Eis o que nos diz a fé: acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim, os bens do Senhor que «nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passaram pelo pensamento do homem» (1Cor 2,9). O que pode um simples mortal dizer sobre este assunto a outros mortais, ele que é incapaz de conceber tais coisas? [...] Se é impossível falar da glória dos santos anjos em Deus, podemos pelo menos falar da graça e do amor que eles manifestam relativamente a nós, pois gozam, não apenas de uma dignidade incomparável, mas também de um espírito de serviço cheio de bondade. [...] Não podendo compreender a sua glória, deixamo-nos prender tanto mais fortemente à misericórdia de que estão cheios estes familiares de Deus, cidadãos do céu e príncipes do paraíso. O próprio apóstolo Paulo, que contemplou com os seus olhos a corte celestial e que conheceu os seus segredos (2Cor 12,2), atesta que todos os anjos são «espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação» (2Cor 12,2). Não tomeis tal afirmação por inconcebível, pois o Criador, o próprio Rei dos anjos, «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Que anjo desdenharia pois tal serviço, onde o precedeu Aquele que os anjos servem no céu com pressa e alegria? 
Comentário de São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja, 1º Sermão para a festa de São Miguel 

São Miguel Arcanjo



















"Miguel" que significa: "Quem como Deus?" é o defensor do Povo de Deus no tempo de angústia. É o padroeiro da Igreja universal e aquele que acompanha as almas dos mortos até o céu.

São Gabriel Arcanjo















"Gabriel" - que significa "Deus é forte" ou "aquele que está na presença de Deus" - aparece no assim chamado evangelho da infância como mensageiro da Boa Nova do Reino de Deus, que já está presente na pessoa de Jesus de Nazaré, nascido de Maria.
É ele quem anuncia o nascimento de João Baptista e de Jesus. Anuncia, portanto, o surgimento de uma nova era, um tempo de esperança e de salvação para todos os homens. É ele quem, pela primeira vez, profere aquelas palavras que todas as gerações hão-de repetir para saudar e louvar a Virgem de Nazaré: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". 

São Rafael Arcanjo














"Rafael"- que quer dizer "medicina dos deuses" ou "Deus cura" - foi o companheiro de viagem de Tobias. É o anjo benfazejo que acompanha o jovem Tobias desde Nínive até à Média; quem o defende dos perigos e patrocina o seu casamento com Sara. É ele quem tira da cegueira o velho Tobias. É aquele que cura, que expulsa os demónios. São Rafael é o companheiro de viagem do homem, seu guia e seu protector nas adversidades.


Livro de Daniel 7,9-10.13-14.
 
«Continuava eu a olhar, até que foram preparados uns tronos, e um Ancião sentou-se. Branco como a neve era o seu vestuário, e os cabelos da cabeça eram como de lã pura; o trono era feito de chamas, com rodas de fogo flamejante.
Corria um rio de fogo que jorrava da parte da frente dele. Mil milhares o serviam, dez mil miríades lhe assistiam. O tribunal reuniu-se em sessão e foram abertos os livros.
Contemplando sempre a visão nocturna, vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um filho de homem. Avançou até ao Ancião, diante do qual o conduziram.
Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um império eterno que não passará jamais, e o seu reino nunca será destruído.»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo S. João 1,47-51.
 
Naquele tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele:
«Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael:
«Donde me conheces?»
Respondeu-lhe Jesus:
«Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael:
«Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus:
«Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou:
«Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje


"Queridos filhos! Convido-vos para que este seja um tempo de testemunho para todos vós. Vós, os que viveis no amor de Deus e experimentaram os seus dons, testemunhai com as vossas palavras e a vossa vida para que sejais alegria e estímulo para a fé dos demais. Eu estou convosco e intercedo incessantemente diante de Deus por todos, para que a vossa fé seja sempre viva e alegre no amor de Deus.
Obrigado por terdes respondido ao meu apelo."


25 de Setembro de 2011
Retirado do sítio Medjugorje.org
Bento XVI na audiência geral das quartas-feiras no Vaticano
Bento XVI Não há futuro sem Deus!


Como seria de esperar, foi à sua viagem à Alemanha que Bento XVI dedicou a audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, recordando as diversas etapas da visita, considerando-a “uma grande festa de fé” e dando graças a Deus pelos “intensos e estupendos dias passados no (seu) país de origem”: “Antes de mais, dou graças ao Senhor pela possibilidade que me ofereceu de encontrar as pessoas e de falar de Deus, de rezar em conjunto e de confirmar os irmãos e irmãs na fé, segundo o especial mandato que o Senhor confiou a Pedro e aos seus sucessores. Esta viagem, que tinha como lema «Onde há Deus, há futuro», foi de facto uma grande festa da fé”.
Bento XVI declarou ter regressado da Alemanha com sentimentos de “profunda gratidão a Deus e real confiança no futuro da Igreja”, evocando com especial destaque o discurso pronunciado no parlamento federal, o Bundestag, frisando que “a democracia e a liberdade nada têm a temer de Deus, princípio de todo o bem; antes, está nele o suporte fundamental para uma convivência estável dos homens na paz e na justiça”. Por isso, quantos crêem em Deus – e, por maioria de razão, todos os cristãos – devem unir as suas forças na única tarefa verdadeiramente urgente e necessária: dar Deus ao mundo de hoje, que, frequentemente, O ignora ou se desinteressa dele. É que não há futuro sem Deus”, insistiu.
O Papa quis agradecer o “caloroso e entusiasta acolhimento” na sua terra natal, tanto por parte da Igreja como das “autoridades políticas e civis”. Sobre a celebração com os responsáveis da Igreja Evangélica Alemã e a visita ao antigo convento onde viveu Martinho Lutero, antes de promover a reforma que o levou à separação de Roma, o Papa repetiu apelos sobre a necessidade de “caminhar rumo à plena unidade” no cristianismo sem “fabricar” a fé. Bento XVI quis ainda lembrar o convite deixado no dia final da estadia em Friburgo, sudoeste alemão, relativo à necessidade de libertar a Igreja, numa sociedade secularizada, dos “fardos materiais e políticos”, para que “sejamos cada vez mais transparência de Deus”.

As palavras do Papa em português

"Queridos irmãos e irmãs,
Foi com profunda gratidão a Deus e real confiança no futuro da Igreja que regressei da minha Pátria Alemã, depois da terceira visita que lá efectuei como Sucessor de Pedro. A todos, fui repetindo: «Onde há Deus, há futuro»! Nos vários encontros e colóquios, nas celebrações em geral, mas particularmente na Eucaristia com o povo de Deus, era possível ver de novo como é Deus que dá à nossa vida o sentido mais profundo, a verdadeira plenitude; mais ainda, que só Deus dá a todos nós um futuro. Assim, no Parlamento federal, recordei que a democracia e a liberdade nada têm a temer de Deus, princípio de todo o bem; antes, está n’Ele o suporte fundamental para uma estável convivência dos homens na paz e na justiça. Por isso, quantos crêem em Deus – e, por maior força de razão, todos os cristãos – devem unir as suas forças na única tarefa verdadeiramente urgente e necessária: dar Deus ao mundo de hoje, que, frequentemente, O ignora ou se desinteressa d’Ele. É que não há futuro sem Deus!
Amados peregrinos de língua portuguesa, cordiais saudações para todos vós, de modo especial para os fiéis de Piracicaba e Belo Horizonte, de Bauru e Apucarana: convido-vos a olhar com confiança o vosso futuro em Deus. Com a graça de Cristo, sois capazes de levar ao mundo o fogo do amor de Deus. Sobre vós e vossas famílias desça a minha Bênção."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

«Bispo de Évora quer paróquias atentas aos mais necessitados


O arcebispo de Évora considera que a crise generalizada revelou entre os cristãos um espírito de “voluntariado quase incansável”, que importa agora desenvolver ao nível das paróquias. “Seria bom que em cada uma houvesse um pequeno núcleo de pessoas que estivessem particularmente atentas às situações de maior carência”, sublinha D. José Alves, em entrevista ao programa “Ser Igreja” , um magazine religioso da responsabilidade da arquidiocese emitido pela Rádio Sim.
Antes do lançamento do novo ano pastoral, marcado para o próximo dia 5 de outubro – Dia da Igreja diocesana – o prelado convida os fiéis a implementarem um “sentido de fraternidade e de colaboração”, que permita “ir ao encontro” daqueles que estão a passar por dificuldades económicas e sociais.
“Se isto fosse tomado a sério, muitos dos problemas se resolveriam”, aponta o arcebispo, confirmando também que, à semelhança do ano passado, a arquidiocese vai procurar canalizar as verbas recolhidas junto da comunidade para ajudar instituições sociais, como a Caritas diocesana.
Além da aposta em iniciativas que contribuam para amenizar a situação de crise, o programa pastoral 2011-2012 desafia os cristãos eborenses a não descurarem o “encontro com Cristo”, através da leitura do Evangelho de São Marcos, e a privilegiarem o “aprofundamento da fé”.
D. José Alves realça que irá ser dada uma “atenção muito particular à Pastoral Juvenil e Vocacional”, aproveitando o “élan” conseguido a partir das Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, em Madrid, e dos “75 anos do agrupamento de escuteiros em Évora”.»
Fonte: Agência Ecclesia / JCP
Comissão Episcopal Portuguesa de Pastoral Social
Balanço positivo no final do encontro nacional sobre desenvolvimento e ação caritativa


«O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social (CEPS), organismo da Igreja Católica em Portugal, apelou em Fátima ao desenvolvimento de “formas de economia solidária” para fugir ao “espartilho fatalista dos mercados”. D. Carlos Azevedo falava no final do 27.º Encontro da Pastoral Social, que decorreu em Fátima juntando mais de cem participantes em três dias de trabalho em volta do tema «Desenvolvimento local, caridade global».
Para este responsável, “a gravidade dos problemas requer a cooperação no terreno” e os cristãos “devem intervir e organizar-se em grupos, em serviços paroquiais”.
Neste contexto, o presidente da CEPS confirmou a existência de “contactos” com o governo e os seus organismos, para “desenhar respostas concretas” face àquilo que foi apontado no Programa de Emergência Social apresentado pelo executivo.
Sobre o encontro nacional, o prelado considera que a iniciativa mostrou que “é possível ser solidário nos sítios e nas situações” que preocupam as populações, promovendo o “envolvimento das comunidades”.
O também bispo auxiliar de Lisboa destacou as “experiências muito positivas” apresentadas em Fátima, “a nível das escolas, do voluntariado bem preparado” e da ecologia.
Segundo o presidente da CEPS, a “caridade global” de que se falou no encontro “implica ter em conta as várias dimensões das pessoas”, em particular “o sentido, o gosto da vida”.
No atual momento de crise, acrescentou, importa “mobilizar para a participação” e promover uma “profunda transformação de mentalidades” como decorrente da “dimensão política da fé”. Aos cristãos, acrescentou, cabe uma presença “nas várias soluções possíveis, na política concreta dos partidos”, sem deixar de “pensar os problemas e encontrar uma via de futuro, própria de quem acredita”.
Mais tarde, na homilia da missa conclusiva do encontro, D. Carlos Azevedo disse aos participantes que “Cristo continua a clamar, a gritar nas vozes dos atingidos pela crise atual”. “Sustentados e associados pelo sacrifício redentor de Cristo, também cada um e cada uma de nós nos dispomos, no altar da vida, a ser perseguidos por amar a justiça e a verdade, a ser incompreendidos por obedecermos às necessidades dos que nos são próximos, a resistir com serena esperança”, apontou.
Durante os trabalhos, a CEPS, lançou um conjunto de “indicações práticas”, apelando à criação de “serviços paroquiais de ação social” em todo o país.»

domingo, 25 de setembro de 2011

26º domingo do tempo comum


Evangelho segundo S. Mateus 21, 28-32 


Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo:
«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha.' Mas ele respondeu: 'Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi.  Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: 'Vou sim, senhor.’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?»
Responderam eles: «O primeiro.»
Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»


As leituras para este domingo, bem como análise e propostas de reflexão podem ser encontradas no Portal dos Dehonianos
Foto: Ordem dos Carmelitas Espanha

sábado, 24 de setembro de 2011


Hoje é dia de Nossa Senhora das Mercês
No ano de 711, os árabes repeliram os visigodos para as montanhas das Astúrias e conquistaram quase toda a Península. Foram precisos seis séculos para os expulsar.  Durante este período foi levado para África grande número de cristãos. Os que abraçavam o islamismo eram tratados como homens livres; os outros eram vendidos como escravos ou assassinados. Para os libertar era necessário pagar o resgate. Como nem todas as famílias tinham posses para libertar seus familiares, S. Pedro Nolasco fundou, em 1218, a Ordem das Mercês ou da Redenção dos Cativos. A própria Virgem, numa aparição, incitou a isso. Pedro contou a sua visão a S. Raimundo de Penhaforte e ao rei Jaime I, de Aragão. Os três conseguiram pôr em prática o projecto. Graças ao seu heroísmo e à generosidade dos cristãos, a obra foi fecunda em resultados e só terminou com o desaparecimento da pirataria. Dizia o Breviário Romano que "foi com o fim de agradecer a Deus e à Santíssima Virgem os benefício de tal Instituição que se estabeleceu a festa de Nossa Senhora das Mercês". 
Fonte: O Evangelho Quotidiano Foto: O Povo

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

São Pio de Pieltrecina


«Quero ser apenas um pobre frade que reza».


Tal como o apóstolo Paulo, o Padre Pio de Pietrelcina colocou, no vértice da sua vida e do seu apostolado, a Cruz do seu Senhor como sua força, sabedoria e glória. Abrasado de amor por Jesus Cristo, com Ele se configurou imolando-se pela salvação do mundo. Foi tão generoso e perfeito no seguimento e imitação de Cristo Crucificado, que poderia ter dito: «Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gál 2, 19). E os tesouros de graça que Deus lhe concedera com singular abundância, dispensou-os ele incessantemente com o seu ministério, servindo os homens e mulheres que a ele acorriam em número sempre maior e gerando uma multidão de filhos e filhas espirituais.
Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina, na arquidiocese de Benevento, filho de Grazio Forgione e de Maria Giuseppa de Nunzio. Foi baptizado no dia seguinte, recebendo o nome de Francisco. Recebeu o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão, quando tinha 12 anos.
Aos 16 anos, no dia 6 de Janeiro de 1903, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, tendo aí vestido o hábito franciscano no dia 22 do mesmo mês, e ficou a chamar-se Frei Pio. Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, no dia 27 de Janeiro de 1907, a dos votos solenes. Depois da Ordenação Sacerdotal, recebida no dia 10 de Agosto de 1910 em Benevento, precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde. Em Setembro desse ano de 1916, foi mandado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até à morte.
Abrasado pelo amor de Deus e do próximo, o Padre Pio viveu em plenitude a vocação de contribuir para a redenção do homem, segundo a missão especial que caracterizou toda a sua vida e que ele cumpriu através da direcção espiritual dos fiéis, da reconciliação sacramental dos penitentes e da celebração da Eucaristia. O momento mais alto da sua actividade apostólica era aquele em que celebrava a Santa Missa. Os fiéis, que nela participavam, pressentiam o ponto mais alto e a plenitude da sua espiritualidade.
No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da «Casa Sollievo della Sofferenza» (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.
Para o Padre Pio, a fé era a vida: tudo desejava e tudo fazia à luz da fé. Empenhou-se assiduamente na oração. Passava o dia e grande parte da noite em colóquio com Deus. Dizia: «Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-Lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus». A fé levou-o a aceitar sempre a vontade misteriosa de Deus. Viveu imerso nas realidades sobrenaturais. Não só era o homem da esperança e da confiança total em Deus, mas, com as palavras e o exemplo, infundia estas virtudes em todos aqueles que se aproximavam dele.O amor de Deus inundava-o, saciando todos os seus anseios; a caridade era o princípio inspirador do seu dia: amar a Deus e fazê-Lo amar. A sua particular preocupação: crescer e fazer crescer na caridade.
A máxima expressão da sua caridade para com o próximo, ve-mo-la no acolhimento prestado por ele, durante mais de 50 anos, às inúmeras pessoas que acorriam ao seu ministério e ao seu confessionário, ao seu conselho e ao seu conforto. Parecia um assédio: procuravam-no na igreja, na sacristia, no convento. E ele prestava-se a todos, fazendo renascer a fé, espalhando a graça, iluminando. Mas, sobretudo nos pobres, atribulados e doentes, ele via a imagem de Cristo e a eles se entregava de modo especial. Exerceu de modo exemplar a virtude da prudência; agia e aconselhava à luz de Deus. O seu interesse era a glória de Deus e o bem das almas. A todos tratou com justiça, com lealdade e grande respeito.
Nele refulgiu a virtude da fortaleza. Bem cedo compreendeu que o seu caminho haveria de ser o da Cruz, e logo o aceitou com coragem e por amor. Durante muitos anos, experimentou os sofrimentos da alma. Ao longo de vários anos suportou, com serenidade admirável, as dores das suas chagas. Quando o seu serviço sacerdotal esteve submetido a investigações, sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Frente a acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores directos e de sua própria consciência. Recorreu habitualmente à mortificação para conseguir a virtude da temperança, conforme o estilo franciscano. Era temperante na mentalidade e no modo de viver.
Consciente dos compromissos assumidos com a vida consagrada, observou com generosidade os votos professados. Foi obediente em tudo às ordens dos seus Superiores, mesmo quando eram gravosas. A sua obediência era sobrenatural na intenção, universal na extensão e integral no cumprimento. Exercitou o espírito de pobreza, com total desapego de si próprio, dos bens terrenos, das comodidades e das honrarias. Teve sempre uma grande predilecção pela virtude da castidade. O seu comportamento era, em todo o lado e para com todos, modesto. Considerava-se sinceramente inútil, indigno dos dons de Deus, cheio de misérias e ao mesmo tempo de favores divinos. No meio de tanta admiração do mundo, ele repetia: «Quero ser apenas um pobre frade que reza».
Desde a juventude, a sua saúde não foi muito brilhante e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente. A irmã morte levou-o, preparado e sereno, no dia 23 de Setembro de 1968; tinha ele 81 anos de idade. O seu funeral caracterizou-se por uma afluência absolutamente extraordinária de gente.
No dia 20 de Fevereiro de 1971, apenas três anos depois da morte do Padre Pio, Paulo VI, dirigindo-se aos Superiores da Ordem dos Capuchinhos, disse dele: «Olhai a fama que alcançou, quantos devotos do mundo inteiro se reúnem ao seu redor! Mas porquê? Por ser talvez um filósofo? Por ser um sábio? Por ter muitos meios à sua disposição? Não! Porque celebrava a Missa humildemente, confessava de manhã até à noite e era – como dizê-lo?! – a imagem impressa dos estigmas de Nosso Senhor. Era um homem de oração e de sofrimento».
Já gozava de larga fama de santidade durante a sua vida, devido às suas virtudes, ao seu espírito de oração, de sacrifício e de dedicação total ao bem das almas. Nos anos que se seguiram à sua morte, a fama de santidade e de milagres foi crescendo cada vez mais, tornando-se um fenómeno eclesial, espalhado por todo o mundo e em todas as categorias de pessoas.
O Padre Pio foi beatificado no dia 2 de Maio de 1999 e proclamado santo no dia 16 de Junho de 2002 pelo Papa João Paulo II, estabelecendo o dia 23 de Setembro como data da sua festa litúrgica.
Fonte: Vaticano Foto: Copyright © L'OSSERVATORE ROMANO