Migrações: Crise aumenta xenofobia
A crise económica provoca um crescente xenofobismo e um aumento da fragilidade a que ficam sujeitas as comunidades migrantes, considerou hoje o padre Rui Pedro, conselheiro-geral da congregação dos missionários scalabrinianos.
“Procura-se um bode expiatório e não havendo trabalho para os europeus, muitos veem no trabalho dos imigrantes, a causa do desemprego nacional”, afirmou o missionário de uma congregação cujo trabalho pastoral tem por prioridade a atenção às pessoas migrantes.
A crise económica veio “pôr a nu” a situação de muitos imigrantes e, apesar de a “imigração ser necessária para ocupar trabalhos que hoje não são desejados pelos europeus”, assiste-se ao aumento de desemprego dentro das comunidades imigrantes, recorda.
Nos últimos meses a comunicação social tem noticiado a chegada de barcos com 20 mil imigrantes à ilha de Lampeduza, em Itália, um número grande, refere o sacerdote, “que Itália foi incapaz de acolher com as devidas condições e onde a Igreja, mais um vez, deu sinais de apoio e de resposta às necessidades destas pessoas”, a nível alimentar, de vestuário e médico-sanitário.
“São pessoas que chegam despojadas de toda a dignidade humana” e, na necessidade de acolher e garantir a dignidade de imigrantes, refugiados e “até mesmo traficantes”, o padre Rui Pedro considera que o Estado não está a cumprir as suas obrigações, mesmo tendo disponibilizado “uma grande verba do seu orçamento para atender estas situações”.
Mas o sacerdote missionário pede prudência na análise ao tratamento dado pelo Estado aos imigrantes.
“A ideologia do Estado não é a mais favorável ao acolhimento do imigrantes”, indica, mencionando a coligação de direita que compõe actualmente o governo italiano e que integra um dos partidos “mais racistas”, com um passado de “xenofobia”.
A entrada dos imigrantes via mar tem sido mediatizada muito devido a situações trágicas – nos últimos anos os números indicam terem perdido a vida no mar Mediterrâneo cerca de 16 mil pessoas - apesar de a maioria chegar via terrestre ou através dos aeroportos, indica o missionário.
Espanha e Turquia são também países apetecíveis para a entrada no continente europeu, após a guerra civil na Líbia e agitação política em alguns países árabes.
A congregação dos Scalabrinianos, com 600 missionários espalhados por 30 países, tem por objectivo reafirmar o “compromisso de fraternidade” na vivência e na missão de evangelizar e promover os “migrantes mais vulneráveis no complexo fenómeno da mobilidade humana”.
Até domingo, os superiores maiores e provinciais da congregação estão reunidos em assembleia geral da rede internacional scalabriniana para as migrações, na Amora (Setúbal), onde têm a única comunidade em Portugal, com o objectivo de adequar o seu trabalho à atual situação migratória no mundo.
Esta reflexão passa, segundo Rui Pedro, pelo reforço da presença da congregação nas fronteiras entre os Estados Unidos da América e o México, entre o México e a Guatemala, também entre a Bolívia e a Argentina e no continente africano, entre a África do Sul e Moçambique.
Dado o envelhecimento dos missionários, o conselheiro-geral dá conta de uma “opção pelas metrópoles”, com maiores comunidades em menos locais.
Fonte: LS/PR/Agência Ecclesia Foto: Solidariedade
“Procura-se um bode expiatório e não havendo trabalho para os europeus, muitos veem no trabalho dos imigrantes, a causa do desemprego nacional”, afirmou o missionário de uma congregação cujo trabalho pastoral tem por prioridade a atenção às pessoas migrantes.
A crise económica veio “pôr a nu” a situação de muitos imigrantes e, apesar de a “imigração ser necessária para ocupar trabalhos que hoje não são desejados pelos europeus”, assiste-se ao aumento de desemprego dentro das comunidades imigrantes, recorda.
Nos últimos meses a comunicação social tem noticiado a chegada de barcos com 20 mil imigrantes à ilha de Lampeduza, em Itália, um número grande, refere o sacerdote, “que Itália foi incapaz de acolher com as devidas condições e onde a Igreja, mais um vez, deu sinais de apoio e de resposta às necessidades destas pessoas”, a nível alimentar, de vestuário e médico-sanitário.
“São pessoas que chegam despojadas de toda a dignidade humana” e, na necessidade de acolher e garantir a dignidade de imigrantes, refugiados e “até mesmo traficantes”, o padre Rui Pedro considera que o Estado não está a cumprir as suas obrigações, mesmo tendo disponibilizado “uma grande verba do seu orçamento para atender estas situações”.
Mas o sacerdote missionário pede prudência na análise ao tratamento dado pelo Estado aos imigrantes.
“A ideologia do Estado não é a mais favorável ao acolhimento do imigrantes”, indica, mencionando a coligação de direita que compõe actualmente o governo italiano e que integra um dos partidos “mais racistas”, com um passado de “xenofobia”.
A entrada dos imigrantes via mar tem sido mediatizada muito devido a situações trágicas – nos últimos anos os números indicam terem perdido a vida no mar Mediterrâneo cerca de 16 mil pessoas - apesar de a maioria chegar via terrestre ou através dos aeroportos, indica o missionário.
Espanha e Turquia são também países apetecíveis para a entrada no continente europeu, após a guerra civil na Líbia e agitação política em alguns países árabes.
A congregação dos Scalabrinianos, com 600 missionários espalhados por 30 países, tem por objectivo reafirmar o “compromisso de fraternidade” na vivência e na missão de evangelizar e promover os “migrantes mais vulneráveis no complexo fenómeno da mobilidade humana”.
Até domingo, os superiores maiores e provinciais da congregação estão reunidos em assembleia geral da rede internacional scalabriniana para as migrações, na Amora (Setúbal), onde têm a única comunidade em Portugal, com o objectivo de adequar o seu trabalho à atual situação migratória no mundo.
Esta reflexão passa, segundo Rui Pedro, pelo reforço da presença da congregação nas fronteiras entre os Estados Unidos da América e o México, entre o México e a Guatemala, também entre a Bolívia e a Argentina e no continente africano, entre a África do Sul e Moçambique.
Dado o envelhecimento dos missionários, o conselheiro-geral dá conta de uma “opção pelas metrópoles”, com maiores comunidades em menos locais.
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