Na Nigéria, eleição do presidente Goodluck originou chacina de cristãos
São relatos impressionantes que chegam da Nigéria, e que falam de um país dividido pelo credo religioso. “Os cristãos do norte nunca viram antes este tipo de violência contra a igreja”, denuncia a Voz dos Mártires, uma associação evangélica a trabalhar em África.
“Nós temos um relatório que fala em mais de 31 mil pessoas fugitivas. A Cruz Vermelha confirmou que 276 pessoas ficaram feridas. Centenas de cristãos foram mortos”, acrescenta a mesma fonte.
Esta chacina de cristãos é uma consequência dos protestos violentos que eclodiram em toda a região muçulmana do norte da Nigéria a 18 de Abril, após a vitória eleitoral do Presidente Goodluck Jonathan.
Multidões enfurecidas queimaram casas de non-Hausa/Fulani (não-muçulmanos), assim como carros e igrejas. Estes motins provocaram mais de 800 mortos em apenas três dias, conforme foi então anunciado pela insuspeita organização Human Rights Watch.
Em comunicado, citado pela agência AFP, a organização internacional de defesa dos direitos humanos salientou que as vítimas “foram mortas em três dias de motins em 12 estados do Norte”, dos 36 em que está dividido aquele país africano, após as eleições de 16 de Abril. Segundo a Cruz Vermelha da Nigéria, a violência originou ainda cerca de 74 mil deslocados.
Os confrontos opuseram comunidades de etnias e religiões diferentes da Nigéria, um país dividido entre o norte dominado pelos muçulmanos e o sul, de maioria cristã. E isso esteve na génese dos motins, que eclodiram após a vitória nas eleições presidenciais do actual chefe de Estado, Goodluck Jonathan, um cristão do sul, sobre o seu principal rival, Muhammadu Buhari, um muçulmano do norte.
Além das centenas de mortos, foram ainda queimadas cerca de centena e meia de igrejas no país. O rasto de destruição está espalhado nas principais cidades do país: Gombe, Bauchi, Daura, Katsina, Funtua e Malunfashi.
A destruição foi de tal ordem que os responsáveis da igreja católica do país não sabem como apoiar tantos refugiados nem como iniciar a recuperação de tantos templos.
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS Foto: Mission News
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