Vaticano convida China para diálogo
O Vaticano convidou as autoridades chinesas para um “diálogo sincero e respeitoso” para melhorar as relações com a Igreja Católica e “superar as dificuldades do momento actual”. Em comunicado, responsáveis da Santa Sé aludem aos problemas de relacionamento entre a hierarquia designada pelo Papa e o regime de Pequim, que levou à divisão dos católicos chineses.
Em 2010, contrariando uma prática que se mantinha há vários anos, o regime chinês ordenou um bispo sem o consentimento do Papa e a Associação Patriótica Católica (APC), subordinada a Pequim, promoveu uma assembleia de representantes católicos que foi criticada pela Santa Sé. A APC foi criada em 1957, para evitar "interferências estrangeiras", em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.Os membros da comissão manifestam o seu reconhecimento pelo interesse do Papa, que seguiu os trabalhos e deixou o convite à oração no próximo dia 24 de Maio “pela Igreja na China”.Na mensagem, os participantes neste encontro manifestam “dor pelas provações” que dizem afectar os católicos no país asiático, falando num “clima geral de desorientação e ansiedade face ao futuro”.
O comunicado do Vaticano alude ao “triste episódio” da ordenação episcopal de Chengde, reafirmando a sua decisão de não a considerar “inválida”, mas “gravemente ilegítima”, por ser conferida sem mandato pontifício.
A Santa Sé pede aos bispos envolvidos nesta ordenação que procurem “esclarecer a sua posição aos sacerdotes e fiéis”, professando “novamente a sua fidelidade ao Sumo Pontífice” e reparando o “escândalo interno que foi causado”.
Quanto à oitava assembleia nacional dos representantes católicos, o comunicado da Santa Sé retoma a carta escrita por Bento XVI, em 2007, aos fiéis da China, sublinhando que nenhum organismo “estranho à estrutura da Igreja” pode estar acima dos bispos e orientar a vida das comunidades eclesiais.
Nesse contexto, o Vaticano manifesta “viva preocupação” perante a necessidade de escolher bispos para várias dioceses que se encontram vacantes e destaca a importância de promover a formação dos “seminaristas e religiosas, dentro e fora da China”.
Fonte: OC/Agência Ecclesia Foto: El Espacio de Jaime
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