Madre Clara: uma mulher que se atirou ao «terreno difícil»
A santidade patente em Madre Maria Clara “não se acomodou à situação, não se atrelou à Igreja de forma infantil, antes em atitude madura e activa” – disse D. Carlos Azevedo, esta quarta-feira, na vigília preparatória para a beatificação de Madre Clara.
Na primeira das três vigílias, realizada na Igreja de S. Miguel-Queijas (Lisboa), o bispo auxiliar de Lisboa, referiu que “Clara não legitimou tomadas de posição anacrónicas, fora do tempo, não se fechou em casta de privilegiados, mas atirou-se ao terreno difícil, ultrapassou barreiras, que a muitos pareciam intransponíveis”.
Madre Maria Clara será beatificada dia 21, no Estádio do Restelo (Lisboa), numa celebração que será presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, sendo o representante do Papa, o cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.
Na sua homilia do tríduo preparatório para a beatificação da fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), o prelado realçou também que a futura beata “teve de sofrer perseguições logo ao nascer da congregação, aguentou longos e injustos processos judiciais, campanhas caluniosas, julgamentos precipitados de superiores da Igreja, até a tentativa de deposição de superiora”, mas “reagia às provações com confiança, humildade e serena alegria”.
“Só vidas carregadas de atitudes concretas como a da Mãe Maria Clara transpiram a santidade, são transparência da Trindade santíssima” – salientou D. Carlos Azevedo na homilia.
A santidade “não se confunde com a indiferença perante a realidade, com a insensibilidade perante os dramas humanos, não passa ao lado dos problemas para andar de bem com todos” – acrescentou.
Hoje haverá também uma vigília, na Igreja de Nossa Senhora do Amparo-Benfica (Lisboa) que será presidida por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, e amanhã decorrerá na Igreja de Santa Maria de Belém e terá como presidente D. António Montes, bispo de Bragança-Miranda.
A futura beata Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de Junho de 1843, e recebeu o hábito de Capuchinha, em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.
A religiosa foi enviada a Calais, França, a 10 de Fevereiro de 1870, para fazer o noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação, pelo que abriu a primeira comunidade da CONFHIC em S. Patrício - Lisboa, no dia 3 de maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de Março de 1876, a Congregação é aprovada pela Santa Sé.
A «mãe Clara», como é popularmente conhecida, morreu em Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1899, e o seu processo de canonização viria a iniciar-se em 1995.
FFonte: LFS/Agência Ecclesia Foto: Vicariato Episcopal Urbano
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