quinta-feira, 12 de maio de 2011

Carta da Congregação para a Doutrina da Fé vai chegar a todas as Conferências Episcopais no dia 16 de Maio

Vaticano publica normas para casos de pedofilia

O Vaticano prepara-se para publicar normas reguladoras para casos de abusos sexuais a menores cometidos por clérigos, no seguimento dos episódios que abalaram a Igreja Católica um pouco por todo o mundo.
Segundo anunciou hoje a Sala de Imprensa da Santa Sé, o documento será enviado a todas as Conferências Episcopais a partir de 16 de Maio, e é da responsabilidade da Congregação para a Doutrina da Fé.
Em Maio do ano passado, no início da sua visita a Portugal, Bento XVI já havia sublinhado que “o perdão não substitui a justiça”, considerando ainda que o envolvimento eclesial em casos de abusos sexuais contra crianças deveria fazer a Igreja reconhecer a "terrível verdade" de que “a maior perseguição não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado da Igreja”.
Depois disso, em  Novembro último, foi o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal William Levada, quem tomou a palavra, destacando a importância de lidar com estes casos de forma “coordenada e eficaz”.
Num encontro entre 150 cardeais de todo o mundo e o Papa, o prelado norte-americano antecipou uma “actualização da legislação canónica relativa ao delito de abuso sexual sobre menores” e destacou a “mais ampla responsabilidade dos bispos na tutela dos fiéis que lhes são confiados”.
Aludiu depois ao exemplo de “escuta e acolhimento das vítimas” por parte de Bento XVI e falou da “colaboração com as autoridades civis”.
No final da reunião ficou o compromisso para uma “protecção mais eficaz de crianças e jovens”, bem como “uma atenta  selecção e formação dos futuros sacerdotes e religiosos”.
Recorde-se que depois de chegarem a conhecimento público os diversos casos de abusos sexuais, perpetrados nos últimos anos por membros da hierarquia católica, Bento XVI garantiu “tolerância zero” contra a pedofilia.
Foram também várias as ocasiões em que o Papa pediu o perdão das vítimas, chegando mesmo a reunir-se com algumas delas, em países onde os casos tiveram origem, como Estados Unidos ou Reino Unido.
JCP/Agência Ecclesia

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