sábado, 23 de abril de 2011

Sábado Santo

«Estava a mãe dolorosa... »

Estava a Mãe dolorosa, junto da cruz lacrimosa, enquanto Jesus sofria.

Uma longa e fria espada, nessa hora atribulada, o seu coração feria.

Oh quão triste e tão aflita padecia a Mãe bendita, entre blasfémias e pragas,

Ao olhar o Filho amado, de pés e braços pregado, sangrando das Cinco Chagas!

Quem é que não choraria, ao ver a Virgem Maria, rasgada em seu coração,

Sem poder em tal momento, conter as fúrias do vento e os ódios da multidão!

Firme e heróica no seu posto, viu Jesus pendendo o rosto, soltar o alento final.

Ó Cristo, por vossa Mãe, que é nossa Mãe também, dai-nos a palma imortal.

Maria, fonte de amor, fazei que na vossa dor convosco eu chore também.

Fazei que o meu coração seja todo gratidão a Cristo de quem sois Mãe.

Do vosso olhar vem a luz que me leva a ver Jesus na sua imensa agonia.

Convosco, ó Virgem, partilho das penas do vosso Filho, em quem minha alma confia.

Mãos postas, à vossa beira, saiba eu, a vida inteira, guiar por Vós os meus passos.


E quando a noite vier, eu me sinta adormecer no calor dos vossos braços.

Virgem das Virgens, Rainha, Mãe de Deus, Senhora minha, chorar convosco é rezar.

Cada lágrima chorada lembra uma estrela tombada do fundo do vosso olhar. 

No Calvário, entre martírios, fostes o Lírio dos lírios, todo orvalhado de pranto.

Sobre o ódio que O matava, fostes o amor que adorava o Filho três vezes santo.

A cruz do Senhor me guarde, de manhã até à tarde, a minha alma contrita.

E quando a morte chegar, que eu possa ir repousar à sua sombra bendita.

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