sábado, 30 de abril de 2011

«Fui estrangeiro e me recebestes»
Trabalhadores cristãos pedem «especial atenção» para migrantes







O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) quer fazer do próximo dia 1 de Maio um tempo de «especial atenção e solidariedade» para todos os migrantes.
«Estas pessoas não são criminosas nem interesseiras, como nos querem fazer acreditar alguns Governos, mas pessoas que deixam tudo à procura de trabalho, pessoas que lutam pela própria sobrevivência e a dos seus familiares» realça o organismo, num comunicado enviado à agência de notícias Ecclesia.
Antecipando as comemorações marcadas para o próximo domingo, Dia Internacional dos Trabalhadores, o MMTC desafia todos os seus membros e a sociedade em geral «para que unam as suas forças na luta por uma vida digna para todos os migrantes, lutando contra a sua discriminação e exploração».
Sob o lema bíblico «Fui estrangeiro e me recebestes», sindicatos, movimentos laborais e organizações sociais são chamados a ser uma voz activa na promoção dos direitos daqueles que, por uma multiplicidade de factores, têm de abandonar a pátria para conseguirem uma «vida melhor», deixando a família, arriscando a vida, sujeitando-se à discriminação, ao emprego precário, isto quando lhes é concedido um visto de entrada e estadia.
«Quem deixa o seu país enfrenta realidades inesperadas, pondo-se muitas vezes nas mãos de desconhecidos que não dão informações fiáveis, que usam e se aproveitam da dor, da necessidade e da falta de conhecimento» apontam os trabalhadores cristãos.
Para além de «criar consciência nos países a que chegam os migrantes e refugiados», para que as nações percebam o «alto valor humano» destas pessoas, é preciso alterar o paradigma económico dominante.
«São mão-de-obra barata e potencial de emprego descartável, para que nos países ricos os preços sejam mais baixos» lamenta o mesmo organismo.
Os trabalhadores cristãos querem sobretudo maior «justiça» no tratamento de uma comunidade migrante que, em Portugal, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), atinge atualmente as 440 mil pessoas.

JCP / Agencia Ecclesia

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