sábado, 30 de abril de 2011

Bento XVI convidou rádios e televisões nacionais a defenderem o valor do dialogo, da paz e do  desenvolvimento



Os massa media como as rádios e as televisões devem alimentar cada dia uma correcta e equilibrada informação e um debate aprofundado para encontrar as melhores soluções partilhadas sobre questões como o respeito da vida humana, a defesa da família, os direitos humanos, o acolhimento dos migrantes, os desequilíbrios económicos e sociais entre os países, a pobreza, a procura de uma solução pacífica para os conflitos.
Foi o que afirmou neste sábado o Papa Bento XVI recebendo em audiência no Palácio Apostólico de Castelgandolfo os participantes na 17ª assembleia das rádios da EBU/UER – European Broadcasting Union / União Europeia de Radiodifusão, que se efectuou no Vaticano por ocasião dos 80 anos de fundação da Rádio Vaticano.
«O inteiro ensinamento da Igreja sobre este sector – disse o Papa – a partir dos discursos de Pio XII, passando através dos documentos do Concilio Vaticano II, até às minhas mensagens mais recentes sobre as novas tecnologias digitais, é atravessado por uma veia de optimismo, de esperança e de simpatia sincera em relação àqueles que se empenham neste campo para favorecer o encontro e o diálogo, servir a comunidade humana, contribuir para o crescimento pacifico da sociedade».
«Vós bem conheceis – prosseguiu o Papa – as preocupações que a Igreja católica nutre a propósito do respeito da vida humana, da defesa da família, do reconhecimento dos direitos autênticos e das justas aspirações dos povos, dos desequilíbrios que causam subdesenvolvimento e fome em tantas partes do mundo, do acolhimento dos migrantes, do desemprego e da segurança social, das novas pobrezas e marginalizações sociais, das descriminações e das violações da liberdade religiosa, do desarmamento e da procura de soluções pacificas para os conflitos».
«Há vinte anos, em 1991 – disse ainda Bento XVI - quando o Venerável João Paulo II que amanhã terei a alegria de beatificar, recebia a vossa assembleia geral no Vaticano, encorajava a desenvolver a vossa colaboração mútua para favorecer o crescimento da comunidade dos povos do mundo».
«Hoje – acrescentou – penso nos processo em curso nos países do Mediterrâneo e no Médio Oriente, vários dos quais são também membros da vossa Associação. Sabemos que as novas formas de comunicação desempenharam e desempenham um papel não secundário nestes mesmos processos».
«Faço votos - disse Bento XVI a concluir – de que saibais colocar os vossos contactos internacionais e as vossas actividades ao serviço de uma reflexão e de um empenho para que os instrumentos das comunicações sociais sirvam o diálogo, a paz e o desenvolvimento solidário dos povos, superando as distâncias culturais, a desconfiança ou o medo».
Fonte: Rádio Vaticano
Índia: país atravessa onda de violência anti-cristã

Episódios de violência anti-cristã marcaram os últimos dias e também as festividades pascais na Índia. Por causa disso, organizações como o “Catholic Secular Forum” (CSF) condenaram já esta onda de violência e lançaram o recrutamento de voluntários que, de todas as áreas do país, assinalem casos de perseguições para manter a atenção da opinião pública sobre esta situação e defender os direitos humanos das minorias religiosas.
Os mais recentes episódios de violência foram registados em Madhya Pradesh, Maharashtra e Kerala. Em Madhya Pradesh (centro da Índia), o pastor protestante Ramesh Devda foi agredido por extremistas hindus e abandonado em estado de inconsciência no distrito de Meghnagar.
Uma violência cega e inesperada, que aconteceu na Sexta-Feira Santa, justificável somente com o ódio religioso.
Em Maharashtra (Índia centro-ocidental), no distrito de Palghar, os radicais hindus organizaram um ataque contra a assembleia de uma comunidade cristã tribal, impedindo as celebrações da Quinta-Feira Santa e da Páscoa.
O facto causou a indignação e um forte apelo dos líderes cristãos locais pela liberdade de culto que o Estado deve garantir aos cidadãos. Depois do episódio, a polícia prendeu seis cristãos acusando-os de “conversões ilícitas”.
Em Kerala (sul da Índia), onde os casos de violência são raros, militantes da organização extremista hindu do grupo "Rashtriya Swayamsevak Sangh" (RSS) pararam e agrediram alguns jovens cristãos que estavam a distribuir cópias do Evangelho.
O CSF lançou uma campanha para o recrutamento de jovens cristãos que desejam contribuir para a defesa dos direitos humanos e das minorias religiosas.
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS

Roma recorda João Paulo II com mostras fotográficas

Roma recorda João Paulo II com mostras fotográficas

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roma é novamente conquistada por João Paulo II. A cidade já está pronta para receber todos aqueles que quiserem participar da beatificação de Papa Wojtyla. Para muitos será inclusive a primeira vez que vêm a Roma. Por isso a cidade preparou uma série de eventos paralelos, como mostras fotográficas de João Paulo II para recordar os momentos mais particulares do pontificado do Papa polaco.
«Beatus» e «No altar de Deus» são os títulos das exposições promovidas, respectivamente, pela Província de Roma e pelos Museus Capitolinos. Entre as diversas imagens do futuro beato há muitas fotos inéditas.
A Província de Roma, em colaboração com o Serviço Fotográfico vaticano apresenta no Palácio Valentini, em Roma, uma série de 132 fotografias tiradas pelo fotógrafo particular de Papa Wojtyla, Arturo Mari, muitas delas inéditas. A mostra apresenta as imagens de Wojtyla dos seus anos vividos na sua terra natal, a Polónia, até o período vaticano com as viagens em Itália e no exterior, os encontros, as audiências pontifícias, as visitas às paróquias romanas.
Foram apresentados os momentos mais significativos dos 27 anos de pontificado de Wojtyla, como o encontro com Ali Agca, o terrorista que cometeu o atentado contra o Papa, no Cárcere de Rebbibia na véspera de Natal de 1983, ou o abraço com Madre Teresa de Calcutá. A exposição é dividada em cinco secções: «De Wadowice», «Um Papa romano», «Encontros e viagens», «Um homem como nós» e «O Papa das crianças».
Por sua vez, a mostra nos Museus Capitolinos, com o título «No altar de Deus», apresenta as suas 100 viagens apostólicas, os encontros com as pessoas em 150 fotografias. Também é apresentado um vídeo que conta a biografia de Papa Wojtyla.
O prefeito de Roma, na inauguração do evento, comentou a exposição: «Nós temos que fazer todos os esforços possíveis para transmitir a todos a imagem de João Paulo II, porque quando há um acto religioso deste género pensa-se na santidade, na transcendência, mas há o dado profundamente humano que deve ser vivido. Nós queremos evocar a humanidade, a sua obra extraordinária. Esta mostra, assim como as outras actividades destes dias, contribuem para esta evocação: queremos que quem vier a Roma nos próximos dias sinta a presença de João Paulo II».
Quebra nos donativos no Algarve
obriga Caritas a alterar critérios de ajuda

A Caritas do Algarve admitiu quarta-feira passada que vai ter de estabelecer critérios de ajuda social mais apertados, devido a uma redução de 45 por cento no valor das verbas reunidas no peditório público deste ano.
Em entrevista à Folha de Domingo, o presidente daquela Caritas Diocesana referiu que «perante o actual aumento de pedidos vão ter de ser ainda mais selectivos e apoiar rigorosamente os de maior carência». Isto depois dos donativos recolhidos terem atingido apenas os 3.065 euros, contra os 5.551 euros recebidos o ano passado.
Segundo Carlos Oliveira, «algumas empresas que contribuíam para o peditório deixaram de o fazer», assim como «a grande maioria das pessoas».
O responsável diz compreender esta situação, já que perante o actual quadro de crise «as pessoas terão de pensar duas vezes, tendo em conta o seu desafogo financeiro para o dia a dia».
Esperava, no entanto, contar com o contributo de «algumas comunidades paroquiais» que ainda não sentiram o «peso» que este tipo de iniciativas pode ter, no futuro dos mais necessitados.
JCP/Agência Ecclesia

Um vídeo por dia com João Paulo II

2005 - Santo subito
«Fui estrangeiro e me recebestes»
Trabalhadores cristãos pedem «especial atenção» para migrantes







O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) quer fazer do próximo dia 1 de Maio um tempo de «especial atenção e solidariedade» para todos os migrantes.
«Estas pessoas não são criminosas nem interesseiras, como nos querem fazer acreditar alguns Governos, mas pessoas que deixam tudo à procura de trabalho, pessoas que lutam pela própria sobrevivência e a dos seus familiares» realça o organismo, num comunicado enviado à agência de notícias Ecclesia.
Antecipando as comemorações marcadas para o próximo domingo, Dia Internacional dos Trabalhadores, o MMTC desafia todos os seus membros e a sociedade em geral «para que unam as suas forças na luta por uma vida digna para todos os migrantes, lutando contra a sua discriminação e exploração».
Sob o lema bíblico «Fui estrangeiro e me recebestes», sindicatos, movimentos laborais e organizações sociais são chamados a ser uma voz activa na promoção dos direitos daqueles que, por uma multiplicidade de factores, têm de abandonar a pátria para conseguirem uma «vida melhor», deixando a família, arriscando a vida, sujeitando-se à discriminação, ao emprego precário, isto quando lhes é concedido um visto de entrada e estadia.
«Quem deixa o seu país enfrenta realidades inesperadas, pondo-se muitas vezes nas mãos de desconhecidos que não dão informações fiáveis, que usam e se aproveitam da dor, da necessidade e da falta de conhecimento» apontam os trabalhadores cristãos.
Para além de «criar consciência nos países a que chegam os migrantes e refugiados», para que as nações percebam o «alto valor humano» destas pessoas, é preciso alterar o paradigma económico dominante.
«São mão-de-obra barata e potencial de emprego descartável, para que nos países ricos os preços sejam mais baixos» lamenta o mesmo organismo.
Os trabalhadores cristãos querem sobretudo maior «justiça» no tratamento de uma comunidade migrante que, em Portugal, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), atinge atualmente as 440 mil pessoas.

JCP / Agencia Ecclesia

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Estudo coloca em causa noção de Europa católica
 
Uma campanha de sondagem a nível mundial, promovida pela empresa Ipsos, veio colocar em causa a noção de uma Europa católica, ao pôr a nu uma acentuada descrença em Deus ou noutro Ser Superior.
«Penso que este estudo ajuda a fazer tocar algumas campainhas de atenção sobre aquilo que está a acontecer na sociedade contemporânea e, do ponto de vista da Igreja Católica em Portugal, é uma boa altura para meditar sobre os perigos de se instalar,» realça Carlos Liz, representante da entidade, especialista em estudos de consumidor e opinião pública, numa entrevista à Agência Ecclesia. 
O inquérito, realizado entre 2 e 14 de Março, envolveu perto de 19 mil pessoas, representativas de 24 países de todo o globo – desde nações em grande desenvolvimento, como a Rússia, o Brasil ou a Índia, outras actualmente em crise económica, como a Espanha ou a França, e ainda regiões do chamado Terceiro Mundo, como a Indonésia.
Tinha por base três perguntas essenciais, relacionadas com a existência ou não de Deus ou de outra entidade superior, a vida para além da morte e a origem da vida humana.
A partir dos resultados, foi possível verificar desde logo um mundo dividido, em que 51 por cento se diz crente em um (45%) ou vários deuses (6%); e outros 48 por cento em crise acentuada de crença (30%) ou que não acreditam em nada (18%). 
«No caso europeu, o que me chamou mais a atenção foi o facto de Portugal estar rodeado de países em processo de descrença acelerado, como por exemplo a Espanha e a França, que durante bastante tempo foram referências culturais para o nosso país» realça Carlos Liz, que identifica ainda uma relação de dependência bastante acentuada entre os níveis de bem-estar social e de crença.
Países emergentes, como o Brasil, Rússia e Índia, surgem com «francamente crentes», ao contrário de Espanha e de França, onde «os fenómenos de instabilidade social e económica hão-de ter algum reflexo» exemplifica.
Olhando também para nações como a Itália, Polónia, verificamos que, apesar de serem países tradicionalmente apontados como católicos, e o último ter dado até ao mundo um dos mais recentes Papas, João Paulo II, o estudo revela níveis de descrença total em Deus ou de dúvida na ordem dos 47 e 44 por cento, respectivamente.
Para o responsável pelo estudo, que tem colaborado com as ordens religiosas portuguesas na área do marketing, a fatia da «fé intermitente», que no total dos países inquiridos atinge os 30 por cento, deve servir como um desafio aos responsáveis católicos de todo o mundo, para «não descansarem na forma».
«Esta distância e sobretudo o ‘às vezes acredito, outras vezes não’, é uma matéria que pode ser trabalhada pela Igreja, pois quando há dúvidas as coisas ainda estão em aberto» sublinha. Interessa agora «verificar se Portugal acompanha esta tendência», sustenta ainda, revelando que este inquérito poderá ser lançado em breve no nosso país.
(...)
JCP / Agência Ecclesia
João Paulo II: Caixão trasladado para junto do túmulo de São Pedro
Corpo vai ser exposto à veneração dos fiéis após a celebração da beatificação

















O caixão de João Paulo II foi hoje retirado do seu túmulo e colocado junto ao de São Pedro, primeiro Papa da Igreja Católica, onde vai ficar até à manhã de domingo, anunciou o porta- voz do Vaticano.
Em conferência de imprensa, o padre Federico Lombardi referiu que os trabalhos «começaram esta manhã, por parte do pessoal da fábrica de São Pedro», com a retirada da lápide de mármore, conservada intacta, a qual seguirá para Cracóvia, na Polónia, para ser colocada numa nova igreja, dedicada ao futuro beato.
Segundo o Vaticano, o caixão de Karol Wojtyla (1920-2005) permanecerá no piso inferior da basílica de São Pedro até ao final do rito de beatificação, sendo depois colocado à «veneração dos fiéis» em frente ao altar principal deste espaço.
Lombardi estimou que a trasladação definitiva para a capela de São Sebastião, onde o túmulo do beato João Paulo II irá ficar, tenha lugar no final da tarde da próxima segunda-feira, de forma privada, com a basílica fechada. Esta capela fica localizada na nave da basílica do Vaticano, junto da famosa «Pietà» de Miguel Ângelo.
Na breve cerimónia desta manhã participaram, entre outros, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, e o secretário particular de João Paulo II, cardeal Stanislaw Dziwisz.
No caixão, além da cruz e das armas do pontificado, está uma inscrição em latim identificando João Paulo II, com uma breve síntese da sua vida, incluindo datas de nascimento e de morte, para além da duração do seu pontificado.
O programa completo das celebrações ligadas à beatificação inicia-se a 30 de abril com uma vigília ao ar livre, no Circo Máximo de Roma, momento em que haverá uma ligação em directo a cinco locais de culto dedicados à Virgem Maria, em todo o mundo, incluindo o santuário de Fátima.
A missa da beatificação decorre na praça de São Pedro, a partir das 10:00 (menos uma hora em Lisboa), podendo os fiéis entrar, livremente, a partir das 05:00.
A beatificação foi anunciada a 14 de janeiro, depois da publicação do decreto que comprovava um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II, Karol Wojtyla (1920-2005), relativo à cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria da doença de Parkinson.
OC / Agência Ecclesia

Ordenado na China bispo chinês com aprovação do Papa

Ordenado na China bispo chinês com aprovação do Papa





















Dom Paolo Ling Jiansen foi ordenado bispo para a diocese chinesa de Jiangmen, com aprovação do Papa Bento XVI, informou a agência italiana Ansa. A ordenação contou, além disso, com o reconhecimento do governo de Beijing - uma concordância inédita recente entre o Vaticano e Beijing.
A aprovação pelo Papa ocorreu após a diocese, que fica na província de Guangdong, ficar «sede vacante» por quase quatro anos. Representes do Vaticano disseram ter ficado «aliviados» pela cerimónia ter ocorrido sem nenhum incidente ou obstrução por forças do governo.
De acordo com a Ansa, cerca de 1300 fieis participaram na cerimónia de ordenação, presidida pelo bispo Gan Junqiu, da diocese de Gangzhou, e concelebrada pelos bispos Liao Hongqing, de Meizhou, e Su Yongda, de Zhanjiang. Também participaram os bispos Tan Yanquan, de Nanning, da província de Guangxi, Dom Suguang, de Nanchang, da província de Jiangxi, e Dom Shen Bin, de Haimen, todos reconhecidos pelo Vaticano.
Aos 46 anos, Dom Liang, que completou os seus estudos no seminário de Wuhan e foi ordenado sacerdote em 1991, irá comandar uma diocese que abrange 20 mil fieis católicos. Ela era vigário-geral em Jiangmen desde 1991 e havia sido eleito bispo em 2009.
A chamada Igreja Católica Patriótica surgiu em 1957 e é subordinada em última instância ao governo chinês. Ela divide cerca de dez milhões de fieis católicos chineses com a Igreja Católica «Subterrânea», obediente a Bento XVI e a Roma, e por isso considerada clandestina no país.

Fonte: gaudiumpress.org / Foto: GreatWall + blog.pucp.edu.pe

Um vídeo por dia com João Paulo II

2000 - Última visita do Santo Padre a Portugal

Bispo da diocese francesa de Angers anuncia a 68ª cura de Lourdes

Anunciada a 68ª cura de Lourdes

Serge François, o miraculado


















Em comunicado público, o bispo da diocese francesa de Angers, Dom Emmanuel Delmas, reconheceu o restabelecimento no dia 12 de Abril de 2002 de Serge rançois, um fiel da sua jurisdição, como um milagre de Lurdes, contabilizando assim a 68ª cura por intervenção da Virgem, que apareceu na cidade francesa.
François sofria de dor no nervo ciático tipo S1 esquerdo, o que lhe ocasionava uma invalidez lombar marcada; precisava de tratamento analgésico constante, mas curou-se milagrosamente, após rezar diante da Gruta de Lourdes, beber água e lavar o rosto na fonte de Massabielle.
Os médicos que o examinaram oito anos após a sua cura constataram que ela «havia sido súbita, completa no aspecto funcional, sem relação com alguma terapia particular e durável».
Para o bispo de Angers, trata-se de uma cura «inexplicável», ainda mais se for levado em conta «o estado actual da ciência». Segundo o prelado, a cura de François deve ser considerada «como um dom pessoal de Deus para este homem, como um acontecimento de graça, como um signo de Cristo Salvador».
A cidade de Lurdes, em França, foi o lugar eleito pela Virgem para confirmar ao mundo - em 1858 - que ela nasceu livre do pecado original, e onde ela anunciou a uma simples pastorinha, Bernadette, o surgimento da famosa fonte de Massabielle e pediu a construção de uma capela. Por tudo isto, Lurdes não é apenas sinónimo de devoção mariana, mas também lugar de evocação de milagres.

Fonte: gaudiumpress.org

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Últimos preparativos na Praça de São Pedro
para a cerimónia de beatificação de João Paulo II
























A azáfama dos preparativos de última hora e a presença de milhares de peregrinos dão hoje um outro colorido à Praça de São Pedro, que começou a ser decorada para a beatificação de João Paulo II, no próximo domingo.
Um ecrã gigante, um painel fotográfico e estandartes que assinalam os 26 anos e meio de pontificado de Karol Wojtyla (1920-2005) juntam-se a centenas de cadeiras e às flores que começam a ser colocadas junto ao altar onde o actual Papa, Bento XVI, vai presidir à celebração.
Fora da Praça, está ainda a ser montada a estrutura metálica destinada a acolher as televisões de todo o mundo que vão acompanhar o acontecimento, que acontece pouco mais de seis anos após a morte de Wojtyla, o primeiro Papa polaco.
Da Polónia chegaram já milhares de pessoas, que se vão distribuindo por Roma, mas há também peregrinos de outras nacionalidades, incluindo vários portugueses e brasileiros que chegaram à capital italiana esta manhã, vindos dos aeroportos de Lisboa e do Porto.
Assinalando esta celebração, o Vaticano inaugura na sexta-feira uma mostra dedicada a João Paulo II, em conjunto com as autoridades polacos, para «ilustrar a vida e o pontificado de Karol Wojtyla».
A exposição, dividida em 15 secções, foi hoje apresentada aos jornalistas acreditados junto da sala de imprensa da Santa Sé, com a presença do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, diante do qual foi ainda lançada, oficialmente, uma emissão filatélica conjunta entre o Estado da Cidade do Vaticano e os Correios da Polónia (Poczta Polska).
A beatificação foi anunciada a 14 de Janeiro, depois da publicação do decreto que comprovava um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II, Karol Wojtyla (1920-2005), relativo à cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria de Parkinson, tal como o Papa polaco.
A beatificação é a liturgia que propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus e autoriza o seu culto público na Igreja Católica.

OC / Agência Ecclesia
Grupo muçulmano da Malásia
declara “guerra santa” contra cristãos

Grupos muçulmanos realizaram protestos, nos últimos dias, na Malásia, e declararam «guerra santa» contra os cristãos «extremistas» que insultem e ridicularizem a posição do Islão no país. Uma denominada Organização Muçulmana de Defesa do Islão (Pembela), que reúne cerca de 20 grupos, fez este protesto depois da distribuição, em Putrajaya, de Bíblias em língua malaia.
O porta-voz do grupo, Yusri Mohamad, disse que os cristãos estão a começar a desafiar e a destruir o «status» e a soberania do islão como religião do Estado.
Na raiz destes conflitos está a polémica distribuição de milhares de exemplares da Bíblia em língua malaia em que se fez o uso da palavra «Alá» em referência a Deus, o que muitos consideraram como podendo «criar confusão e prejudicar a ordem pública», além de ter sido entendido ainda como uma forma de aliciar os muçulmanos a converterem-se ao cristianismo.
A Pembela considerou que se pretende colocar em causa a soberania do Islão no país, afirmando que haveria uma missão escondida com o objectivo de se injectar o pluralismo religioso, o secularismo e o liberalismo que, afirmam, podem minar a integridade e a identidade dos muçulmanos na Malásia.

Bispo de Oyo na Nigéria, Emmanuel Badejo

«As violências são fomentadas por quem quer perpetuar a corrupção»

 











«A violência sem sentido, os homicídios e destruições nalguns Estados da Nigéria do norte são uma tragédia quase certamente fomentada e alimentada por pessoas e forças que se obstinam em manter a Nigéria nos tempos sóbrios da corrupção e das fraudes: pessoas poderosas ao ponto de fazê-lo» – afirmou Dom Emmanuel de Badejo, Bispo de Oyo, em comentário publicado pelo Catholic News Service da Nigéria. Após as eleições presidenciais, nalguns estados do norte da Nigéria eclodiram violentas desordens e verificaram-se atentados com dinamite, que provocaram mortos e feridos. A eleição de governadores de 36 Estados da Federação Nigeriana (realizada nalguns estados a 26 de Abril e marcada para dia 28 noutros) foi marcada por violências.
Dom Badejo rechaça a superficial justificação sobre cristãos e muçulmanos como explicação para a crise que o país atravessa, mas põe em causa os políticos locais. «Não nos devemos iludir que esta seja apenas obra de ateus, pessoas ignorantes ou elementos ‘desviados’. Como a Conferência Episcopal da Nigéria e outros repetidamente afirmaram pouco antes das eleições, se os homens potentes e as forças responsáveis por estes actos criminosos e destruidores não forem apresentados à justiça, continuar-se-á a dar-lhes campo livre para trabalhar, matar, mutilar e destruir na Nigéria. Não é possível fazer eleições livres, iguais e críveis onde as balas voam sobre as cabeças das pessoas e circulam machados e tochas para semear morte e destruição» – continua o Bispo de Oyo. «Devemos agir com firmeza e velocidade. Os políticos não vêm de outro planeta. Ele estão entre nós e as suas acções podem ser monitorizadas e estudadas do ponto de vista legal, se necessário. Em momentos como este, o que um líder precisa é de coragem. E o nosso país precisa de numerosos líderes desse tipo. Somente líderes como estes podem manter a sua honra e honrar a herança mais duradoura. Todos aqueles que agem com violência devem recordar que, em toda a história, os que antes deles agiram assim tiveram um triste fim» – concluiu Dom Badejo.
Fonte: Agência Fides /
L.M.

 Vigário Apostólico de Trípoli

«Sinal verde às bombas: uma derrota para a humanidade»

















«Segunda-feira de Páscoa assistimos a um bombardeamento terrível em Trípoli, mas isso não impediu os fiéis de estarem presentes na Igreja. Fiquei particularmente impressionado com o número de filipinos que vieram não só para rezar mas para se encontrar, para estar juntos. São pessoas realmente dedicadas ao serviço dos doentes» – disse à Agência Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli. «Nestes dias, visitamos também alguns centros nas redondezas de Trípoli, para encontrar os católicos presentes para a Páscoa. - acrescentou Dom Martinelli - Infelizmente, não pudemos ir a outros centros». O Vigário Apostólico de Trípoli reitera à Fides a sua amargura pelo facto de não se querer encontrar uma via pacífica para resolver a crise: «as Nações Unidas decidiram fazer a guerra e não admitem mais o diálogo como meio para resolver as controvérsias. Todos querem continuar a perseguir a solução das bombas. É uma coisa triste, terrível, mesmo porque não mudará nada. É uma derrota para a humanidade». 
A respeito da decisão das autoridades de Trípoli de envolver as tribos locais para mediar uma saída da crise na cidade de Misurata, há semanas no centro de um dramático confronto entre rebeldes e forças regulares, e onde a situação dos civis é dramática, Dom Martinelli comentou: «Acredito que seja a coisa mais razoável, mesmo porque a crise líbia não se limita exclusivamente à pessoa de Kadaffi, mas envolve todo o sistema de relações. Não se deve limitar a Misurata, mas é preciso encontrar um modo de envolver as tribos do diálogo também no resto da Líbia» – concluiu o Vigário Apostólico.
Fonte: Agência Fides / L.M

Apoio económico para os sacerdotes anglicanos acolhidos na Igreja católica


A St. Barnabas Society, organização de caridade com sede em Inglaterra e na Irlanda, ofereceu $ 160,000 (cerca de 108 mil euros) aos sacerdotes anglicanos que ingressaram na Igreja Católica. «É um gesto muito generoso, amplamente apreciado» – lê-se em declaração do Arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, difundida pela CNA. «É uma expressão concreta da generosidade que o Santo Padre nos pede para demonstrar com aqueles que ainda procuram a plena comunhão com a Igreja católica». Recentemente 20 sacerdotes e 600 leigos provenientes de diversas áreas da Inglaterra foram admitidos à plena comunhão com a Igreja Católica. De entre os primeiros a aderir ao Ordinariato de Our Lady of Walsingham, estão cinco ex-bispos anglicanos com as suas respectivas esposas. Muitos sacerdotes que deixaram as paróquias anglicanas não têm mais direito à remuneração e são sustentados economicamente pelo Ordinariato. No dia 15 de Abril, o Ordinariato anunciou ter recebido da St. Barnabas Society $ 160,000. A Organização considera vital o apoio económico aos anglicanos acolhidos na Igreja católica, já que muitos perdem não apenas o trabalho mas também as suas casas. A contribuição económica será distribuída através do clero e dos religiosos, dependendo das suas necessidades, no período a partir do seu ingresso na Igreja Católica, na Páscoa, até à sua ordenação, no Pentecostes. A St. Barnabas Society é mantida graças a donativos de congregações católicas, pessoas físicas e heranças. Durante o ano, interveio também a favor de outros sacerdotes e religiosos provenientes de outras confissões religiosas que se converteram ao catolicismo.
Fonte: (AP) (27/4/2011 Agência Fides)
Papa faz apelo à população de Lampedusa

O Papa Bento XVI fez ontem, no final da audiência geral, um apelo para a população da ilha italiana de Lampedusa. Em declaração dirigida especificamente a um grupo de moradores da ilha que estava entre os 20 mil fiéis presentes na celebração, o Santo Padre pediu para que o povo local continuasse a acolher os imigrantes e refugiados do norte da África.
O Papa Bento XVI também se dirigiu às autoridades responsáveis
«Saúdo os fiéis de Lampedusa e encorajo-os a continuar no apreciado compromisso com solidariedade aos irmãos imigrantes que encontram na ilha um primeiro asilo de acolhimento», declarou. Contudo, o pontífice não deixou de apelar para as autoridades responsáveis: «Ao mesmo tempo, desejo que os órgãos competentes prossigam com as indispensáveis acções de tutela da ordem social, no interesse de cada cidadão».
O apelo do Santo Padre vem como resposta ao descontentamento gerado na população local pelo crescente número de imigrantes africanos que têm chegado à ilha de Lampedusa diariamente. O maciço número de refugiados superlotou os centros de acolhimento da região italiana, gerando protestos da população. Por causa disso, o Governo do país tomou medidas como devolver alguns imigrantes aos seus países de origem ou transferir parte deles para outros centro de acolhimento de Itália.
Os cidadãos que têm desembarcado na ilha de Lampedusa são geralmente de origem tunisina, egípcia e líbia e vêm para a ilha fugidos dos recentes conflitos políticos que acontecem nos seus países.
Fonte: Gaudium Press (com informações da Ansa)
Novo sítio electrónico para os leigos

O Pontifício Conselho para os Leigos, em consonância com a necessidade de se modernizar e estar em sintonia com as modernas linguagens virtuais e de comunicação, como o próprio Papa Bento XVI tantas vezes já apregoou, prepara-se para lançar um novo sítio, mais colorido, mais dinâmico, mais atraente. A nova página www.laici.va estará disponível a partir do próximo Sábado, 30 de abril.
A data não foi escolhida à toa. Estar «no ar» na vigília da beatificação de João Paulo II é uma forma de homenagear o pontífice que deu importante impulso ao apostolado dos leigos e que instituiu a Jornada Mundial da Juventude, pela qual o dicastério é responsável, diz o Vaticano.
O sítio estará disponível em quatro línguas - italiano, inglês, espanhol e francês - e, segundo o Vaticano, contará com um aparato gráfico rico de imagens, trazendo notícias e aprofundamentos sobre as actividades do dicastério.
O sítio irá mostrar o quotidiano do Pontifício Conselho com uma ilustração detalhada da sua estrutura, por exemplo: superiores, chefes de secção, secretariado, membros e consultores. Além disso, haverá secções com um grande número de páginas relativas ao trabalho dos diversos sectores, dedicados ao associativismo leigo, aos movimentos eclesiais e às novas comunidades; à Pastoral Juvenil, com particular atenção para a Jornada Mundial da Juventude; à vocação e à missão da mulher na Igreja e no mundo, à relação da Igreja com o mundo do desporto e da cultura, etc.
Nas páginas das secções, informam ainda os responsáveis, poderão ser encontrados em vários idiomas textos de aprofundamento sobre temas que dizem respeito aos fiéis leigos e a sua actuação no mundo, notícias sobre o reconhecimento e a aprovação dos estatutos das novas associações, novos programas do dicastério, os últimos volumes publicados, entre outros. Vídeos e fotos terão um espaço aumentado no novo sítio.
A nova página foi realizada pelo serviço de internet do Vaticano e, de acordo com o Vaticano, foi a primeira a ser criada pelo departamento com um novo sistema de «web content management», moderna ferramenta de gestão de conteúdos na internet.
Constituição húngara protege a vida desde a concepção e reconhece raízes cristãs do país

Com a assinatura do presidente Pál Schmitt, a Hungria promulgou uma nova Constituição nacional. No novo texto da Carta Magna, que entra em vigor no dia 1 de Janeiro do ano que vem, há protecção explícita e textual de valores caros para os católicos do país e do mundo inteiro.
O texto aprovado pelo Congresso no dia 17 de Abril protege a vida desde o momento da concepção, impedindo qualquer possibilidade de legalização do aborto por procuração, por exemplo. Também estabelece que o matrimónio é a união entre um homem e uma mulher, blindando a eventualidade de reconhecimento de «matrimónios homossexuais».
Num sentido histórico, e num acontecimento também histórico, o preâmbulo da nova Constituição orgulha-se e faz um reconhecimento de seu passado cristão, iniciado com Santo Estevão, rei da Hungria, há um milénio. «Nós, membros do Parlamento eleito a 25 de Abril de 2010, somos conscientes da nossa responsabilidade frente ao homem e frente a Deus. Estamos orgulhosos de que há um milénio o nosso rei, Santo Estevão, nos fez formar parte da cristandade europeia. Reconhecemos o papel que o cristianismo teve na preservação da nossa nação», diz trecho do texto introdutório.
«Devíamos isso a uma cidadania que lutou durante os últimos 20 anos para que a democracia plena ressurgisse», explicava Janos Lazarzha, porta-voz do partido Fidesz, impulsor da reforma, ao destacar a intenção dos parlamentares em romper com qualquer resquício do passado comunista.
Num sentido de salvaguarda dos Direitos Humanos, segundo a tradição ocidental recente, a nova Constituição proíbe a discriminação «por nascimento, raça, cor, sexo, incapacidade, idioma, opiniões políticas ou de outro tipo, origem nacional ou social, religião ou propriedade de activos».
No entanto, nem tudo foram loas ao novo texto. A oposição - que se opôs durante a recta final do processo que desembocou na nova Carta - pediu que o texto fosse submetido a plebiscito.
Romenos abrigados pelo Vaticano

No domingo de Páscoa, um grupo de imigrantes romenos, cujo acampamento em Roma fora desocupado na sexta-feira pelas autoridades do governo, procurou refúgio na Basília vaticana de São Paulo Fora dos Muros. Segundo o comunicado emitido pelo padre Federico Lombardi, o grupo foi tratado adequadamente pela «Gendarmeria Vaticana», recebeu comida e em seguida assistência da Caritas local, sendo transferido temporariamente para uma casa de acolhimento.
Segundo o padre Federico Lombardi, Dom Fernando Filoni, substituto da Secretaria de Estado, foi à Basílica na parte da tarde prestar solidariedade e manifestar a proximidade do Papa ao grupo. Ainda segundo o porta-voz vaticano, o grupo, «algumas dezenas de pessoas», esteve no espaço colocado à disposição junto à Basílica, «onde puderam almoçar e permanecer sem particulares problemas nem tensões».
Ainda conforme o padre, pela tarde, com a mediação da Cáritas, foi encontrada uma solução com a transferência do grupo para a estrutura de acolhimento gerida pela cooperativa social «Domus», onde as famílias permaneceram unidas.
O comunicado enfatiza ainda que, «durante o curso do acontecimento, o comportamento da "gendarmeria" vaticana foi caracterizado pela correcção e humanidade, em estreita colaboração com os operadores da Caritas e com as competentes autoridades de segurança pública, de forma a favorecer o diálogo e a serenidade na procura das soluções mais oportunas».

 Novo horário da Vigília Mundial de Oração

O Santuário de Fátima informou que, por indicação do Vicariato de Roma, a Vigília de Oração de preparação da beatificação de João Paulo II agendada para este sábado, dia 30, terá início pelas 19 horas de Lisboa, uma hora mais cedo do que previsto.

Um vídeo por dia com João Paulo II

2000 - Beatificação de Jacinta e Francisco Marto



«A mensagem de Fátima é um apelo à conversão, alertando a humanidade para não fazer o jogo do "dragão" que, com a "cauda, arrastou um terço das estrelas do Céu e lançou-as sobre a terra". A meta última do homem é o Céu, sua verdadeira casa onde o Pai celeste, no seu amor misericordioso, por todos espera.
Deus não quer que ninguém se perca; por isso, há dois mil anos, mandou à terra o seu Filho "procurar e salvar o que estava perdido" (Lc 19, 10). E Ele salvou-nos com a sua morte na cruz; que ninguém torne vã aquela Cruz! Jesus morreu e ressuscitou para ser "o primogénito de muitos irmãos".














YouCat, catecismo para a juventude

O YouCat, o catecismo da Igreja Católica para os Jovens fomentado como preparação para a 26ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Madrid, será apresentado na Sala de Imprensa do Vaticano no dia 13 de Maio. O manual de 300 páginas, em 13 línguas, será lançado também em formato digital para iPhone e smartphone, afirmam os editores.
No prefácio do YouCat, o próprio pontífice ressalta: «Os jovens não são superficiais; ao contrário, querem saber em que consiste a vida. E este livro é fascinante porque fala-nos do nosso próprio destino».
O Cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; o Cardeal Christoph Schonborn, arcebispo de Viena; Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, e Bernhard Meuser, promotor e editor de YouCat apresentarão a iniciativa junto a dois jovens que colaboraram na preparação do catecismo: Nicolaus Magnis e Isabelle Meuser.
As Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid acontecerão de 16 a 21 de Agosto e contarão com a presença do Santo Padre Bento XVI

Fonte: gaudiumpress.org / Foto: rr.pt

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bispo chinês de Luoyang morre aos 91 anos





















O bispo católico de Luoyang, China,  - Igreja Católica subterrânea, leal ao Vaticano, por oposição à chamada Igreja Católica Patriótica -  morreu de ataque cardíaco durante a vigilia pascal na altura em que abençoava a água para os baptismos e e no dia em que celebrava 67 anos de ordenação sacerdotal. Com 91 anos de idade, o bispo foi preso várias vezes pelas autoridades chinesas e condenado a trabalhos forçados devido à sua lealdade ao Papa. O funeral realiza-se esta sexta-feira, 29.
O bispo Li nasceu a 6 de Janeiro de 1920 no seio de uma família profundamente católica e ordenou-se padre em 1944. De 1955 a 1970, foi preso e condenado várias vezes pelas autoridades chinesas. Em 1987, foi consagrado bispo de Luoyang. Desde de 2004 que sofria de problemas de coração. A Diocese de Luoyang tem cerca de 10 mil católicos, 20 padres e 30 freiras, noticiou a agência AsiaNews (Jian Mei)
Bispo de Kontum detido pela polícia por «baptizar»














O bispo de Kontum (Vietname), Michael Hoang Duc Oanh, que se preparava para celebrar a Eucarístia da Páscoa, foi detido pela polícia local ajudada por mulheres da Liga Comunista deste país asiático. Levado para a esquadra da polícia, foi acusado falsamente de ter «baptizado» convertidos ao cristianismo, o que não estava previsto na autorização para a celebração da Eucarístia. Trata-se de mais uma violação à lei da liberdade religiosa por parte da polícia vietnamita e pelos membros comunistas deste país. O mesmo bispo já havia sido detido na Noite de Natal quando se preparava para a celebrar a missa, noticia a agência AsiaNews no seu sítio electrónico.
Apesar das garantias dadas pelos responsáveis do país, o bispo Duc Oanh quando chegou ao local (uma aldeia onde nunca foi possível celebrar missa) encontrou uma atmosfera hostil provocada pela polícia e por mulheres comunistas que ultrajavam os católicos fiéis presentes no local, nomeadamente na fila criada para a o Sacramento da Reconciliação. O bispo e o padre estiveram retidos na esquadra e foram submetidos a interrogatório de longas horas.
A preocupação das autoridades comunistas do Vietname e as pressões que exercem junto dos responsáveis católicos deste país deve-se ao facto de na diocese de Kodum estar a acontecer uma conversão em massa das populações pobres e oprimidas pelo regime comunista.

J.B. An Dang /Asia News
Audiência  Geral de quartas-feiras do Papa Bento XVI

«Queridos irmãos e irmãs,
A Páscoa é o centro do mistério cristão, pois tudo tem como ponto de partida a ressurreição de Cristo. Da Páscoa irradia, como de um centro luminoso, toda a liturgia da Igreja, que dela toma o seu conteúdo e significado. A celebração litúrgica da morte e ressurreição de Cristo não é uma simples comemoração, mas a actualização no mistério dessa realidade pela qual Cristo iniciou uma nova condição do nosso ser homens: uma vida imersa na eternidade de Deus. Por isso, toda a nossa existência deve assumir uma forma pascal, como ensina São Paulo na Carta aos Colossenses: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto” (3,1). Longe de significar um desprezo das realidades terrenas, o Apóstolo diz-nos que devemos buscar aquilo que pertence ao “homem novo”, revestido de Cristo pelo Batismo, mas que tem necessidade incessante de se renovar à imagem d’Aquele que o criou. Cada cristão, bem como cada comunidade, que vive a experiência desta passagem de ressurreição, não pode deixar de converter-se em fermento novo no mundo, doando-se sem reservas às causas mais urgentes e justas, como demonstram os testemunhos dos Santos de todas as épocas e lugares».

Palavras do Papa em português 
 
«Queridos peregrinos de língua portuguesa, particularmente os portugueses vindos de Lisboa e da Sertã e os brasileiros de Poços de Caldas, a minha saudação, com votos duma boa continuação de santa Páscoa! Não podemos guardar só para nós a vida e a alegria que Cristo nos deu com a sua Ressurreição, mas devemos transmiti-la a quantos se aproximam de nós. Assim, fareis surgir no coração dos outros a esperança, a felicidade e a vida! Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção Apostólica».

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana 

Um vídeo por dia com João Paulo II

1991 - Novamente em Portugal
Novo documentário sobre o futuro beato João Paulo II não foi «um Papa por acaso»


«João Paulo II foi um grande contemplativo e um grande apóstolo de Cristo. Deus escolheu-o para a sede de Pedro e conservou-o por longo tempo para introduzir a Igreja no terceiro milénio. Com o seu exemplo, guiou-nos a todos nesta peregrinação e agora continua a acompanhar-nos do céu». Foi com esta declaração de Bento XVI que culminou a exibição de um novo documentário sobre João Paulo II no Vaticano.
A exibição de «Peregrino vestido de branco» foi especial para o Santo Padre, e contou com a presença do director da obra, o polaco Jaroslaw Szmidt. O director conversou com a agência de notícias Gaudium Press sobre a ideia, a história e outros elementos do filme.
«A própria presença do Santo Padre mostra uma grande aceitação para o nosso filme. Dá uma nobilidade ainda maior. Eu ainda não me dei conta de que o nosso filme tenha sido apresentado para Bento XVI. Também para mim foi um momento comovente, não conseguia pronunciar as palavras. Quando começamos os trabalhos sobre o filme, nem sonhava que o Papa pudesse vê-lo», declarou o director, depois da apresentação do seu último documentário, na Sala do Consistório no Vaticano.
«A nossa ambição - ressalta o director - foi aquela de mostrar que João Paulo II não era só um Papa de um país distante. Mas que era o Papa também de uma cidade plenamente europeia, de Cracóvia. Da capital cultural que lhe deu uma nova perspectiva no mundo e o havia preparado. Tínhamos intenção de mostrar que o nosso Papa não era Papa por acaso. Que era um Papa bem preparado para esta função através da cultura polaca e do Concílio Vaticano II», continuou o jovem director.
Para Szmidt, o seu documentário não tem a obrigação de apontar as graças e os erros do pontificado: «Quisemos que fosse um encontro pessoal com um homem, com um Papa, uma viagem intensa que cinematograficamente uniria as gerações. Sei que até agora foram feitos mais de 150 filmes sobre o Papa. Alguém poderia perguntar o que de novo se pode contar sobre o Papa. Tratava-se mais de dar um outro olhar ao homem e aos seus sucessos mundiais. Que seria um olhar da minha geração de 78».
O conceito é confirmado pelo resto da equipa do filme. Os dois guionistas representam duas gerações, o próprio Szmidt e Mariusz Wituski, mais velho. Trata-se de um filme independente realizado completamente com fundos de produtores privados.
«Quisemos que o filme não fosse somente sobre as "kremowki " (doce polaco de creme) e sobre o sorriso do Papa» - ressalta o director. No nosso filme há também as palavras importantes do pontífice. Há frases que devem permanecer dentro de nós. Por exemplo que a Igreja não traz ao mundo outra cultura ou raça, mas Cristo. Ele foi assim para África. Estes momentos no nosso filme existem e são importantes. Nós queríamos somente ser portadores destas emoções e destes temas».
Segundo o director, a ideia foi principalmente contar, de um maneira moderna, a história de João Paulo II não somente sob o prisma da sensibilidade polaca, mas também sob o prisma das pessoas que estiveram ao lado do Papa, «que o encontraram e que juntos com ele mudavam o mundo. As suas histórias e as suas emoções são neste filme mais importantes. Este foi o ponto de partida para mostrar não somente no contexto polaco, mas neste contexto mundial». Assim, por exemplo, o filme inicia com declarações do Dalai Lama, líder budista, sobre o líder máximo cátolico.
No documentário, dão testemunhos em muitas entrevistas exclusivas os colaboradores mais próximos de Wojtyla: o seu secretário particular, agora Cardeal Stanislao Dziwisz, arcebispo metropolitano de Cracóvia; Dom Piero Marini, mestre das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice nos anos 1987-2007; Joaquin Navarro-Valls director da Sala de Imprensa da Santa Sé (1984-2006); Dom Pawel Ptasznik, responsável pela secção polaca da Secretaria de Estado vaticano, e outros.
Há também jornalistas como Valentina Alazraki, vaticanista mexicana, Gian Franco Svidercoschi, escritor e vaticanista italiano. E encontram-se também testemunhos de pessoas não ligadas ao mundo vaticano e de outras confissões e religiões, como do já citado Dalai Lama; de Bartolomeo I, patriarca de Constantinopla; de Yisrael Meir Lau, rabino-chefe de Israel nos anos 1993-2003, além dos políticos Lech Walesa, ex-líder do movimento Solidarnosc (Solidariedade) e presidente da República Polaca nos anos 1990-1995; e Francesco Cossiga, presidente da República Italiana entre 1985 e 1992; ou mesmo dos artistas: Placido Domingo, tenor e director da orquestra espanhola, ou Laura Biagiotti, estilista italiana.
«Estava certo que conseguimos contar sobre o Papa de maneira convincente, muito fiel à sua personalidade incrivelmente energética e dinâmica. Inclusive no fim de sua vida, apesar dos limites físicos, a mente continuava jovem. Ele mesmo dizia que era um velho, mas um velho jovem. Esta juventude espiritual teve-a ele até o fim. Estou consciente de que conseguimos falar sobre o Papa e sobre um homem real. Assim, será atraente também para a minha geração», explica o director.
Szmidt observa que seu filme de 90 minutos foi composto pelos seguintes tipos de material: do arquivo proveniente entre outros do CTV, RAI, Filmoteca Vaticana, Filmoteca Nacional polaca, WFDiF (Casa produtora de documentários e outros filmes), TVP (televisão pública polaca), e de outras colecções privadas, de entrevistas com personalidades e de imagens de diversas partes do mundo, como o Vaticano, a Terra Santa, México, Bolívia, África, Polónia, etc, tudo gravado em centenas de horas.
Os lugares excepcionais deixaram também recordações particulares da realização, como filmar as prateleiras de cerca 150 metros de comprimento com documentos fechados do pontificado de Wojtyla nos Arquivos secretos do Vaticano. «Um momento comovente aconteceu na Basílica da Natividade. Estava a filmar ali na Gruta da Natividade. Era meia-noite. Estávamos sozinhos e cantámos "Lulajze Jezuniu" (uma canção de Natal polaca). Foi um momento que todos recordaremos para sempre». Outro momento particular foi uma missa de quase quatro horas na selva africana. Mas houve também momentos de grande desafio técnico, como o da realização das imagens da Capela Sistina, «um dos lugares mais particulares do mundo, porém muito difícil de entrar com todo o grande equipamento cinematográfico».















Jaroslaw Szmidt


Fonte: gaudiumpress.org / Foto: filmpolski.pl / Vídeo: gloria.tv

Entrevista com Mons. Slawomir Oder, postulador no processo de beatificação de João Paulo II

Entrevista com  Mons. Slawomir Oder, postulador da causa do Santo Padre João Paulo II
«O sacerdote "por excelência

No próximo dia 1º de Maio, o «Papa das Gentes» vai deixar de figurar no rol dos Sumos Pontífices da Igreja e ser alçado a um outro patamar. Um patamar ainda mais nobre. Fará parte, com a culminação de sua beatificação na Praça de São Pedro, numa cerimónia que deverá ser histórica, do rol dos beatos da Igreja.
E certamente o percurso de João Paulo II rumo à santificação não deverá parar por aí. O processo da sua causa continuará, no compasso da comprovação de um novo milagre atribuído à sua intercessão, o passo definitivo para a canonização.
Boa parte desse trajecto de João Paulo II rumo à beatificação e à canonização deve-se a um humilde defensor da «nobreza espiritual» de Karol Wojtyla. Polaco, portanto compatriota de João Paulo II, monsenhor Slawomir Oder é o postulador da causa de beatificação do Papa, espécie de advogado de defesa de sua beatificação, com a incumbência de reunir elementos, depoimentos, testemunhos, dados, etc, que efectivamente comprovem os méritos de Beato de João Paulo II.
Foto: CNS/Paul Haring
























 Mons. Oder conversou com exclusividade a Gaudium Press. Na entrevista, além de falar sobre o processo de beatificação, à frente do qual está desde o início, em 13 de Maio de 2005, o religioso aborda ainda os exemplos e as atitudes legadas por João Paulo II e sobre a sua própria vocação sacerdotal.
Gaudium Press - Pela sua experiência como postulador no processo de beatificação de Papa Wojtyla, o que pode um sacerdote moderno aprender hoje com a figura de João Paulo II?
Mons. Slawomir Oder - João Paulo II manifestou-se frequentemente sobre esse assunto. O seu pensamento era que o sacerdote não deve ter medo de não ser moderno porque ele está sempre ligado à missão de Cristo. E Cristo hoje, ontem e amanhã é sempre o mesmo: é sempre moderno e sempre actual. Por isso o sacerdote que vive a sua comunhão com o Senhor e que n'Ele encontra a sua própria identidade não deve ter medo de não ser moderno. Pela ideia que fiz dele, lendo os seus escritos, penso que isto seja o pensamento íntimo de João Paulo II e este comportamento eu tento tê-lo também. É claro que diante do mundo contemporâneo moderno, muitas vezes corremos o risco de parecer estranhos às novas tendências, à moda e de desiludir algumas vezes as expectativas das pessoas. Penso, porém, que teria sido um comportamento fora da lógica do Evangelho procurar a popularidade a qualquer custo e aceitar a modernidade, não apenas ela manifesta: nós não devemos esquecer nunca que estamos aqui porque fomos chamados por Cristo. Durante uma visita ao seminário romano, João Paulo II falou de seu ministério de Pedro: um seminarista havia feito uma pergunta sobre as dificuldades que estava a sentir como vigário de Cristo. A sua resposta foi: «sim, provavelmente seria impossível vivê-lo serenamente se não tivesse a consciência que tudo aquilo que faço, eu o faço in persona Christi». Somos realmente chamados a prestar o nosso serviço, a empenhar a nossa vontade, a usar a nossa inteligência, as nossas mãos conforme a vontade de Jesus. Se vivemos esta comunhão com ele, realmente não temos que ter medo de estarmos fora de moda.
GP - Como nasceu a sua vocação sacerdotal? A figura de João Paulo II, o primeiro Papa polaco, confirmou-a?
Mons. Oder - Talvez, paradoxalmente, atrasou a minha vocação, que estava a crescer, penso, de maneira absolutamente natural e espontânea numa família católica e num ambiente de paróquia. Certamente tinha uma propensão pessoal que se tornou o terreno fértil sobre o qual o Senhor havia lançado a semente da sua chamada. Mas a minha vocação estava a crescer e a amadurecer justamente em concomitância com a eleição de João Paulo II. E então, quando se soube da eleição, vivemos na Polónia momentos extraordinários de intenso entusiasmo, uma atmosfera que acredito que somente alguém que estava presente pode descrever. Naqueles momentos eu pensei que talvez a decisão que estava a tomar neste contexto para a minha vida toda pudesse ser de alguma maneira condicionada por este entusiasmo. E, portanto, em vez de entrar no seminário, decidi inscrever-me na Universidade para esperar que os entusiasmos se acalmassem para poder, assim, decidir de forma mais consciente. Depois o Senhor encontrou o modo para me fazer entender qual era sua vontade. De facto, os anos da Universidade, depois os eventos sucessivos que aconteceram na minha vida, deram-me a certeza que aquilo que eu sentia não era devido somente a um momento de entusiasmo, mas era efectivamente o chamamento do Senhor. No fim dos meus estudos universitários, decidi entrar no seminário.
GP - O senhor teve a oportunidade de encontrar-se pessoalmente João Paulo II. Como era ele em privado?
Mons. Oder - Sim, tive a sorte de poder completar minha formação sacerdotal aqui em Roma, no seminário que ele considerava a «pupila dos seus olhos». Dizia sempre assim, que o seminário, qualquer seminário, tinha que ser considerado por todos os bispos como «a pupila dos seus olhos». E ele expressava-o não somente com palavras, mas também com gestos concretos. De facto, no início de todo ano lectivo, celebrava a Santa Missa na Capela Paulina e depois conversava com muitos de nós. Em seguida voltava ao seminário romano para a festa de Nossa Senhora da Confiança, nossa padroeira, e nessas circunstâncias tive a oportunidade de encontrá-lo. Depois, quando comecei a trabalhar como educador no seminário e em seguida também como oficial no Vicariato de Roma. E então aquilo que me chamava atenção era certamente a sua dimensão humana. Era um homem muito cordial , um homem simples, sincero, cheio de senso de humor, mas também muito sério. Mas, ao mesmo tempo, um verdadeiro homem de Deus que tinha a capacidade de vivenciar qualquer evento, qualquer situação numa perspectiva de um encontro com o Senhor, à luz da sua fé, do seu amor por Cristo. Por isto esta foi realmente uma experiência única, porque o que mais surpreendia nele era por um lado vê-lo celebrar a missa e por outro ser capaz de inserir toda esta riqueza espiritual, este seu comportamento de fé profunda e a sua inteligência na consistência da história. Era um verdadeiro homem e um homem de fé ao mesmo tempo.
GP - O senhor encontrou diferenças entre o João Paulo II que conheceu quando vivo e aquele que emerge da documentação do processo? Descobriu alguma coisa a mais sobre sua figura?
Mons. Oder - Certamente, na ocasião de um processo de beatificação, devemos aprofundar todos os aspectos da vida do candidato. Mas o que mais me surpreendeu neste meu encontro com a figura de João Paulo II foi principalmente a sua transparência e coerência. Realmente não era um homem de duas faces, um em privado e outro em público. Toda a sua humanidade, a riqueza da sua espiritualidade e da sua fé, assim como a vivia em privado, a manifestava em público. E tudo aquilo que manifestava fora, certamente nascia da sua profunda convicção de fé, e é por isto que todos têm de João Paulo II uma imagem única. E aquilo que certamente vem à tona dos papeis do processo é principalmente a intensidade com a qual viveu todas as situações, e esta intensidade era reveladora principalmente de uma grande fé. Esta é certamente a componente mística da sua vida e, isto é, a sua capacidade de ver tudo numa perspectiva de fé e de encontro com o Senhor, na lógica do reino de Deus. E esta talvez não a considere como uma descoberta, mas sim uma confirmação de uma intuição que nascia em quem o encontrou durante a vida. E depois isso foi efectivamente confirmado pelo processo.
GP - Porque foi confiado ao Senhor a função de postulador na causa de beatificação de João Paulo II?
Mons. Oder - Para mim também foi uma surpresa. Foi um dia em que o Papa Bento XVI veio aqui à Basílica de São João para o encontro com o clero romano. Participei deste encontro com grande emoção porque era o encontro com o Papa, o novo Papa. Mas tinha também um pouco de pressa porque era o dia em que devia viajar para a Polónia para participar da Primeira Comunhão de um meu sobrinho. Por isso estava pronto para, depois do encontro, ir para o aeroporto. O secretário do cardeal Ruini disse-me que o cardeal queria falar comigo, depois da decisão do Santo Padre de não esperar os cinco anos canónicos para a abertura do processo de beatificação de João Paulo II, mas que queria iniciá-lo o mais rápido possível. Neste encontro, o cardeal vigário comunicou-me a sua decisão de confiar a mim a função de postulador. Para mim foi certamente uma grandíssima surpresa, mas ao mesmo tempo tive a consciência que estava a começar para mim uma aventura extraordinária.
GP - O senhor disse na apresentação de seu livro «Porque é santo - o verdadeiro João Paulo II narrado pelo postulador da causa de beatificação», que o processo foi o período «mais belo» da sua vida. Para o senhor, pessoalmente, como viveu esta experiência de trabalho como postulador?
Mons. Oder - Esse processo deu-me a possibilidade de aprofundar o meu conhecimento de Karol Wojtyla tanto como Papa tanto como homem. Ele realmente pode ser definido como o sacerdote «por excelência»; a sua humanidade era uma consequência da sua intensa e profunda comunhão com Cristo. Aquilo que disse num seminário romano, «agir in persona Cristi», dá a dimensão da profundidade desta comunhão. Por isso um encontro com João Paulo II torna-se necessariamente um encontro também com João Paulo II sacerdote. Ele mesmo, na homilia pronunciada por ocasião da cerimónia de beatificação da polaca Kózkówna, disse que a Igreja nos propõe modelos, e para suscitar no nosso coração a esperança. E de facto o encontro com João Paulo II sacerdote santo, é um encontro com um sacerdote que viveu concretamente a sua própria vida, para arrepender-se das próprias culpas e faltas e principalmente para converter-se. O processo serve, portanto, ao postulador, também para isso. Mas este encontro com ele serve também para suscitar no nosso coração a esperança. E portanto uma imagem tão extraordinária como aquela do sacerdote João Paulo II - a consciência da sua proximidade espiritual, da sua intercessão e da sua oração - certamente são sensações que renovam o entusiasmo de ser sacerdote e reforçam a vontade de seguir com a graça de Deus as normas que ele traçou no seu caminho de vida, de crescimento sacerdotal, de santidade.
GP - Qual é a sua recordação mais particular de tal processo?
Mons. Oder - Todo o processo foi uma aventura extraordinária. Gosto de pensar, agora que estamos quase no fim, que este processo foi como uma viagem espiritual, através do Mar Magno desta vida extraordinária de João Paulo II, uma travessia assinalada por pequenas paragens nas ilhas dos seus amigos, pessoas que ele conheceu, dos seus escritos, dos seus pensamentos. Tudo isto foi uma aventura extraordinária. Os momentos mais belos? Certamente a partida, o dia de abertura do processo. Depois o encontro com tantas testemunhas durante este processo. E enfim, penso que também agora, nesta fase que podemos comparar à paragem de um navio no ancoradouro à espera da entrada final no porto, é um momento muito belo porque, se de um lado se concluiu a parte do processo relativa às virtudes, do outro está para iniciar a parte do processo relativa aos milagres. Até agora para mim foi uma belíssima aventura, mas penso que os momentos mais belos virão quando chegar o dia em que a Igreja o apresentará como beato e santo.
Entrevista por Anna Artymiak / Gaudium Press