quinta-feira, 2 de junho de 2011

Unidos pelos mais desfavorecidos 


Manter um compromisso activo na ajuda aos que mais precisam foi a principal mensagem veiculada pelos representantes das três organizações representativas do Sector Solidário, que preencheram o segundo painel do Congresso Temático da CNIS, subordinado ao tema «Sector Solidário em Portugal». 
O padre Lino Maia, presidente da [Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade] CNIS, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e Pedro Bleck da Silva, vice-presidente da União das Mutualidades Portuguesas, sublinharam o trabalho de conjunto que vêm fazendo para que o Sector Solidário ganhe força, pois que a sua importância junto das comunidades é por de mais evidente. 
A este propósito foi mesmo exigido um enquadramento económico e jurídico para o Sector Solidário, cada vez mais urgente e necessário, especialmente nos tempos de crise que se vivem em Portugal. 
“Através das suas instituições espalhadas pelo território nacional, desde os meios mais urbanos aos mais rurais e isolados, o Sector Solidário desempenha um papel insubstituível para o equilíbrio sócio-económico e para o bem-estar comum das populações”, começou por afirmar o padre Lino Maia, acrescentando: “O Sector Solidário assume uma visão positiva e avançada da sociedade, assente em valores essenciais e concretizados através de princípios básicos. Esta visão permite às instituições que assumam e desenvolvam os valores da comunidade à semelhança da família, que é generosa e se preocupa e responsabiliza pelo bem comum de todos os seus membros”. 
Reclamando das instituições uma “acção dinâmica e pró-activa”, o padre Lino Maia apontou o propósito da solidariedade social: “Quando nos preocupamos e responsabilizamos pelo bem dos outros queremos ajudá-los na sua realização de vida e protegê-los dos perigos, pretendemos que realizem os seus sonhos e que sejam tratados com justiça. Por isso, importa ter presente que não há realização de vida sem liberdade, sem igualdade de oportunidades, sem respeito integral pela identidade e diferenças da pessoa humana. A generosidade está na base e justifica o voluntariado numa lógica de compromisso social”. 
Chamadas a explanar a acção que desenvolvem separadamente, mas que encerra muitas actividades conjuntas, especialmente no que toca ao relacionamento com o Estado, as organizações do Sector Solidário “assumem uma responsabilidade relevante em cada comunidade”, um papel que, segundo o líder da CNIS, “é um serviço de cooperação com a comunidade que exige confiança”, não apenas dos membros da comunidade, mas igualmente dos sectores estatais e privados. 
Este papel é desenvolvido, não apenas junto das crianças, em termos formativos e educativos, mas também “das pessoas mais frágeis da comunidade, nomeadamente dos mais idosos e daqueles que apresentam alguma deficiência”. 
O padre Lino Maia, na sua alocução, frisou que “são as instituições que encontram as respostas para as diversas situações dramáticas, causadoras de exclusão social e pobreza”, para de seguida explicar: “Para desempenhar este papel com eficácia e eficiência, as instituições do Sector Solidário têm no seu ADN princípios essenciais como: a primazia racional da ética inspiradora de todas as acções e comportamentos, quer em termos de cultura organizacional interna, quer externos; fundamentação das opções e das acções em dados objectivos e rigorosos; compromisso cúmplice com a comunidade onde existem e interagem; respeito pela diversidade e identidade de cada membro da comunidade e da própria instituição; o tratamento equitativo e justo que exige que cada um seja tratado de acordo com aquilo que é como pessoa e não segundo critérios de ordem social, educacional, económico ou outros; responsabilidade de assumir uma gestão exemplar dos recursos e acções da própria instituição numa óptica de atingir os resultados pretendidos com os menores custos possíveis; assumpção da qualidade como um desafio, um caminho, um processo na rota da melhoria contínua, tendo como objectivo a excelência”. LER MAIS>>
Texto e foto: Pedro Vasco Oliveira

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