Uma cigana e três ciganos católicos, das Dioceses de Setúbal, Viana do Castelo, Guarda e Lisboa foram recebidos este sábado por Bento XVI, em audiência, juntamente com outros ciganos de toda a Europa. O grupo português foi acompanhado pelo director executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, Francisco Monteiro. Este encontro internacional é da responsabilidade do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
A audiência papal foi o primeiro acto da peregrinação dos ciganos europeus ao Santuário de Nossa Senhora do Amor Divino, em Roma, por ocasião dos 150 anos do nascimento do beato cigano Zeferino Giménez Malla (El Pelé) e dos 75 anos do seu martírio. Na capital italiana encontram-se grupos ROM, Sinti, Manuches, Kale, Yenish e Travellers. O Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, arcebispo Antonio Maria Vegliò, apresentou ao Papa os representantes desses grupos, dos quais salientou “o crescente empenho pela Igreja, onde podem encontrar força espiritual e ajuda para prosseguirem as suas vidas, muitas vezes marcadas pela marginalização e pela desconfiança”. Ao longo da audiência foi destacada a realidade de vida dessas pessoas a partir de quatro breves testemunhos, entre os quais o de Ceija Stojka, cigana católica sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belsen. Um livro, reúne essas difíceis recordações do período de domínio nazi.
Os ciganos são compostos por diversas etnias, e estima-se que sejam 36 milhões de pessoas dispersas pelo mundo. A maior parte deles vive na Índia, considerada sua terra de origem, onde são 18 milhões. Na Europa, calcula-se que vivam de 12 a 15 milhões de ciganos, com uma alta concentração no leste do continente. Nos Estados Unidos moram cerca de um milhão e no Brasil 900 mil. A organização da peregrinação deste fim de semana a Roma é da responsabilidade do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, em colaboração com a fundação “Migrantes” da Conferência Episcopal Italiana, a Diocese de Roma e a Comunidade de Santo Egídio.
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