sexta-feira, 3 de junho de 2011

Governo indiano quer acabar com violência contra minorias religiosas

O parlamento indiano vai analisar um projecto de lei que visa acabar com a violência intercomunitária que incide especialmente sobre as minorias religiosas e, entre estas, a cristã. Segundo dados oficiais do Ministério do Interior da União Indiana, no período que medeia entre os anos de 2004 e de 2008 foram perpetrados na Índia pelo menos 3.800 episódios de violência intercomunitária, contra as minorias étnicas, religiosas ou culturais.

Entre os episódios mais graves, a violência de massa perpetrada em Orissa em 2008, mas são assinalados também 131 casos em Madhya Pradesh, 114 em Maharashtra Maharashtra e 109 em Karnataka: a esmagadora maioria destes casos afectam tanto cristãos como muçulmanos.
Na opinião de John Dayal, activista dos direitos humanos e Presidente da "United Christian Action", em declarações à agência Fides, “nos últimos 40 anos, os cristãos foram vítimas de uma campanha de ódio e violência”, sendo que na esmagadora maioria dos episódios reportados, o Governo central foi criticado pela "falta de intervenção”. "Era necessário enfrentar a questão da impunidade, procurando um sistema que tornasse os políticos, polícia e agentes públicos responsáveis por suas acções ou pala fala de acção, antes, durante e depois das violências”, diz Dayal.
Por tudo isto, este projecto de lei, agora em discussão, prevê a constituição de uma Autoridade Nacional para a Harmonia Inter-religiosa que deverá monitorizar as situações locais e dar amplos poderes de intervenção ao Estado central nos casos de violência que acontecerem nos vários estados da federação. Apesar do carácter pacífico desta lei, já começaram a registar-se as primeiras opiniões de contestação. Grupos fundamentalistas hindus, a que se associou, segundo a agência Fides, o partido nacionalista Bharatiya Janata Party, lançaram uma campanha contra esta lei, definindo-a de "discriminatória", enquanto pensada para a protecção das minorias cristãs e muçulmanas.
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS Foto: Institute of Objective Studies

Sem comentários: