O diplomata vaticano é um servidor do Evangelho
O Santo Padre recebeu em audiência, na Sala do Consistório, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas. O diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um servidor do Evangelho: disse o Papa aos referidos alunos. No seu discurso, o Pontífice deteve-se sobre a formação espiritual dos futuros núncios apostólicos, reiterando que um diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um sacerdote. A saudação ao Santo Padre foi feita pelo Presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, o arcebispo Beniamino Stella. Trata-se da academia onde se formam os sacerdotes que farão parte do serviço diplomático da Santa Sé. Como deveria agir um Núncio Apostólico? No seu discurso aos futuros diplomatas vaticanos, Bento XVI respondeu indicando algumas qualidades humanas que deveriam caracterizar o trabalho de quem é chamado a tal missão: paciência, constância, equanimidade e firmeza no diálogo. E, todavia, destacou aquilo que realmente identifica o serviço do Núncio Apostólico: "Ele, em primeiro lugar, é um sacerdote, um bispo. Portanto, um homem que já escolheu viver a serviço de uma Palavra que não é a sua. De facto, ele é um servidor da Palavra de Deus, foi investido, como todo sacerdote, de uma missão que não pode ser realizada em apenas parte do tempo, mas que requer que ele seja, com toda a vida, uma ressonância da mensagem que lhe foi confiada, a mensagem do Evangelho." E é justamente baseado nessa identidade sacerdotal que se insere, com certa naturalidade, a tarefa específica de fazer-se portador da Palavra do Papa, tanto em relação às Igrejas particulares quanto diante das instituições estatais e das organizações internacionais – acrescentou Bento XVI. Em seguida, o Papa deteve-se sobre a delicadeza do papel do embaixador, que desde o mundo antigo era enviado para transmitir, com autoridade, a palavra do soberano: "Aí está a verdadeira habilidade do diplomata e não, como por vezes erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam, comumente, degenerações da prática diplomática. Lealdade, coerência e profunda humanidade são as virtudes fundamentais de todo enviado, o qual é chamado a dedicar não apenas o próprio trabalho e as suas qualidades, mas, de certo modo, toda a sua pessoa a serviço de uma palavra que não é sua."
Por fim, o Pontífice reiterou que os representantes diplomatas, apesar das rápidas transformações da nossa época, estão sempre empenhados "na construção da comunhão possível entre os povos" e na "consolidação, entre eles, de relações pacíficas e solidárias". Fonte: RL/Rádio Vaticano
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