Intenção Geral Caminhos de futuro na América Latina Para que as nações da América Latina caminhem na fidelidade ao Evangelho e progridam na justiça social e na paz. O passado Foi em 1492 que chegaram ao continente americano os primeiros conquistadores portugueses e espanhóis. Começou assim uma nova sociedade, fruto do encontro de dois mundos e duas culturas. Houve acertos e desacertos, grandes exemplos de zelosos evangelizadores, mas também abusos e injustiças contra as populações indígenas e mestiças, até genocídios. A nova sociedade que se tinha formado estava longe de ser coerente com o Evangelho que tinha chegado com os colonizadores. Com as independências que se deram em 1810-1811, uma nova etapa histórica se abria para esta região. Mas a independência conquistada não significou a solução das grandes injustiças sociais, nem dos graves problemas da pobreza da maioria das populações. O presente A tarefa para conseguir uma sociedade mais justa e fiel ao Evangelho permaneceu ao longo dos 200 anos das independências e continua ainda hoje. Ao longo destes 500 anos de história, muitos anunciaram Jesus Cristo. Os mártires e os profetas não faltaram, muitos deles assassinados ou perseguidos por causa da fidelidade ao Evangelho. Muitos lutaram por fazer avançar a sociedade para condições de maior igualdade e bem-estar para todos, levantando a voz para denunciar as injustiças e os abusos. Nos tempos mais recentes, no obscuro período de repressão por parte das ditaduras militares do século passado, muitos foram perseguidos, torturados e mortos. Para além das ditaduras militares que, felizmente, já não existem hoje, há muitos problemas que permanecem, como sejam as suspeitas e ameaças em fronteiras comuns, o narcotráfico, as guerrilhas, os desníveis sociais, etc. Continua, portanto, hoje, a existir motivos de preocupação diante de formas de Governo autoritárias ou sujeitas a certas ideologias que se julgavam já ultrapassadas e que não correspondem a uma visão cristã do homem, como sejam as ideologias marxistas ou de um capitalismo selvagem que pensa somente nos bens económicos e políticos, esquecendo os valores fundamentais de todas as sociedades que se desejam justas e cimentadas nestes valores. Por outro lado, a economia liberal de alguns países latino-americanos deve ter presente a equidade, pois muitos continuam a aumentar os sectores sociais que se vêem provados, cada vez mais, por uma grande pobreza, ou mesmo despojados dos próprios bens naturais. Perspectivas de futuro Afirmou o actual Papa, no Discurso da V Conferência Geral do CELAM (Reunião dos bispos da América Latina): «Os povos latino-americanos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com umas condições mais humanas, livres das ameaças da fome e de todas as formas de violência. Para estes povos, os Pastores devem fomentar uma cultura da vida que permita passar da miséria para a posse do necessário, à aquisição da cultura… à cooperação para o bem comum… até ao reconhecimento de todos os valores supremos e de Deus que é sua fonte e o seu fim». É necessário alterar as estruturas, sobretudo as que geram injustiças. As estruturas justas são uma condição sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade. Mas as estruturas não nascem nem funcionam sem um consenso moral da sociedade sobre os valores fundamentais e sobre a necessidade de viver estes valores, com as necessárias renúncias, inclusivamente contra os interesses pessoais. O papel da Igreja A fé em Deus iluminou a cultura dos povos da América Latina durante cinco séculos. Do encontro desta fé com as etnias originárias nasceu a rica cultura cristã deste Continente. A Igreja tem, hoje em dia, um papel muito importante a desempenhar, já que se nota no Continente uma debilidade da fé e da própria pertença à Igreja Católica, devido ao secularismo, hedonismo e proselitismo de numerosas seitas, de religiões animistas e de novas expressões pseudo-religiosas. A intenção de oração do Papa deste mês chega quando os países da América Latina celebram os 200 anos de independência. A voz do Santo Padre soma-se a tantas outras que desejam, para o assim chamado «Continente católico», uma sociedade onde todos possam ter vida em Cristo e vida em abundância. A persistência de graves injustiças e pobreza, corrupção e populismos, a discriminação, a secularização e o consumismo próprios do mundo globalizado, etc., atentam contra a vida plena dos filhos de Deus. A Igreja quer assumir a missão de trabalhar ao serviço do Reino de Deus, para que os países da América Latina possam avançar na fidelidade ao Evangelho e progredir na justiça social e na paz. Intenção Missionária Perseverança no sofrimento Para que o Espírito Santo dê luz e força às comunidades cristãs e aos fieis perseguidos ou discriminados por causa do Evangelho, em tantas regiões do mundo. O século XX foi o século com mais mártires na história da Igreja, com mostras de violência anti-cristã em todos os continentes, ainda que mais acentuada em alguns, e essa violência ainda não terminou. Pelo contrário, nestes últimos anos a perseguição tem aumentado. Concretamente, no ano que passou houve vários ataques contra os cristãos no Iraque e no Egipto, dos quais resultaram muitos mortos e feridos. Segundo a organização francesa Ajuda à Igreja que Sofre, hoje em dia são 200 milhões os cristãos que não podem viver a sua fé livremente. Qual seria o mapa da perseguição dos cristãos no mundo? Seria necessário nomear a Índia, a China, o Vietname, a Indonésia, as Filipinas, o Egipto, a Bielorússia, Cuba, Paquistão, Arábia Saudita, Iraque e quase todos os países árabes. Mas também em muitas regiões africanas e latino-americanas se persegue e mata aqueles que, em nome da fé, servem e defendem os pobres. O Papa actual referiu-se a estas situações na Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2009: «Uma menção particular para aquelas Igrejas locais e para aqueles missionários(as) que se encontram a testemunhar e a difundir o Reino de Deus em situações de perseguição, com formas de opressão que vão desde a discrimina-ção social até à prisão, a tortura e a morte». E acrescenta o Santo Padre logo a seguir: «A participação na missão de Cristo marca também a vida dos anunciadores do Evangelho, para os quais está reservado o mesmo destino do seu Mestre: “Recordai o que vos disse: Não é o servo maior que o seu Senhor. Se Me perseguiram a Mim também vos hão-de perseguir a vós” (Jo 15, 20). A Igreja segue o mesmo caminho e sofre a mesma sorte que Cristo, porque não actua segundo uma lógica humana ou contando com as razões da força, mas seguindo o caminho da Cruz e fazendo-se testemunha e companheira de viagem da humanidade». Rezemos neste mês para que o Espírito Santo, que é Luz e força, continue a dar a todos cristãos perseguidos ou incompreendidos a fortaleza de que precisam no meio de tantas provações. |
terça-feira, 1 de março de 2011
Intenções do Santo Padre para Março de 2011
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