As jornadas Teotonianas de 2011 chegaram ao fim no último domingo, dia 20, depois de três conferências sobre a pobreza e o compromisso dos cristãos neste campo.A iniciativa decorreu em Monção, distrito de Viana do Castelo, cerca de 450 quilómetros a norte de Lisboa, e foi encerrada pelo bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins.
O prelado desafiou a Igreja a “pintar-se de fresco, a tornar-se mais acolhedora”, a “saltar para o mundo” e gritar os “direitos dos pobres”, a fim de ser um contributo decisivo para “sairmos da situação desgraçada em que caímos”.
Na conferência inaugural das jornadas, Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, afirmou que “se os cristãos vivessem as exigências do evangelho”, o país teria “outra face”, em matéria de pobreza. Bruto da Costa entende que a eficácia de tudo o que tem sido feito para “atenuar o sofrimento do pobre” fica comprometida porque não tem tocado os mecanismos que geram a pobreza e a perpetuam.
José Maria Raposo, empresário, levou a Monção um testemunho sobre a «economia de comunhão», conceito nascido no seio do movimento católico dos Focolares. Raposo defendeu que a actual crise só pode ser ultrapassada com a criação de uma mentalidade em que todos se sintam responsáveis por todos. Para este engenheiro de formação, a situação actual resulta, substancialmente, de uma sociedade que se “demitiu da sua função distributiva” delegando essa função no Estado. “Corremos risco de sérias e graves convulsões sociais”, alertou.
«Da pobreza da injustiça à injustiça da pobreza» foi o tema desta edição das jornadas Teotonianas, promovidas pelo arciprestado (conjunto de paróquias) de Monção.
PG/OC /Agência Ecclesia
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