sábado, 1 de outubro de 2011

Intenções do Santo Padre para Outubro de 2011


Intenção Geral


A necessária ajuda aos doentes terminais


Pelos doentes terminais, para que os seus sofrimentos sejam aliviados pela fé em Deus e pelo amor dos seus irmãos.
A notícia de uma doença terminal costuma ser a pior das notícias e a tristeza e desconcerto são uma reacção perfeitamente normal. Com efeito, a doença, sobretudo tratando-se de uma doença terminal, traz consigo, quase inevitavelmente, um momento de crise e de séria confrontação com a situação pessoal.
Apesar dos avanços da ciência, não se pode encontrar uma cura para todas as doenças. Por conseguinte, nos hospitais, clínicas ou mesmo nas famílias de todo o mundo, encontramos o sofrimento de numerosos irmãos nossos com doenças incuráveis e muitas vezes em fase terminal.
Para além disto, muitos milhões de pessoas em todo o mundo vivem ainda em condições insalubres e não têm acesso aos recursos médicos necessários, mesmo os mais básicos, e por consequência tem aumentado o número de seres humanos considerados incuráveis.

Atitude a ter com os doentes terminais

Para que não se dê esse aumento, é necessário que haja políticas sociais justas que ajudem a eliminar as causas de muitas doenças, também terminais, e que seja prestada uma maior assistência e atenção médica aos doentes. É necessário criar condições que permitam a ajuda às pessoas doentes, sobretudo nas doenças mais graves.
Para que isto aconteça, é necessário aumentar o número dos centros de cuidados paliativos que proporcionem uma atenção integral, oferecendo aos doentes a assistência humana e o acompanhamento espiritual que necessitam. Trata-se de um direito que pertence a todo o ser humano e que todos devemos comprometer-nos a defender.
Mas, hoje em dia, a mentalidade que tem por meta a eficiência tende a marginalizar as pessoas com doenças terminais, considerando-as um peso e um problema para a sociedade. Pelo contrário, quem tem o sentido da dignidade humana sabe que elas devem ser respeitadas e apoiadas quando enfrentam as dificuldades e o sofrimento relacionados com as condições dolorosas da sua saúde.
Para além das indispensáveis curas clínicas, é necessário oferecer aos doentes gestos concretos de amor, de proximidade e solidariedade cristã, de conforto e encorajamento constante.

A acção da Igreja

A acção humanitária e espiritual da comunidade eclesial para com os doentes manifestou-se, ao longo dos séculos, de múltiplas formas e em numerosas estruturas médicas, numa grande solicitude pelos enfermos.
De facto, seguindo o exemplo do bom samaritano, a Igreja, através dos seus membros e das suas instituições, continua a estar ao lado dos que sofrem, procurando preservar a dignidade nesses momentos tão significativos da existência humana. Os profissionais da assistência sanitária, agentes pastorais e voluntários da Igreja servem incansavelmente os doentes por todo o mundo, em hospitais e unidades de cuidados paliativos, em projectos de assistência ao domicílio e paróquias.
Na constituição sobre a Igreja Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, podemos ler: «… a Igreja ama todos os angustiados pelo sofrimento, reconhece a imagem do seu Fundador, pobre e sofredor, nos pobres e nos que sofrem, esforça-se por aliviar o seu sofrimento e deseja servir neles a Cristo» (n. 8).

O sofrimento de Cristo e do doente

Para os doentes que têm fé, a consideração do sofrimento de Cristo e de tudo o que Ele significa deve, certamente, contribuir para encarar os seus sofrimentos numa dimensão diferente, ajudando-os a dar um sentido redentor às dores que padecem. Deus, Verdade e Amor em pessoa, quis sofrer por nós e connosco; fez-Se Homem para poder sofrer com os homens, de modo real, em Carne e Sangue. Em cada sofrimento humano está presente Aquele que partilha esse sofrimento.
O mistério do sofrimento humano tem sentido e é plenamente esclarecido no mistério da morte e ressurreição de Cristo. Afirma a Carta apostólica Salvifici doloris: «O sofrimento humano atingiu o seu cerne na Paixão de Cristo e, ao mesmo tempo, revestiu-se de uma dimensão completamente nova e entrou numa nova ordem: ele foi associado ao amor… àquele amor que cria o bem, tirando esse bem até do mal, como o bem supremo da redenção do mundo foi tirado da Cruz de Cristo. Esta Cruz tornou-se uma fonte, da qual brotam rios de água viva».
O Santo Padre pede-nos para rezar este mês para que saibamos acompanhar e estar perto daqueles que estão afectados por doenças graves, ajudando-os a sentir-se ajudados pelo amor do Pai. É missão de todos nós fortalecer a fé dos nossos irmãos doentes e mostrar-lhes com o nosso amor que Deus não os abandonou.

Intenção Missionária

Dia Mundial das Missões

Para que a celebração do Dia Mundial das Missões faça crescer no povo de Deus a paixão da evangelização assim como o apoio a toda a actividade missionária, pela oração e pela ajuda económica às Igrejas mais pobres.  O mês de Outubro, por meio da celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de vida consagrada, aos movimentos eclesiais e a todo o povo de Deus a ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e de dar às actividades pastorais uma maior dimensão missionária.
A mesma petição que os gregos fizeram: «Queremos ver Jesus» (Jo 12, 21), continua a ressoar nos nossos ouvidos, sobretudo neste mês de Outubro, da parte de todos aqueles que, mesmo sem o exprimirem, nos fazem, hoje, o mesmo pedido. E nós devemos mostrar esse Jesus, sobretudo por meio da nossa vida verdadeiramente cristã, feita de relações autênticas, em comunidades fundadas no Evangelho.
Numa sociedade multiétnica, que experimenta cada vez mais formas de solidão e de indiferença preocupantes, os cristãos devem oferecer sinais de esperança e ser irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e comprometendo-se a fazer da Terra a casa de todos os povos.
O mandato de Cristo: «Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15) continua a ser dirigido a toda a Igreja, a todo o cristão. A Igreja, como foi afirmado pelo Concílio Vaticano II, «é missionária por natureza» (Ad gentes, 2). Com efeito, todos os baptizados receberam o mandato missionário de Cristo, mas este mandato só se pode realizar de maneira credível por meio de uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral, abrindo-se à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de todas as pessoas, de todos os povos, culturas, raças e nacionalidades. Como afirma a constituição Lumen gentium do Concílio Vaticano II, a Igreja «é em Cristo como um sacramento e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o género humano» (n. 1).
O Dia Mundial das Missões faz-nos lembrar o nosso compromisso de nos entregarmos, o que somos e o que temos, partilhando com generosidade, oferecendo os nossos talentos e recursos, sentindo-nos assim protagonistas do compromisso do anúncio do Evangelho.

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