sexta-feira, 17 de abril de 2009

Igreja em Acção

A estação televisiva SIC noticiou hoje no seu «Primeiro Jornal» a iniciativa da Igreja Católica, «Igreja Solidária», com vista a dar resposta «às situações de pobreza criadas pela crise económica e financeira, ...». O Franjas Sociais publica na íntegra a notícia e dois dos três vídeos disponíveis no fim do texto.
A «Igreja Solidária» em acção. Como sempre.
«Publicação: 17-04-2009 10:36 Última actualização: 17-04-2009 15:49

Em resposta à crise

“Igreja Solidária” quer dar ajuda básica e apoio na saúde


O projecto “Igreja Solidária”, hoje em debate pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e pelas paróquias, desenvolve-se em três planos, sendo que o último, relativo aos cuidados continuados de saúde, só deverá ser desenvolvimento a longo prazo.

O projecto, que abrange inicialmente a área do Patriarcado de Lisboa, pretende ser uma resposta da Igreja Católica às situações de pobreza criadas pela crise económica e financeira, e aposta sobretudo num esforço-extra das instituições de apoio social ligadas à Igreja, no seu trabalho em rede e na convergência de acções com o Estado.


O primeiro plano deste projecto é atender às situações de carência básica, como a alimentação, e o apoio ao pagamento das rendas de casa e, sobretudo, da medicação, especialmente no caso dos idosos.


O apoio pode também chegar à ajuda às famílias no pagamento das mensalidades dos filhos que frequentem estabelecimentos ou instituições escolares ligadas à Igreja. Os responsáveis do projecto já obtiveram o apoio do Banco Alimentar e esperam conseguir sensibilizar a banca e as empresas para a constituição de um fundo que permita acorrer às necessidades, para além de confiarem na "habitual generosidade dos portugueses", referiu à Lusa o cónego Francisco Crespo.


Além disso, vai ser pedido um esforço-extra às instituições, para irem além do que está acordado com o Estado em termos de apoios.


O Estado, afirmou Francisco Crespo, "está muito rígido" no que diz respeito ao alargamento do âmbito dos acordos, situação que cria dificuldades às instituições, que recebem mais pedidos de ajuda do que os existentes nos protocolos.


"Essa é a nossa grande dificuldade: não queremos que os 20 que estão fora do acordo fiquem sem alimentação", disse o cónego Francisco Crespo, que indicou que vai ser feita ainda uma tentativa de fornecer mais do que uma refeição.


"Muitas das pessoas só comem a refeição que lhes é dada pelo Centro Social Paroquial", lamentou.


Cada instituição apresenta os seus casos mais prementes, que serão estudados por técnicos de uma comissão coordenadora, sob a direcção da Caritas Diocesana, para atribuição dos apoios monetários.


Quanto à questão do desemprego, admitindo que "é difícil encontrar uma resposta para os desempregados", o cónego Francisco Crespo referiu ser necessária a boa-vontade do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social para a celebração de protocolos que permitam que os beneficiários do subsídio de desemprego tenham possibilidade de trabalhar nas instituições de apoio social da Igreja.


Também a falta de técnicos nas várias instituições poderia ser suprida com a celebração de acordos de estágios profissionais nos centros sociais e nas outras instituições de apoio social, acrescentou.


O último nível de intervenção do projecto, que admite não ser para já, "pois é um bocado complicado", tem a ver com a vontade das comunidades paroquiais criarem espaços para cuidados continuados de saúde, atendendo os idosos e doentes da respectiva área, libertando espaço nas unidades hospitalares.


"Os equipamentos têm custos que as instituições não conseguem suportar. São custos enormes no que diz respeito à construção e à sua manutenção", referiu, indicando que a actual legislação, que considerou rígida, desincentiva este tipo de apoio social por parte das instituições da Igreja.


"A rede é mesmo uma rede e não se limita a prestar apoio às comunidades. Um doente de Santa Maria pode ir parar ao Minho, a Trás-os-Montes ou à zona oeste de Lisboa, ou a muitas centenas de quilómetros, separando-o do seu meio e da sua família", salientou, defendendo a revisão da legislação.


SIC/Lusa»






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