domingo, 5 de junho de 2016

Nova etapa e o grupo continua...

Amigos:

Nem tudo pode ser como queremos.
Iniciámos vai para 11 anos este lindo sonho de nos dedicarmos à prática do Evangelho cumprindo o mandamento de amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, sobretudo na pessoa dos mais débeis, que são, no dizer de Cristo, a sua imagem mais perfeita.
Para isso nos aproximámos sem receio nem temor de cada um que encontrámos no caminho fossem eles limpos ou asseados, saudáveis ou doentes,  abstémios ou dependentes da droga ou do álcool, com aparência sã ou dos leprosos que se aproximaram de Jesus, como nos diz o Evangelho.
Levámos à rua o nosso coração procurando ensinar a amar o outro. No fim das nossas noites deixámos a paz e a tranquilidade que nos invadia invadir também os que partilharam a nossa oração final. Maria estava connosco e ficava com eles também no "Boa Noite" que deixava as melodia suspensa no ar...
Foram noites de frio, de sujeição aos elementos que, às vezes, se desencadeavam com fúria sobre nós, e outras em que o céu parecia cobrir-nos com a sua bênção.
Durante estes anos procurámos encontrar soluções para o alojamento de quem passava as suas noites ao relento. Vimos que isso nos ultrapassava, mas Deus mandou a outros encarregarem-se dessa tarefa, e hoje, vemos montado um sistema de protecção mínimo que vai assegurando um pouco esse fim, no nosso caso, por meio da NPISA.
Sem querer parar, cheguei a um ponto em que me não deixam continuar do mesmo modo o apoio na rua.
Mas vou e vamos continuar, ainda que reduzindo a nossa participação à medida do esforço que podemos despender. Os amigos da rua vão deixar de me ver como até aqui mas sei que irão ser acompanhados com mais empenho por todos aqueles a quem este testemunho fica entregue. O meu papel vai limitar-se à rectaguarda enquanto Deus assim quiser, porque não está no meu pensamento abandonar alguma vez a sua imagem na pessoa dos mais débeis.
Franjas são franjas, não são o tecido em si mas algo que dele resta quase que como sobra que não conta para o principal.
As franjas sociais também são o que a sociedade não considera como parte do todo útil mas como uma excrescência social que se dispensaria e até incomoda.
É essa excrescência que tem constituído o objecto da nossa acção na rua e que gostaria de ver continuar por todos quantos têm o coração sensível e o desejo de auxiliar e acudir aos mais frágeis.

Franjas Sociais são neste caso não uma pessoa isolada ou grupo restrito, mas um grupo aberto à participação de quem comunga deste ideal e quer estar com eles e connosco na rua.
Diz S. Paulo que há três virtudes principais: Fé, Esperança e Caridade, mas que a maior de todas é a Caridade". 
É a essa virtude que queremos dar prioridade e continuar a nossa acção enquanto Deus quiser e permitir.

Graças a Deus!

C. F.
 


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