sábado, 9 de janeiro de 2010

5º. ANO!!!


Jantar de Natal
Uma vez mais, desta vez no dia 2 de Janeiro, a Paróquia de Nª. Senhora da Conceição organizou e serviu o jantar de Natal aos Sem-abrigo da cidade do Porto.Para esse efeito contou com a disponibilidade de voluntários que, na sua maioria, são as pessoas da Porta Solidária que costumam servir as refeições diariamente aos Sem-abrigo, reforçadas por elementos de outros grupos da Paróquia, por anónimos que ajudam os Sem-abrigo, ou por pessoas que todos os anos acorrem ao pedido de apoio do Sr. Pe. Rubens. Ainda que não seja habitual destacar ninguém, não poderíamos deixar de mencionar a presença de 4 Irmãs do Instituto das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, vulgarmente conhecidas como da “Toca de Assis”.
Já o ano passado tinham dado o seu contributo e assim quiseram fazer também neste.
Tendo como carisma o acolhimento e a dedicação aos Sem-abrigo, a sua presença aqui deixa antever o possível início de uma nova missão…
“Entrada Livre!”, dizia o “convite” a tempo distribuído pelos cantos da cidade.
E a ele responderam mais de 300 pessoas, frequentadoras habituais da rua ou nela residentes, com interesse tal que, ainda faltava uma hora para a abertura das portas do salão onde ia ser servido e já a fila de espera se alongava por mais de meio perímetro do templo. Viam-se ali alguns nossos conhecidos que não deixam por nada deste mundo o lugar onde recolhem a moedinha, e que esperaram pacientemente a hora do jantar sem um lamento ou manifestação de contrariedade.
Que se passava no espírito de cada um deles? O que fez, por exemplo, com que o P., revoltado crónico, ali estivesse aquele tempo todo, prescindindo da sua fonte de receita, sem vislumbre de azedume ou revolta? E, como ele, tantos outros...
Nem a chuva os demoveu ou fez atrasar.
Aberta a porta pontualmente às 20,00 horas depressa ficaram preenchidos os 230 lugares previamente preparados. À porta continuavam a assomar rostos impacientes. Acrescentaram-se mais mesas extra. Também estas ficaram rapidamente ocupadas. Esticou-se o espaço para a lateral, e também encheu…
O Sr. Bispo do Porto brindou-os com a sua presença. Também é pastor deles e já vem sendo habitual a sua participação neste jantar.
Curiosamente, a primeira pessoa que contactou ao entrar foi precisamente a superiora das Irmãs Filhas da Pobreza com quem estabeleceu um curto diálogo. E, ao saber que pertenciam à diocese de Braga e não do Porto, não perdeu tempo a lançar-lhes o desafio:
- Se pensarem fixar-se no Porto, FALEM COMIGO!
As mesas estavam cuidadosamente preparadas: arranjos ao centro, velas acesas.
A semi-obscuridade do salão contribuía para criar uma atmosfera de solenidade e respeito.
Com o início do serviço acenderam-se as luzes e o espaço encheu-se de claridade, do ruído dos talheres, do lufa-lufa dos voluntários no afã de servirem, uns o pão, outros os sumos, outros ainda o arroz quentinho acabado de sair dos panelões…
Comeram e repetiram.
Seguiram-se as sobremesas, a fruta, os doces, as rabanadas, o Vinho Generoso.
Os voluntários reuniram-se no palco para cantar as janeiras. Juntou-se-lhes o Sr. Bispo. E pela sala ecoou então o som de dezenas de vozes todas bem afinadas pelo ritmo do coração:
“Oh!... Acordai!... Jesus nasceu: Cantai! Cantai! Cantai!..."
“Nasceu em Belém
Jesus O Redentor.
Chegou à Terra o Amor,
A Luz, a Luz e a Salvação…”
E assim por diante até ao fim das 11 quadras. Cantava-se no palco, cantava-se e dançava-se no salão.Via-se alegria nos seus rostos e alegria contida nos corações de cada um de nós.
São horas como estas que dão razão às nossas vidas!
Em boa hora o Sr. Pe. Rubens entendeu que a hora é de acção, arregaçou as mangas e disse:
- Se não fazem os outros fazemos nós!
Sim, não devemos estar à espera de que sejam sempre os outros a dar o primeiro passo. Basta olhar à nossa volta e ver o que é preciso e, como ele, arregaçar as mangas, e ir...
São iniciativas como esta que devem multiplicar-se!
C.

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