Como em todas as nossas idas à rua também ontem deparámos com pessoas e situações que nos põem a meditar.
Começámos pelo Joaquim, que não tínhamos encontrado anteriormente porque não frequenta os lugares de encontro, e que descobri ocasionalmente há apenas dois dias. "A minha vida passa toda aqui nesta rua; só peço a Deus que me dê um dia, e, no seguinte, que me dê outro dia". Quatro vezes ao dia tem de tomar insulina, e passa o tempo entre o LIDL e um café próximo que escolheu para cantina. O curioso é saber que teve uma vida activa perfeitamente normal como cozinheiro dos bons restaurantes do Porto. Com cinquenta e três anos, diabético, sem família, entrou cedo no grupo dos descartáveis e está na rua. As francesinhas e o marisco que confeccionava ficaram para trás, e para trás ficaram também o reconhecimento daqueles a quem serviu. É assim a glória do mundo... O Aleixo parece ter retornado ao passado pouco longínquo. Repetiu-se o corrupio de gente no contínuo sobe e desce na procura e leva da dose... E na tomada, à luz do frontal mesmo ali à nossa frente! O Aníbal apresenta-se como trabalhador e consumidor respeitado por pagar o vício com o seu dinheiro. E justifica, penso que para acalmar a própria consciência, dizendo que a droga "emprega muita gente". Perante a nossa admiração atira: "Então não emprega? Vejam os CAT, os técnicos, os médicos e enfermeiros, e tanta gente que não tinha emprego se não fosse...". É verdade o que diz só que, por um lado não conta com o maior mal que causa a toda a sociedade e aos próprios, e, por outro que se não fosse a necessidade criada com a existência desse flagelo, outras e melhores oportunidades de trabalho surgiriam noutras áreas! Para meditar... |
quinta-feira, 14 de junho de 2018
13 de Junho de 2018
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário