quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Festa de Natal

A nossa Festa de Natal com pessoas sem-abrigo na Porta Solidária

Esta é apenas uma visão, uma opinião do que foi a nossa noite do passado dia 27. Não se diz tudo o que foi ou representou para quem lá esteve e deu o seu contributo efectivo para a realização da festa. Mas, a presença de cerca de 65 (sessenta e cinco!) elementos voluntários vindos de Carregosa, Vila Cova de Perrinho, e Chave, mais 15 do grupo de cantares, num total de oitenta (!) é indicativo do interesse e empenho que a festa lhes mereceu para virem de tão longe estar com aqueles a quem se dedicam ao longo do ano.
Disso se deu conta o Sr. Bispo do Porto (melhor dito da diocese do Porto) que quis pessoalmente agradecer a maciça presença do voluntariado de Carregosa, Vila Cova de Perrinho, e Chave como fez questão de fazer no local.
Não é o grupo "Franjas Sociais" que está aqui de parabéns pela marcada presença que, por seu intermédio, teve na festa, pois que se pode dizer com propriedade que o grupo vale sobretudo pelo que vale o dinamismo, a juventude, a alegria e a presença destes jovens dando corpo e forma ao "Franjas Sociais".
Trabalhou-se com entusiasmo, participou-se com entusiasmo, e terminámos a noite cantando cá fora, numa grande roda como sempre fazemos na rua, o cântico de agradecimento e despedida do "boa noite, boa noite Maria, boa noite minha Mãe...".
Creio que a sugestão daquela jovem de Oliveira de Azeméis de cantarmos a Maria na despedida aquele "Boa noite" terno, calmo e sentido é testemunho de que a mensagem que queremos levar à rua foi plenamente assumida por cada um, existe em nós e a devemos partilhar.
No fim de um ano de trabalho, no momento da passagem do testemunho aos jovens das três paróquias do concelho de Oliveira de Azeméis, sinto a obrigação de expressar aqui a alegria e a gratidão pelo facto de os termos tido connosco desde há cerca de nove anos, e, especialmente, neste ano que termina, e a certeza de que o testemunho lhes fica muito bem entregue pelo que lhes desejamos duplamente um Bom Ano de 2016 - neste caso, nas suas vidas e no comando do grupo.

Um Bom Ano Novo para todos.


Franjas Sociais

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Boas Festas


A todos os integrantes, amigos e colaboradores do grupo Franjas Sociais desejo um Santo Natal de Jesus, e que Ele continue a nascer todos os dias nos nossos corações para o podermos levar àqueles que o não têm.
Que o Novo Ano traga a todos a tão desejada PAZ, aquela Paz que só Deus pode dar ao mundo.
Que no ano que está prestes a começar possamos continuar a nossa missão de levar à rua um pouco do calor e da ternura que Deus semeou nos nossos corações para que todos saibam que Ele é PAI, que nos ama e quer que todos nos amemos como irmãos.

Franjas Sociais

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Saída, Missa de Natal e Jantar de Natal

Na última saida, além da habitual companhia dos jovens do grupo do Crisma das paróquias de Carregosa, Vila Cova de Perrinho e Chave, tivemos também a dos jovens da catequese de Aldoar e respectivos catequistas. Para os primeiros foi uma nova experiência de que certamente retiraram lições para a sua ainda curta vida.
Da nossa parte, habituados como estamos aos encontros destas noites, sentimos que a larga roda de oração que no final se formou na Praça da Batalha trouxe à noite o toque sentimental e a aura espiritual que podem passar despercebidos nos breves encontros individuais tidos nas ruas e vielas da cidade, e a todos o abraço que não damos habitualmente por questões de ética social.
O silêncio que se estabeleceu e a tranquilidade que deixaram no ar da Praça as últimas notas daquele "Boa noite, Maria" entoado com sentimento pelos presentes, valeram bem o sacrifício de termos "estendido" a noite para além das 24h, e adiado o regresso a casa para hora tardia e desusada, para alguns a mais de 50 Km... Os amigos da rua assim o denotaram, abraçando-nos quase que com sofreguidão, como quem quer aproveitar até ao fim aquele momento de atenção e felicidade. Daí o interesse em saber da nossa próxima passagem:
- Quando voltam?...
Pois voltaremos se Deus quiser no próximo dia 9 de Dezembro.

Neste mês, como nos outros anos, espera-nos um calendário bem preenchido:

Assim,

1º. - Dia 9 de Dezembro será a nossa saída;
2º. - Dia 16, às 21h00, a Missa de Natal na igreja da Trindade organizada pelo grupo "Sacos Ternura" de Teresa Olazabal e amigos;
3º. - Dia 28, às 19h00, o Jantar de Natal na igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Praça Marquês de Pombal.

Quanto ao primeiro, e porque se vêm multiplicando os grupos de apoio nas ruas da cidade, organizaremos 100 kits, distribuídos como habitualmente:

ML/CF/V/Alcina: 50 kits + café/café com leite
Escuteiros: 25 kits + café/café com leite
Carregosa/VCP/Chave: 25 kits + café/café com leite

Há cobertores que sobraram da última saída, que levamos para o caso de serem necessários.

Não esqueçam os copos!

Quanto ao terceiro ponto, o Sr. Pe. Rubens pede a nossa colaboração em voluntariado, na animação, e para fornecimento de fruta, sumos, sobremesas e chocolates com vista a preparar jantar e prendas para 400 pessoas.

Como o dia 28 cai numa Segunda-feira e o Natal é no Sábado anterior, os chocolates e outros artigos destinados a prendas devem ser entregues na Paróquia o mais cedo possível, no máximo até Quinta-feira, dia 23, de modo a permitir a preparação dos sacos individuais a entregar no fim do jantar.

Os restantes bens não deterioráveis podem ser entregues até Domingo, e os doces e rabanadas na própria Segunda-feira antes do jantar.

Os voluntários devem comparecer na paróquia às 15h00 para organização das equipas e do serviço.

Utilizemos este período para preparação dos eventos que se aproximam e do próximo Natal.

Franjas Sociais

domingo, 16 de agosto de 2015

Em férias, na rua...

Pensando que já aprendemos tudo o que havia a aprender na rua somos surpreendidos uma ou outra vez por actos e factos que nos fazem questionar-nos.
Tendo criado o hábito quase mecânico de calcorrear quase sempre as mesmas ruas e os mesmos becos, pouco mais esperamos encontrar que os mesmos rostos e situações, a permanente necessidade estender a mão ao pão que levamos, e a ânsia de receber um pouco do ânimo de que carecem.
No meio de experiências noite-a-noite repetidas não esperamos ser habitualmente surpreendidos, mesmo depois de gasto em cada noite com os mesmos personagens o mesmo "latim", de que não se vêm resultados.
A passada noite do dia 12 foi rica em encontros, de que destacamos dois. Logo no início, o primeiro deles: tínhamos acabado de estacionar no Pinheiro Torres quando passa por nós um automóvel utilitário, que pára logo adiante, e de onde sai uma senhora radiante, eufórica!
- Estou limpa!... - exclama ela.
- Frequentou um programa? - perguntámos.
- Não!... Fiz tudo sozinha!
- Como?!
- A frio...
- Como conseguiu?
- Foi a Fé. Se não fosse a Fé que tenho nunca conseguiria.
- Mas... a frio! Como ultrapassou a ressaca?
- É que o que eu sofri até ali foi muito pior que o que sofri para deixar!
- Mas se assim fez que vem aqui fazer? Não era melhor deixar de vez este bairro?
- Já deixei! Hoje só vim buscar o meu cãozinho!
Percebemos que a V... tinha uma imperiosa necessidade de gritar ao mundo o resultado da sua vitória e de se nos mostrar limpa e asseada, limpa do vício e bem "deste lado".
E embora sentíssemos que nada fizemos para aquele resultado, percebemos também que a força da V... resultou não só da sua determinação mas também dos muitos convites e insistências que, durante meses e anos, lhe fomos fazendo. É por isso e para que outras V.... se decidam a dar o passo decisivo que temos de continuar a dar o nosso empurrãozinho àqueles e àquelas precisam de um pouco de mais impulso para mudar as suas vidas.
O segundo foi um não-encontro: soubemos que o Daniel foi desalojado do seu lugar na rua, que lhe foi tomado por um casal que o maltratou. Refugiou-se no cais, sob uma lona... Na hierarquia da vida ainda se pode descer abaixo do patamar!...

Franjas Sociais



quinta-feira, 9 de julho de 2015

8 de Julho de 2015

Os dias de ida à rua são sempre de expectativa: o que se consegue arranjar, quem vai...
Ontem foi mais um dia desses. Fomos preparando as coisas desde a véspera contactando e recolhendo alimentos na Re Food da Foz, de onde veio algum pão, fruta, doces e salgados que, não sendo em quantidade suficiente amenizaram o peso dos nossos gastos, e possibilitaram uma melhor gestão antecipada das disponibilidades.
Esta experiência servirá para as próximas saídas dado que a Re Food pass...ará a substituir-se aos Pinhais da Foz, onde íamos recolher algumas sobras.
Ficamos com mais tempo disponível no dia da saída e a saber com o que podemos contar, pois essa recolha é antecipada para as 22h00 da Terça-Feira anterior.
Eramos 9: 3 individuais e 6 de Carregosa. Demos a volta, uns pela cidade e outros pelos bairros e parte da cidade onde não é muito habitual passar.
Em cada paragem repetia-se o ritual: falar, distribuir e partir. Nuns pontos com mais demora, noutros apenas com a suficiente. Tudo em função da carência dos circunstantes. No Carregal, fomos encontrar o Sr. António decaído, com a comida que lhe tinham deixado desde a véspera intacta ao lado... Queixou-se: estava doente! Não estava conversador como de costume e permaneceu deitado como estava. Está mais magro e abúlico. Tinham saído de junto dele momentos antes os médicos que apoiam os sem-abrigo. Interrogamo-nos se, nesta situação, terá o apoio de que necessita ou se não será o prelúdio do fim duma vida de rua...
Percorrida a cidade juntámo-nos na Batalha onde encontrámos um numeroso grupo à nossa espera. Durante uma boa hora, divididos em grupos, ouvimos e falámos numa troca de saberes, de experiências e percursos de vida, recolhendo e semeando.
- Olhe: quero contar-lhe a minha vida!...
E da vida contou um retalhinho com os motivos que o apoquentavam e justificavam o facto de estar na rua!
No final fizemos a nossa oração e entoámos o "Boa noite..." numa roda alargada em que se integraram mais de uma dezena dos novos e velhos amigos. Saíramos 9 e estávamos ali mais de 20...
Se mais não justificasse a necessidade da nossa ida à rua ao encontro destes últimos dos últimos, bastaria ver a alegria e tranquilidade que transparecia naqueles rostos martirizados pela vida para a comprovar.
A noite de ontem foi mais leve e menos penosa para todos eles e isso também é parte da nossa alegria por sabermos que pudemos contribuir para lha amenizar.


Franjas Sociais

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Janeiro de 2015 - a nossa oração


 EVANGELHO – Mt 5,1-12 Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
As bem-aventuranças definem sempre uma alegria oferecida por Deus.
Jesus proclama “bem-aventurados” aqueles que estão numa situação de debilidade, de pobreza, porque Deus está a ponto de instaurar o “Reino” e a situação destes “pobres” vai mudar radicalmente; além disso, são “bem-aventurados” porque, na sua fragilidade, debilidade e dependência, estão de espírito aberto e coração disponível para acolher a proposta de salvação e libertação que Deus lhes oferece em Jesus.
Os “pobres em espírito” são aqueles que aceitam renunciar, livremente, aos bens, ao próprio orgulho e auto-suficiência, para se colocarem, incondicionalmente, nas mãos de Deus, para servirem os irmãos e partilharem tudo com eles. Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, os que se conformam com as violências orquestradas pelos poderosos; mas são aqueles que recusam a violência, que são tolerantes e pacíficos, embora sejam, muitas vezes, vítimas dos abusos e prepotências dos injustos…
Os “que choram” são aqueles que vivem na aflição, na dor, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; a chegada do “Reino” vai fazer com que a sua triste situação se mude em consolação e alegria “os que têm fome e sede de justiça”.
Provavelmente, a justiça deve entender-se, aqui, em sentido bíblico – isto é, no sentido da fidelidade total aos compromissos assumidos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ceia de Natal - Blog da Dani

Este ano a Ana desenhou 3 desenhos e a D. Palmira aqueceu-me (muito mais do que) as mãos. 
Ana- "Tu és a rainha e vives num castelo" _ é assim o mundo de fantasia de uma criança de 6 anos. 
D. Palmira- "Ai menina, que riso" _ é muito bom fazê-la rir! E as mãos quentes dela? Uma maravilha!
Pessoas- "Foi um prazer conhecê-la menina." "Muito obrigada pela simpatia."
É muito mais do que Natal.
— em ceia dos sem abrigo.