«Bem-aventurados os pobres em
espírito, porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que
promovem a paz, porque serão chamados filhos de
Deus.
Bem-aventurados os que sofrem
perseguição por amor da justiça, porque deles é
o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando,
por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
As bem-aventuranças definem
sempre uma alegria oferecida por Deus.
Jesus proclama “bem-aventurados”
aqueles que estão numa situação de debilidade, de pobreza, porque Deus está a
ponto de instaurar o “Reino” e a situação destes “pobres” vai mudar
radicalmente; além disso, são “bem-aventurados” porque, na sua fragilidade,
debilidade e dependência, estão de espírito aberto e coração disponível para
acolher a proposta de salvação e libertação que Deus lhes oferece em Jesus.
Os “pobres em espírito” são aqueles que
aceitam renunciar, livremente, aos bens, ao próprio orgulho e auto-suficiência,
para se colocarem, incondicionalmente, nas mãos de Deus, para servirem os
irmãos e partilharem tudo com eles. Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, os que
se conformam com as violências orquestradas pelos poderosos; mas são aqueles
que recusam a violência, que são tolerantes e pacíficos, embora sejam, muitas
vezes, vítimas dos abusos e prepotências dos injustos…
Os “que choram” são aqueles que vivem na
aflição, na dor, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo
egoísmo; a chegada do “Reino” vai fazer com que a sua triste situação se mude
em consolação e alegria “os que têm fome e sede de justiça”.
Provavelmente, a justiça deve
entender-se, aqui, em sentido bíblico – isto é, no sentido da fidelidade total
aos compromissos assumidos.
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