Com saídas já realizadas em Janeiro e Fevereiro continuamos a nossa missão...
No princípio do ano e, mais concretamente, em Fevereiro, encontrámos as ruas quase que semi-desertas por causa do frio e da deslocação de muitos para locais de abrigo de recurso: a Casa da Rua e instalações da Câmara Municipal. Perante o sucesso da operação ainda acalentámos uma ténue esperança de que pudesse servir de catapulta para se avançar definitivamente para a criação de locais permanentes de abrigo mais ou menos abertos sob a supervisão dos responsáveis da Segurança Social ou de outros organismos que têm a responsabilidade de velar pela segurança e qualidade de vida das populações, mas, erro meu, tudo voltou já ao princípio sem se vislumbrar uma nesga que permita adivinhar que se decida ir por aí...
Às vezes as soluções são tão fáceis e estão tão ao alcance das nossas possibilidades que até escandaliza que não sejam equacionadas! Será o nosso feitio de querer tudo sempre muito bem feito, à medida de cada um e, também, dos organismos de controlo que foram criados para assegurar o normal funcionamento da sociedade que entrava o avanço? Esses organismos, é fácil ver, acho que não têm lugar aqui tratando-se de situações à margem da própria sociedade cuja gravidade e marginalidade se pretende minimizar.
Assim sendo, por que não andar para a frente, contado com o mínimo e a boa vontade de quantos já estão empenhados em acorrer gratuitamente a quem precisa?
O certo é que a rua começa novamente a encher-se passada que foi a arremetida daqueles dias mais frios do que é costume, e esqueceu-se o principal. Resta a "solidariedade" daqueles que teimam todo o ano em repetir todos os dias os mesmos gestos de aconchego e amizade sem esperar retribuição que não seja a de ver regressar àqueles rostos um vislumbre de alegria quase sempre fugaz, e o reconhecimento da sua identidade humana.
Desabafos...
Com o saco que entregamos fica sempre algo de nós. É mais do que isso o que lhes damos. Coragem, Fé, Esperança, um rasto de Amor...
Chegados aqui, vendo crescer o desejo de apoiar e aumentar o número dos que a isso se dispõem, impõe-se que se partilhe a tarefa de organizar, dando azo a que mais e melhores ideias venham enriquecer o espírito de ajuda aproveitando a garra e a juventude dos voluntários que têm vindo a aderir a este projecto.
Os escuteiros de Aldoar abraçaram esta ideia e dois deles dispuseram-se a dar nova cara ao grupo "Franjas Sociais" ao menos durante este ano. Serão eles que responderão e representarão o grupo daqui em diante. É uma passagem de testemunho que abrange também de certo modo a juventude da Paróquia de Carregosa que fica à espera da sua vez. Dividindo tarefas e responsabilidades uniremos mais os nossos esforços com vista ao objectivo de acorrer às necessidades do próximo segundo as possibilidades de cada um sem que fiquemos à espera que outros façam o que a cada um de nós compete: sermos os samaritanos do próximo quando damos conta da sua situação e existência.
Aldoar e Carregosa estão unidas numa tarefa que ultrapassa a mera ajuda aos necessitados.
À rua levamos ajuda, da rua para nossas casas e paróquias queremos trazer nova dinâmica e vivência em Igreja.
A saída deste mês está já a ser preparada pelos novos responsáveis com novidades de figurino e de pensamento, bem como o programa deste ano.
Aguardamos com expectativa o resultado da resposta que daremos ao novo desafio e os frutos que daí advirão para todos.
Parabéns à Susana e ao Hugo, a quem daremos toda a força e apoio de que necessitem.
Parabéns à juventude de Carregosa que persevera neste projecto sem se queixar dos 50 Km que nos separam, com quem esperamos desenvolver um intercâmbio que enriqueça quem de cá e de lá nele está envolvido.
Assim Deus nos ajude!
C. F.
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