Seguindo a tradição iniciada na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição há já alguns anos, foi servido no passado dia 29 de Dezembro o Jantar de Natal aos Sem-abrigo. A iniciativa destinava-se a contemplar não só os habituais utentes da Porta Solidária, a quem é servida diariamente uma refeição na Paróquia, mas também aos demais Sem-abrigo que o desejassem.
A data foi previamente anunciada nas ruas e foram também feitos os contactos com alguns grupos de voluntários para assegurarem a preparação e o apoio na refeição.
Numa congregação de vontades, em verdadeiro espírito de Caridade Cristã, cedo começaram a surgir de um e outro lado as contribuições voluntárias dos géneros necessários, todos dispensando qualquer tipo de publicidade. Assim, desde os frangos, passando pela fruta, Vinho do Porto e terminando nos chocolates e no Bolo-Rei, tudo foi aparecendo anonimamente, sem alarde nem qualquer forma de cobrança.
E, na tarde deste dia, foi uma agradável surpresa ver aparecer, dispostos a executar qualquer tarefa, cerca de cem (100!...) voluntários aos quais foi destinada uma das diversas ocupações – cozinha, copa, mesas, acolhimento, animação – necessárias ao bom êxito da festa. Sim, porque de verdadeira festa se trata, e tratou mais uma vez este ano, em que até se ultrapassou o êxito já alcançado em anos anteriores.
De facto, à fartura e diversidade do serviço, juntou-se a alegria geral partilhada com os mais de trezentos comensais e a animação do grupo de cavaquinhos da Paróquia. Cantou-se, dançou-se, e o riso rasgado em muitas bocas deixava para trás as agruras do dia-a-dia de todos…
Sempre presente onde mais falta faz, numa comprida mesa corrida, o Sr. D. Manuel Clemente tomou mais uma vez lugar no meio deles, acompanhando-os na refeição, alimentando-lhes a alegria, e relembrando-lhes que também eles são parte integrante da Igreja de Cristo.
Em coro afinado, os voluntários desejaram a todos as Boas Festas de um Natal Santo e de um Ano Bom como precisamos.
De estômagos compostos e sacos cheios de prendas, os contemplados levaram também a alma cheia de gratidão e daquela alegria que, é pena, mas parece que só o Natal sabe dar, ainda que ali a Porta Solidária durante todo o ano aberta, o pretenda fazer aos que a procuram todos os dias.
Na troca de abraços final ficou a sensação de mais um dever cumprido e a determinação de ali voltar no próximo Natal, esperando que a alegria que a pouco e pouco vai sendo semeada, germine e cresça e cada vez mais se expanda numa séria contribuição para a construção de um mundo melhor.
Sem comentários:
Enviar um comentário