sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EMJ Madrid

Mensagem do Pe. Luís Mateus aos Jovens

Caro Jovem:

Este é um espaço novo! Um desafio novo!

Estão aí as Jornadas Mundiais da Juventude. De 16 a 21 de Agosto, centenas de milhares de jovens em Madrid, e milhões em todo o mundo, terão oportunidade para enraizar e edificar a sua Fé em Cristo. Todos sentimos, de maneira muito pessoal e intensa, o convite feito pelo Papa Bento XVI, na Mensagem para estas Jornadas Mundiais da Juventude: «Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! (…) A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.»

Prepara bem a tua participação e auda outros a fazer uma bela experiência de encontro, partilha, alegria e festa.

Proponho-te um desafio: a Diocese do Porto, no Gabinete de Comunicação, está a desenvolver uma ferramenta online que vai proporcionar maior interactividade com os participantes nas Jornadas Mundiais. Recorrendo ao Facebook ou directamente na nossa página, desafiamos cada participante nas JMJ a deixar o seu testemunho ao longo das Jornadas. Para tal, bastará aceder a este link - http://www.diocese-porto.pt/jmj2011. Assim que os testemunhos são publicados, poderão ser consultados em: http://diocese-porto.pt/jmj2011/testemunhos.php.

Que a Paz e Alegria de Jesus Cristo te animem a dar aquilo que és!

Sê feliz e faz os outros felizes!

Abreijos

Pe. Luís Mateus


Nós e a rua

Embora não tenham vindo a aparecer neste blog relatos das últimas saídas elas têm-se realizado regularmente como previsto.
Cada uma tem a sua história, mudam as situações e os personagens e até os lugares nos parecem um pouco diferentes. São as histórias e as vivências que modificam os lugares.
Júlio Dinis é a rua onde quase começamos habitualmente a noite, intervenientes de há muito habituais, mas nas suas costas alojam-se pessoas com histórias de vidas que nos chocam pela queda abrupta que afectou algumas daquelas pessoas.
- Vladimirr, mecânico. Cá mecânico, em Sibêria também. "Inginheiro"!...
Estas palavras ressoam frequentemente nos meus ouvidos quando lembro o nosso encontro.
Esta e outras situações têm-nos levado a contactar entidades competentes para averiguar das hipóteses de encontrar soluções para estes casos. O do Vladimir estará já entregue. O dos companheiros também. Mas há sempre quem reste sem solução, como é o caso da velhinha Isaura (velhinha em idade e em história na rua)  para quem, no dizer da técnica da SS, não há solução no âmbito do partenariado!
O partenariado é uma associação de vontades que engloba as entidades que prestam voluntariado na rua e que assumem entre si a obrigação de encaminhar e dar andamento aos casos detectados em função de um calendário pré-estabelecido.
Desde a sua criação já se obtiveram alguns sucessos no âmbito de tratamentos de desintoxicação, no encaminhamento de estrangeiros para repatriação e no alojamento de outros. Contudo, certas situações continuam a ficar de fora do leque de soluções possíveis. Que fazer quanto a estas?
Aqui chegados, meditando no que poderemos fazer, uma ideia me acode e não me larga que me diz que restará a CARIDADE. Sim, a Caridade que, tal como o Perdão, terá lugar setenta vezes sete! Assim, se de uma tentativa se não obtêm resultados continuaremos a tentar pelos nossos meios as vezes que forem necessárias até os alcançarmos!
A Isaura volta a estar na rua. Deixou já em Fevereiro o seu quarto na pensão. O apelo da rua é às vezes mais forte do que a segurança de um quarto. A ânsia de liberdade, da sua liberdade de ser e estar, leva estas pessoas a rejeitar a segurança e o aconchego que se lhes oferece. Pouco têm a perder pois já perderam tudo ou quase tudo. Mas a idade não perdoa e a Isaura tem 76 anos. Enquanto o tempo não for padrasto aguentará facilmente a dormir desagasalhada, mal estendida, nem deitada nem sentada, ao longo dos degraus duma escada. Mas quando o Inverno apontar as primeiras chuvas e fizer baixar o mercúrio nos termómetros, será que vai resistir?
Mas também encontramos quem, na sua miséria, tenha uma mensagem para nos dar. A Palavra que levávamos em Julho era a da Paz de Deus. Na Rua Sá da Bandeira, onde passámos perante a insistência de um amigo voluntário de Oliveira de Azeméis, encontrámos um velhinho que se arrumara ao longo do passeio, muito encostado à parede. Tendo-lhe perguntado porque é que não procurava ao menos um patamar respondeu que assim é que se sentia e estava bem. Agradeceu-nos muito a solicitude e rematou por duas vezes:
- Vão! Vão na Paz do senhor!...
Era a nossa frase do dia. Era a Paz que queríamos levar a retornar para nós.
Neste período soubemos que o João iniciou e interrompeu o tratamento. À alegria de o saber internado sucedeu a frustração de o ver novamente na rua ostentando as mesmas mazelas, algumas chagas, o velho vício...
Soubemos ainda que uma outra, mãe de uma moça altamente drogada, também iniciou o tratamento. 
Encaminhámos um casal para a Norte Vida e aguardamos notícias. 
Às vezes a ajuda é necessária mais próximo de nós do que pensamos: que o digam os jovens escuteiros que já tiveram de socorrer outros jovens... Ninguém está a salvo de se colocar incautamente em situações de perigo. É preciso sabê-lo e evitá-lo.
Em Setembro continuaremos.
Até lá vamos amealhar experiências  e procurar soluções. E mantermo-nos alerta, (sempre!) e disponíveis para dar a nossa mão a quem dela necessitar.

C. F.