terça-feira, 31 de maio de 2011

Visitação de Nossa Senhora

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São Lucas, 1, 39-56

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado  que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre»
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Maria fonte de alegria

A Palavra de Deus proclamada nesta festa conduz-nos à alegria, porque Deus é o Emanuel, está no meio de nós, expressando de forma única o Seu amor, que é retratado com imagens muito belas: «Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o Seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».
Maria traz no seu seio Jesus Cristo. Ela é portadora da fonte da alegria e cada cristão é convidado também a sê-lo. Todavia, este convite não é motivo para ficarmos cheios de vaidade e orgulho, mas para nos envolvermos de sentimentos de humildade, pretendendo reconhecer o que o Senhor fez de maravilhoso e sublime na nossa vida e procurando dar graças por tudo isso.

Maria e a Eucaristia

Tal como Maria, devemos agradecer dizendo: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador».
Com o mesmo espírito de Maria, a Igreja une-se plenamente a Cristo e ao seu sacrifício. De facto, também a Eucaristia é primariamente louvor e acção de graças. Ao exclamar «a minha alma glorifica o Senhor», porque traz no seu ventre Jesus, Maria louva o Pai «por» Jesus, mas louva-O também «em» Jesus e «com» Jesus. É nisto que consiste precisamente a verdadeira «atitude eucarística».
Cada vez que o Filho de Deus Se torna presente entre nós na «pobreza» dos sinais sacramentais, pão e vinho, é lançado no mundo o germe daquela história nova que verá os poderosos «derrubados dos seus tronos» e «exaltados os humildes». Recebemos o dom da Eucaristia para que a nossa vida, à semelhança da de Maria, seja toda ela um magnificat!

O serviço de Maria a Isabel

Maria anuncia uma alegria, mas serve discretamente a quem anuncia. As últimas palavras do Evangelho referem um detalhe muito importante deste acontecimento: o serviço de Maria a Isabel. Ao nos fixarmos em Maria nesta «plano» de anúncio, recordemos que a alegria de termos fé, de conhecermos Jesus, se manifeste por «visitações» a outras pessoas, a quem, mais do que belas palavras, podemos servir.
Fonte: Celebração Litúrgica Foto: Giotto, «A Visitação», Basílica de S. Francisco de Assis (fonte: World Galery of Art)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Igreja na Índia deve perseverar no exercício da caridade de Cristo

“Fiéis ao novo mandamento de nos amarmos uns aos outros como o Senhor nos amou, os cristãos de todos os tempos e lugares esforçaram-se por servir os seres humanos seus companheiros, amando-os de todo o coração” – recordou Bento XVI, recebendo nesta segunda-feira, no Vaticano, em audiência conjunta, mais um grupo de bispos da União Indiana, em Roma para a sua visita "ad limina Apostolorum".
O Santo Padre registou com agrado os “impressionantes sinais de caridade da Igreja", em muitos campos da actividade social, um serviço exercido na Índia sobretudo pelos padres e religiosos e religiosas. Testemunhando a caridade cristã, a Igreja católica indiana prepara jovens de todas as convicções religiosas, promovendo uma sociedade mais justa e pacífica, assistindo o mais pobres e débeis, os idosos e desfavorecidos, os doentes e abandonados.
“Encorajo-vos a perseverar neste testemunho concreto, em fidelidade ao mandamento do Senhor, a bem dos últimos dos nossos irmãos e irmãs. Possam os cristãos da Índia continuar a assistir todos os que se encontram em necessidade, nas comunidades ao vosso redor, independentemente da raça, etnia, religiosa ou classe social, na certeza de que todos foram criados à imagem de Deus e a todos se deve igual respeito”.
Bento XVI à assembleia plenária do Conselho para a nova evangelização
O ser cristão não é uma roupagem para ocasiões especiais, mas algo de vivo e totalizante

Foi em Junho do ano passado, por ocasião da solenidade de São Pedro e São Paulo, que Bento XVI anunciou a sua intenção de instituir um novo Dicastério da Cúria Romana para a promoção da nova evangelização, concretizando assim “algo que desde há muito vinha reflectindo”, tendo em conta a “necessidade de oferecer uma resposta particular no momento de crise da vida cristã que se verifica em muitos países, sobretudo nos de antiga tradição cristã”. – Recordou-o o próprio Papa, ao receber, nesta segunda-feira, os participantes na primeira assembleia plenária do novo “Conselho Pontifício para a promoção da nova evangelização”, reunida nestes dias em Roma, sobretudo em vista da XIII assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que em Outubro de 2012 enfrentará o tema “Nova evangelização e transmissão da fé cristã”.
“O termo nova evangelização evoca a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem num contexto – como o de hoje – em que os desenvolvimentos da secularização vêm deixando graves marcas mesmo em países de tradição cristã”.
O Concílio Vaticano II recordava que “os grupos no meio dos quais a Igreja se encontra, muitas vezes – e por diferentes razões – transformam-se radicalmente, de tal modo que podem surgir situações mesmo novas”. Uma observação bem pertinente, em que os Padres Conciliares revelaram grande capacidade de análise e visão…
“A crise que se experimenta traz consigo as marcas da exclusão de Deus da vida das pessoas, de uma indiferença generalizada em relação à própria fé cristã, incluindo a tentativa de a marginalizar da vida pública”. “Nos séculos passados, ainda era possível encontrar um sentido cristão geral que unificava o sentir de inteiras gerações, crescida à sombra da fé que tinha plasmado a cultura” – observou Bento XVI, que evocou o “drama da fragmentariedade que já não permite ter uma referência unificante”. “Anunciar Jesus Cristo único Salvador do mundo aparece hoje em dia como algo mais complexo do que no passado; mas a nossa tarefa permanece idêntica, como no dealbar da nossa história. Não se alterou a missão, assim como não se devem alterar o entusiasmo e coragem dos Apóstolos e dos primeiros discípulos”. 
“Há uma continuidade dinâmica entre o anúncio dos primeiros discípulos e o nosso. Ao longo dos séculos a Igreja nunca deixou de proclamar o mistério salvífico da morte e ressurreição de Jesus Cristo, mas esse mesmo anúncio tem necessidade hoje de um renovado vigor para convencer o homem contemporâneo, muitas vezes distraído e insensível”.
Para o Papa, mesmo em quem permanece ligado às raízes cristãs, “é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de roupagem a usar na vida privada ou em ocasiões especiais, mas sim algo de vivo e totalizante, capaz de assumir tudo o que bom existe na modernidade”. Nunca se esqueça que é fundamental que o estilo de vida dos cristãos tenha “uma genuína credibilidade, como sublinhava o Papa Paulo VI, a propósito da evangelização: “Será antes de mais mediante o seu comportamento, a sua vida, que a Igreja evangelizará o mundo, isto, é, mediante o seu testemunho vivo de fidelidade ao Senhor Jesus, de pobreza e de desprendimento, de liberdade perante os poderes deste mundo, numa palavra, de santidade”.
Jovens católicos chineses pedem ajuda para ir às Jornadas Mundiais de Madrid

Quinze jovens católicos chineses, recentemente baptizados, precisam de angariar cerca de 10 mil euros para poderem participar nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) de Madrid, entre os dias 16 e 21 de Agosto.
“Esta gente nova vive a sua fé num ambiente muito fechado, e o encontro com outros jovens e com o Papa, que partilham do mesmo espírito, seria para eles uma experiência de comunhão fundamental com a Igreja e a sua universalidade” explica o pároco dos jovens, em declarações prestadas à agência AsiaNews. Neste momento, a religião católica na China está dividida em duas estruturas eclesiais, uma ligada à Santa Sé e outra na dependência da hierarquia estatal. Esta situação tem levado milhões de católicos leais a Bento XVI a ser obrigados a viver a sua fé na clandestinidade, para escaparem à perseguição religiosa levada a cabo pelo Governo. “Aqui nem temos uma igreja para nos encontrarmos, mas apesar disso temos muitos fiéis e também muitas conversões, todos os anos”, realça o sacerdote, que não revela o seu nome ou localização por motivos de segurança.
O facto destes 15 jovens, apesar de todos os perigos a que estão sujeitos, mostrarem-se dispostos a participar nas JMJ2011, é para o pároco um sinal de “coragem” que dá grandes motivos de “esperança” para a Igreja local. O mesmo responsável sublinha que “neste momento, eles apenas dispõem de dinheiro suficiente para cobrir 60 por cento das despesas de viagem”, pedindo por isso a ajuda e solidariedade de todos quantos possam contribuir para esta causa. Quem se quiser associar a esta iniciativa, deverá entrar no sítio da AsiaNews, e escolher uma das três hipóteses disponíveis para efectuar o donativo: através de cartão de crédito, via correio ou transferência bancária.
Fonte: JCP/Agência Ecclesia
Visita do Santo Padre à Croácia
Vaticano apresenta estatísticas da Igreja na Croácia
O Vaticano apresentou os dados estatísticos sobre a Igreja Católica na Croácia, país que o Papa Bento XVI visita entre os dias 4 e 5 de Junho. Os dados apresentados referem-se ao período que vai até 31 de Dezembro de 2009.
Segundo esses dados, a Croácia, com uma população de cerca de 4,5 milhões de pessoas, tem 81% de católicos - a proporção de católicos por 100 habitantes é de 89,88. O país tem, de acordo com as estatísticas vaticanas, 17 circunscrições eclesiásticas e 1598 paróquias.
No aspecto do apostolado e do clero, segundo dados de 2011, há no país 25 bispos, 1.540 sacerdotes diocesanos, 803 sacerdotes, 11 diáconos permanentes, 175 religiosos não-professos, 3.536 religiosas professas, 44 membros leigos de Institutos Seculares e 1912 catequistas.
Já no campo das vocações, a Croácia conta com 149 seminaristas menores, 438 maiores. A Igreja Católica no país também mantém, entre outras instituições, 22 escolas maternas e primárias e sete universidades ou escolas superiores, além de 30 asilos e mais de 50 orfanatos.


Viagem

A visita do Papa à Croácia é motivada pela Jornada Nacional das Famílias Católicas Croatas, que acontece em Junho. Como já informado anteriormente no programa da viagem divulgado pela Santa Sé, o pontífice deve chegar à Zagreb, capital do país, às 11 horas locais, e já no aeroporto deve presidir a uma primeira cerimónia.
No primeiro dia de viagem, Bento XVI encontrar-se-á com o presidente da República e o presidente do Governo. Estão previstos encontros públicos com os jovens do país, com expoentes da sociedade civil, do mundo político, académico, cultural e empresarial, com o corpo diplomático e com líderes religiosos.
O ponto culminante da visita será a missa por ocasião da Jornada Mundial das Famílias Católicas Croatas, no Hipódromo de Zagreb. Além disso, no segundo dia da viagem, Bento XVI celebrará as vésperas com os bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas na Catedral da Assunção da Beata Virgem Maria e Santo Estevão de Zagreb. Ali, o Santo Padre venerará o túmulo do beato Alojzije Viktor Stepinac, cardeal mártir do regime comunista jugoslavo. Estão previstos, além disso, um almoço com os bispos croatas e a comitiva do Papa na nova sede do Secretariado da Conferência Episcopal da Croácia em Zagreb e uma visita à residência do cardeal arcebispo de Zagreb.
"Aonde chega o Evangelho, floresce a vida".

A Igreja tem por vocação evangelizar, levar esta boa nova, ajudar as pessoas a descobrir ou redescobrir a beleza e a alegria da fé, a vida plena a que conduz. Foi o que fizeram e fazem tantos santos missionários.  Também o beato João Paulo II foi um grande missionário. Sublinhou-o Bento XVI, neste domingo, ao meio-dia, na costumada alocução da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, comentando a primeira leitura da Missa, do Livro dos Actos dos Apóstolos, que refere a pregação do diácono Filipe, numa cidade da Samaria. O texto refere que o anúncio de Cristo ressuscitado era acompanhado de numerosas curas. Este episódio conclui de modo significativo: “E houve grande alegria naquela cidade”:
“Impressiona-me sempre muito esta expressão, que, na sua essencialidade, nos transmite um sentido de esperança; como se dissesse: é possível! É possível que a humanidade conheça a verdadeira alegria, porque onde chega o Evangelho, floresce a vida; como um terreno árido que, irrigado pela chuva, logo reverdece”. “Lendo esta passagem, é-se espontaneamente levado a pensar na força restauradora do Evangelho, que no decurso dos séculos “irrigou” como rio benéfico, tantas populações”.
O Papa recordou que por vezes “grandes santos e santas levaram esperança e paz a cidades inteiras”. O caso, por exemplo, do bispo Carlos Borromeu, em Milão, ou Madre Teresa, em Calcutá. Assim como “tantos missionários, cujo nome só Deus conhece, que deram a vida para levar o anúncio de Cristo e fazer florescer entre os homens a alegria profunda”. “Enquanto que os potentes deste mundo procuravam conquistar novos territórios por interesses políticos e económicos, os mensageiros do Evangelho iam por toda a parte para levar Cristo aos homens e os homens a Cristo”. “Também hoje a vocação da Igreja é a evangelização. Tanto em relação às populações que ainda não foram irrigadas pela água viva do Evangelho; como também em relação àqueles que, embora tendo antigas raízes cristãs, têm necessidade de nova linfa para levar novos frutos e redescobrir a beleza e a alegria da fé”.
A concluir, Bento XVI fez ainda uma alusão ao seu predecessor, o beato João Paulo II, recordando-o como “um grande missionário”: “Ele relançou a missão ad gentes, promovendo ao mesmo tempo a nova evangelização. Confiemos uma e outra à intercessão de Maria Santíssima. Que a Mãe de Cristo acompanhe sempre e por toda a parte o anúncio do Evangelho, para que se multipliquem e alarguem no mundo os espaços em que os homens reencontram a alegria de viver como filhos de Deus”.
Após o Regina Coeli, Bento XVI referiu-se à beatificação, ontem, em Itália de uma religiosa, Irmã Maria Serafina do Sagrado Coração de Jesus. “Originária da zona de Trento, fundou na província de Nápoles o Instituto das Irmãs da Caridade dos Anjos. “Recordando o centenário do seu nascimento para o céu, congratulamo-nos com as suas filhas espirituais e com todos os seus devotos”.Uma outra saudação em italiano reservou-a o Papa ao Instituto de Música Sacra, criado há 100 anos… “Tenho a alegria de saudar os docentes e estudantes do Pontifício Instituto de Música Sacra, de que se está a celebrar o centenário de fundação. Caros amigos, uma vez mais vos asseguro da minha recordação na oração”.
Igrejas europeias debatem relacionamento com Islão

Os bispos e os delegados europeus responsáveis pelo diálogo inter-religioso vão encontrar-se em Turim amanhã e depois em Turim, Itália, para debater o estado actual do relacionamento entre cristãos e muçulmanos na Europa. Em destaque vai estar “a forma como cada pais europeu olha para o Islão”, e sobretudo “a influência que as imagens de violência vindas do outro lado do Mediterrâneo podem ter, na construção de um sentimento de intolerância europeia contra os muçulmanos”.
O secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), considera que se trata de uma reflexão “necessária”, para “a Igreja Católica testemunhar a sua fé numa sociedade multi-cultural e multi-religiosa” e “melhorar o seu serviço à sociedade civil europeia, na defesa de um clima de paz e respeito entre as pessoas”. Será uma reunião de carácter meramente pastoral, para avaliar a multiplicidade de relações estabelecidas entre as comunidades cristãs e muçulmanas, num espaço marcado por histórias e culturas diferentes” adianta ainda o padre Duarte da Cunha.
O programa da iniciativa será “enriquecido” com o testemunho do presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, cardeal Jean Louis ,Tauran que abordará o trabalho que tem sido feito no Fórum Católico-Muçulmano. Destaque ainda para a presença do arcebispo de Tunes, circunscrição eclesiástica da Igreja Católica na Tunísia, que irá falar sobre a relação entre as duas religiões no Médio Oriente e Norte de África.
Banco Alimentar Contra a Fome
Alimentos recolhidos não chegam para as necessidades

As mais de duas mil toneladas de alimentos que foram recolhidas pelo Banco Alimentar durante o fim de semana nos supermercados não compensam o aumento das necessidades, disse hoje a presidente da instituição, Isabel Jonet. O crescimento de 14,9% nos bens obtidos face à campanha de Maio de 2010 “não é suficiente” para as solicitações que chegam ao Banco Alimentar “porque se tem registado um grande acréscimo dos pedidos”.
A campanha realizada em Novembro de 2010 obteve mais de 3 250 toneladas, valor que constituiu um recorde e que é 40% superior ao recolhido este sábado e domingo, mas a responsável salienta que o resultado “é muito positivo, atendendo à época que se vive: estamos num período de crise e muitas famílias passam por dificuldades”. No entender de Isabel Jonet, as campanhas realizadas nos supermercados “são muito importantes” para recolher bens que não têm excedentes de produção “e também para sensibilizar as pessoas para a realidade da pobreza e das carências alimentares”.
Os produtos angariados em mais de 1 500 superfícies comerciais vão começar a ser entregues a partir da próxima semana a quase duas mil instituições de solidariedade. A campanha mobilizou 31 900 pessoas, que receberam, transportaram e arrumaram os alimentos nos armazéns dos 19 Bancos Alimentares, o que constituiu “a maior acção de voluntariado organizada regularmente em Portugal”.
No Ano Europeu do Voluntariado, que se assinala em 2011, esta “adesão entusiástica” mostra que “a acção conjunta de todos os agentes de solidariedade gera resultados muito superiores aos que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de forma isolada”, refere o Banco Alimentar.
A recolha de alimentos continua a decorrer pela internet até domingo, depois da inauguração, esta quinta-feira, de um novo portal que permite ao doador a possibilidade de escolher alimentos e de os pagar electronicamente. Até às 11h15 desta manhã foram oferecidos através deste sítio mais de 15 mil litros de leite, 6 mil de azeite e 5600 de óleo, além 6200 kg de açúcar, 1500 de atum e 4150 de salsichas.
Após seleccionar os géneros e quantidades que pretende oferecer, os interessados pagam através do sítio do seu banco ou numa caixa Multibanco. Até domingo continua igualmente a iniciativa "Ajuda Vale", que consiste na aquisição e entrega de vales com produtos das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglés, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Continente e Pingo Doce. Os doadores podem também contribuir através das 3 900 lojas aderentes à rede Payshop, mediante uma doação em dinheiro que é convertida em leite.
Em 2010 o Banco Alimentar beneficiou 319 mil pessoas, especialmente desempregados, idosos, crianças e famílias desestruturadas, “os grupos mais atingidos pela situação de forte agravamento da situação económica”.
Réplica da Capelinha das Aparições inaugurada no Brasil


Milhares de fiéis brasileiros e portugueses participaram este fim de semana, no Rio de Janeiro, na inauguração da réplica da Capela das Aparições de Nossa Senhora de Fátima.
“Fiquei de vigília ontem à noite e acompanhei Nossa Senhora até ela chegar” contou Julita Mourão, em declarações à Agência Lusa. Esta brasileira de 74 anos, descendente de portugueses, integrou a multidão de fiéis que, apesar da chuva e da lama, não quiseram perder a cerimónia de consagração do altar da nova capela e saudar a imagem da Mãe de Deus.
“A fé é a mesma em todo o lugar, mas aqui é só para matar saudades”, acrescentou a portuguesa Rosa Monteiro Borges, confessando que, sempre que pode ir a Portugal, não perde a oportunidade de visitar Fátima.
Única no mundo a ter as medidas exactas da capela original que foi erguida no santuário mariano português, a réplica brasileira foi construída por iniciativa de Berthaldo Soares, fundador da Associação Arquidiocesana “Tarde com Maria”.
A ideia começou a ganhar forma em 2006, depois de uma peregrinação daquele movimento religioso à Cova da Iria, onde celebrou junto de Nossa Senhora de Fátima 20 anos de existência. Após o aval da Santa Sé, o projecto obteve um impulso decisivo através do município do Rio de Janeiro, que cedeu um terreno de 14 mil metros quadrados, situado numa zona a oeste da cidade, chamada Recreio dos Bandeirantes.
O arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta, que presidiu no sábado à cerimónia de inauguração, foi quem assinou o decreto para a criação do novo espaço de culto, que agora se abre ao mundo. Presentes nas celebrações de consagração estiveram também D. Virgílio Antunes, reitor do Santuário de Fátima em Portugal, e D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
Fonte: Lusa/JCP/Agência Ecclesia Vídeo: Tarde Com Maria
Procisão das velas na baixa do Porto

domingo, 29 de maio de 2011


Igreja apresenta Dia Mundial das Comunicações Sociais~
«Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital»
A Igreja Católica em Portugal vai promover a 2 de Junho a apresentação do 45.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano subordinado ao tema ‘Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital’. A iniciativa está marcada para as 17:00, no auditório da igreja paroquial de S. João de Deus, em Lisboa, incluindo a apresentação da mensagem de Bento XVI para esta celebração.
Nesse documento, o Papa convidou os cristãos a estarem presentes “com criatividade consciente e responsável” na Internet e nas redes sociais, afirmando que estas se tornaram “parte integrante da vida humana”.
Tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”, pode ler-se.
O encontro começa com uma evocação dos 40 anos da instrução pastoral "Communio et Progressio", sobre a Igreja e os media, pelo director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, António Rego.
Após a apresentação multimédia da mensagem do Papa, haverá duas intervenções subordinadas às questões ‘«O Reino digital»: onde estamos?’ e ‘Onde podemos ir?’.
A sessão conclui-se com a intervenção de D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, seguindo-se um momento de diálogo com os jornalistas presentes.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género decidida pelo Concílio Vaticano II (Decreto «Inter Mirifica», 1963) sendo celebrado na maioria dos países no Domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes - este ano, a 5 de Junho.
O Espírito da verdade
 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João, 14,15-21

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 

«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Como habitualmente sugerimos o Portal dos Dehonianos para leitura das restantes Escrituras.

sábado, 28 de maio de 2011

Bento XVI recebeu a congregação mariana de Ratisbona
"O amor à Mãe significa que na Mãe e pela Mãe encontramos o Senhor".
 
O Santo Padre recebeu esta manhã no Vaticano alguns membros da congreagação mariana masculina de Ratisbona. Uma audiência que ofereceu a Bento XVI a oportunidade de deter-se sobre a sua profunda união com Maria. O Pontífice recordou os seus 14 anos de idade quando foi acolhido na congregação durante os anos de obscuridade de Hitler e o seu domínio sobre grande parte da Europa, época em parecia questionar-se o futuro do cristianismo no continente.
Um encontro sob o signo de Maria, caracterizado pelas recordações pessoais de Bento XVI, que se lembrou sobretudo do contexto de acolhimento nesta congregação, em Traunstein. Eram tempos obscuros, tempos de guerra.
O Papa sublinhou que pouco depois de ter dado entrada no seminário começou a guerra contra a Rússia e, por isso, a congregação foi dissolvida, mas apenas no seu aspecto exterior, pois "continuou a ser custodiada no coração", afirmou. "E isto porque foi desde sempre claro que a catolicidade não pode existir sem uma disposição mariana, .. ser católico significa ser mariano; o amor à Mãe significa que na Mãe e pela Mãe encontramos o Senhor".
Prosseguindo o itinerário das suas recordações, o Papa revelou também que depois da guerra, "a mariologia que se ensinava nas universidades alemãs era um pouco áspera e sóbria". Uma situação, acrescentou, que "creio, não mudou muito". De seguida indicou o que é essencial quando nos referimos a Maria: a sua Fé: "Bem-aventurada tu porque creste!", com as palavras de Isabel o Papa sublinhou que Maria "é a grande crente. Concretizou a Fé de Abraão na Fé de Jesus Cristo, indicando-nos assim o caminho da Fé".
"Maria - proseguiu - mostrou-nos a coragem de confiarmos naquele Deus que entrega nas nossas mãos a alegria de sermos suas testemunhas". Bento XVI também referiu a "determinação" da Mãe "ao permanecer firme quando todos fugiam", a sua valentia "ao ficar junto do Senhor quando parecia tudo sem esperança e desta forma testemunha o que levou à Páscoa"
No final, o Papa alegrou-se ao saber que na Baviera há 40 mil pessoas que fazem parte de congregações marianas que "testemunham o Senhor nas horas difíceis e felizes».
Fonte: Rádio Vaticano Foto: Catholic Tradition
Jornadas Mundiais da Juventude 2011
Oportunidade para jovens reforçarem alicerces de vida

O arcebispo de Madrid acredita que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza na capital espanhola em Agosto, será uma oportunidade para os mais novos reforçarem os seus alicerces de vida.
D. António Rouco Varela, presidente do comité organizador das JMJ2011, toma como exemplo jornadas anteriores, onde surgiram “muitas vocações sacerdotais, de vida consagrada e para o matrimónio”.
Apesar de se tratarem de caminhos diferentes, todos podem funcionar como “uma contribuição para a sociedade actual”, que necessita de “energia para resolver a crise e fortalecer o caminho da paz”,
Mais do que no desemprego ou na instabilidade económica, os problemas da sociedade estão sobretudo “no coração de cada um, o único sítio onde podem ser solucionados” avisa o arcebispo de Madrid, comparando a crise actual com uma casa em chamas.
“Neste tipo de situações, é importante chamar os bombeiros mas, mais do que isso, é fundamental actuar para que o fogo não volte a acontecer, e para isso é preciso algo mais do que soluções técnicas”, sustenta.
Por isso, o arcebispo pede aos jovens participantes “que se deixem iluminar por Cristo”, para que depois possam ser motores de esperança junto das comunidades onde estão inseridos.
“O Papa na sua última encíclica ‘Caridade na Verdade’ não deixa de abordar nenhum dos problemas da sociedade actual, mas sempre com um ponto de referência comum: a entrega, a solidariedade, a caridade” conclui D. António Rouco Varela.
As Jornadas Mundiais da Juventude, lançadas em 1985 por iniciativa de João Paulo II, assumem-se actualmente como o maior evento juvenil da Igreja Católica. Este ano realizam-se em Madrid, entre os dias 16 e 21 de Agosto, e a organização está a aguardar a participação de pelo menos um milhão de jovens, entre os quais cerca de 10 mil portugueses.
Fonte: JCP/Agência Ecclesia Foto: Música Calada sublinha o prelado.
Igrejas cristãs iniciam Semana Mundial pela Paz na Palestina e Israel




O Conselho Mundial de Igrejas e organizações a ele ligadas participam a partir deste domingo na Semana Mundial pela Paz na Palestina e Israel, que decorre até sábado.
“O sonho de uma nação não pode ser realizado à custa de outra”, refere uma nota enviada à Agência Ecclesia pela Pax Christi, movimento católico que participa na iniciativa, aludindo à presença militar de Israel em territórios reclamados pela Palestina.
"Rockets e mísseis continuam a cair nos dois lados. A miséria é o quotidiano em Gaza e na Cisjordânia. Os civis separados por um Muro erguido pela mão humana não estão a salvo nem em segurança, e vivem as suas vidas sob o medo. Em vez de mais violência, ambos os lados necessitam urgentemente de uma nova via", lê-se no texto proposto para a vigília de oração.
Os promotores da “semana de acção” sublinham que é tempo de “Palestinianos e Israelitas partilharem uma paz justa”, porem "fim à ocupação”, estabelecerem a “igualdade de direitos para todos” e começarem "a curar as almas feridas”.
A iniciativa apela aos cristãos que rezem com as Igrejas “que vivem sob ocupação” e participem “numa vigília de oração pela paz na Palestina e em Israel”, para a qual se sugere uma celebração litúrgica com testemunhos de jovens daqueles estados.
Fonte: RM/Agência Ecclesia Foto: Pax Christi Portugal
Dezenas de nacionalidades na procissão do Senhor Santo Cristo nos Açores

A principal procissão do Senhor Santo Cristo, que decorre na tarde deste domingo em Ponta Delgada, inclui representantes de 86 nacionalidades de imigrantes residentes no arquipélago dos Açores.De acordo com uma nota da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a iniciativa partiu da Direcção Regional das Comunidades, que pretende “valorizar o espaço intercultural que os Açores de hoje representam como região de acolhimento de imigrantes, empenhada na sua completa integração nos costumes e tradições locais”.Na manhã de hoje a imagem foi retirada do Coro Baixo do Convento da Imaculada (onde se situa o Santuário do Senhor Santo Cristo) pelas irmãs que zelam pelo espaço, para ser ornamentada.Em cada ano é motivo de curiosidade a capa com que a imagem aparece para ser venerada, sendo a deste ano executada em veludo de algodão encarnado, onde se desenham insígnias da Paixão (sofrimento e morte) de Jesus, e foi oferecida ao Santuário em 1984 por um casal em cumprimento de uma promessa pela recuperação da grave doença do seu filho.Pouco depois das 16h00, a imagem do Senhor Santo Cristo foi entregue ao provedor da Irmandade, saindo do Convento da Esperança para o santuário, onde foi venerada por representações de todas as entidades, organizações e associações da região.Às 00h45, a imagem é mudada para a igreja de Nossa Senhora da Conceição, próxima do santuário, onde acontecem momentos de oração ao longo de toda a noite.Pela manhã, às 10h15, a imagem regressa ao santuário, permanecendo no adro onde é celebrada a missa da festa, este ano presidida pelo cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, dicastério da Cúria Romana de que faz parte desde o ano 2000, quando era presidido pelo actual Papa, Bento XVI.Nascido na Califórnia, nos Estados Unidos da América, o prelado é descendente de açorianos, sendo os seus bisavós naturais da ilha de S. Jorge, nos Açores.Na tarde de domingo, a cidade de Ponta Delgada acolhe a procissão do Senhor Santo Cristo que, ao longo de mais de cinco horas, percorre as principais artérias da cidade, neste dia repletas de tapetes de flores.As festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres são a maior manifestação de religiosidade popular na ilha de S. Miguel, reunindo milhares de peregrinos açorianos e não só, vindos das diferentes ilhas e de todas as partes do mundo onde estão emigrados, nomeadamente na América do Norte.A imagem do Senhor Santo Cristo foi oferecida pelo Papa Paulo III (exerceu o pontificado entre 1534 e 1549) ao primeiro grupo de religiosas que quis fundar um convento em S. Miguel, tendo-se deslocado a Roma para pedir a respectiva autorização.A primeira procissão em honra do Senhor Santo Cristo aconteceu em 1700, realizando-se todos os anos no quinto domingo depois da Páscoa.
Se deseja assistir em directo às cerimónias, para além da RTP Açores e da RTP multimédia no seu sítio electrónico, poderá aceder ao seguinte endereço Santo Cristo
Fonte: PR/Agência Ecclesia
Foto: Irmandade do Senhor Santo Cristo  dos Milagres
Missão da Santa Sé na ONU promoverá evento e prémio pela juventude

A missão da Santa Sé junto às Nações Unidas irá sediar no âmbito da ONU, na sede da organização em Nova Iorque, e um encontro de alto nível pela juventude. O evento será realizado no dia 3 de Junho.
Segundo a missão da Santa Sé na ONU, o evento está em sintonia com o Ano Internacional da Juventude, comemorado neste 2011. O encontro está sendo realizado em parceria com outras instituições, como a Fundação Path to Peace ("Caminho para a Paz"), a Fundação Fernando Rielo (que entregará um prémio na ocasião), a Idente Associação Internacional de Juventude, e o Instituto Rielo para o Desenvolvimento Integral.
Trata-se, de acordo a Missão Santa Sé, "de uma oportunidade para que a juventude discuta algumas das questões mais urgentes lidadas pelos jovens de hoje, especialmente a necessidade de proteger e promover a vida humana". O prémio que será concedido, concomitantemente, "provê um forum para participantes jovens expressarem as suas próprias convicções, sem contaminação pela política, conveniência, medo ou pressão social ou económica, que uma 'cultura de morte' ameaça, e não apenas as pessoas mais vulneráveis, mas eles próprios também, e, de facto, toda a raça humana e toda a criação".
O prémio consiste numa viagem a Madrid para participar no Dia Mundial da Juventude e será concedido a um ensaio, uma música ou vídeo que expresse as convicções da Doutrina Social da Igreja e da protecção à criação.
Mais informação sobre o prémio e o evento podem ser obtidos pelo e-mail contest2011@identemissionaries.org.
Fonte: Gaudium Press

Institutos religiosos católicos têm «peso significativo» em Portugal

Nova presidente da conferência das congregações traça prioridades e anterior responsável avalia mandatos

A nova presidente da Conferência dos Institutos Religiosos (CIRP) considera que as congregações católicas têm “um peso significativo” no apoio social e na educação em Portugal.
“Todas as pessoas que passam pelas nossas instituições fazem-no por opção, independentemente das suas convicções religiosas”, afirmou à Agência Ecclesia a irmã Lucília Gaspar, eleita a 18 de Maio para um mandato de três anos à frente da CIRP.
A superiora das Servas de Nossa Senhora de Fátima considera que os cerca de sete mil religiosos existentes em Portugal “têm a obrigação de oferecer uma dimensão humana e cristã alimentada pela fé”, vertente que confere “consciência de cidadania e empenhamento na vida da sociedade”.
“Há uma base educativa cristã que vai estando, por exemplo, no crescimento das crianças e no acolhimento aos idosos”, salientou Lucília Gaspar, surpreendida com a escolha que a torna a primeira mulher a presidir à CIRP.
O padre Manuel Barbosa, anterior presidente da instituição, refere que a importância da vida consagrada não está tanto no trabalho realizado mas sobretudo na “fidelidade ao carisma”, termo que designa a finalidade e espiritualidade definidas pelos fundadores das congregações, que a Igreja acredita terem tido motivação divina.
“Se nos reduzirmos às actividades e às suas dificuldades crescentes, perdemos a razão de ser”, frisou o sacerdote, que dirigiu a CIRP desde a sua criação, em Maio de 2005, no seguimento da união entre a Conferência Nacional dos Superiores dos Institutos Religiosos e a Federação Nacional das Superioras Maiores dos Institutos Religiosos.
Para Lucília Gaspar, as prioridades da nova direcção passam por continuar a colaborar no documento ‘Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal’, que o episcopado português está a elaborar desde 2010.
A diminuição de candidatos à vida consagrada é uma das preocupações dos institutos: as “poucas vocações” são justificadas pela “natalidade baixa”, afirmou a responsável, acrescentando que “todas as congregações, em Portugal e na Europa, estão a debater-se com o elevado número de religiosos envelhecidos”.
Ao avaliar os seus dois mandatos, Manuel Barbosa realçou que a CIRP tentou ser “uma entidade dinâmica de coordenação e auxílio mútuo”, num “serviço à comunhão”, nomeadamente através do apoio prestado aos mosteiros de clausura e a "institutos mais pequenos, com menos possibilidades a nível económico e formativo”.
O também vice-presidente da União das Conferências Europeias de Superiores e Superioras Maiores destacou o “trabalho muito precioso” das comissões dedicadas à “Justiça e Paz” e ao apoio às vítimas do tráfico de pessoas, dois dos seis departamentos da CIRP.
O religioso dehoniano mencionou ainda o envolvimento nas comemorações do Centenário da República, com a realização de iniciativas culturais e editoriais, assim como o Congresso dedicado à história e ao papel das congregações religiosas em Portugal, além da publicação do Dicionário das Ordens e Congregações.
Entre as “lacunas” dos seis anos de presidência, o sacerdote assinalou que a Comissão da Pastoral Vocacional não incentivou “quase nenhuma” realização e o site da CIRP continua por construir.
Fonte: RM/Agência Ecclesia Foto: Servas de Nossa Senhora de Fátima

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Relatório denuncia violência na Costa do Marfim

Foi publicado um relatório que denuncia a violência e as violações dos Direitos Humanos cometidos na Costa do Marfim após a segunda volta das eleições presidenciais de 28 de Novembro de 2010. Resultado de seis meses de pesquisa de campo, o documento intitula-se “eles viram o seu bilhete de identidade e mataram-no". Um título impactante para uma realidade que vai além do impacto: centenas de pessoas assassinadas (inclusive por critérios étnicos e políticos), mulheres e adolescentes vítimas de violências sexuais de todos os tipos e centenas de milhares de pessoas obrigadas a migrar para outras partes do país ou mesmo para fora dele.  A organização humanitária recolheu numerosos testemunhos de vítimas de violências, cometidas tanto pelos partidários do ex-presidente Laurent Gbagbo, quanto pelas forças armadas do novo presidente Alassane Dramane Ouattara.
Em entrevista à agência Fides, o director das Pontifícias Obras Missionárias da Costa do Marfim, o sacerdote Alphonse N’Guessan N’Guessan, disse que “a prioridade, como Igreja, é promover a reconciliação das pessoas, e que a violência deixou muito rancor na população”. “Decidimos dedicar todo este ano e também 2012 à reconciliação nacional” – disse. A próxima iniciativa será um encontro de três dias, a ser realizado em Setembro, dedicado às crianças e intitulado “Aprender a Viver Juntos”. O evento será realizado em sete cidades do país com o objectivo de espalhar o espírito de tolerância e de comunhão, e também de amor para com o próximo.
Mons. Alphonse contou que os danos materiais foram pesados, principalmente em alguns bairros da capital Abidjan, onde os confrontos foram intensos. Muitas pessoas perderam os seus empregos, pois muitas actividades económicas foram destruídas. Ressaltou ainda o problema dos refugiados internos e dos que foram para os países vizinhos, como Libéria e Gana, estes últimos que não tem mais casas para onde voltar e são ameaçados de morte.
As perdas de dignidade, de esperança, de vontade de viver, de vidas, porém, são bem mais difíceis de se recuperar. A Amnistia Internacional recolheu depoimentos de mulheres que contam que foram violentadas dentro das próprias casas, por grupos de soldados; outras coagidas por autoridades do governo, outras atacadas nas ruas.
Para o pesquisador da ONG, Gaëtan Mootoo, a situação ainda é muito frágil no país, e as violações dos direitos humanos continuam a ser cometidas, principalmente na capital, contra partidários de Laurent Gbabo, agora preso. (ED)
Índia: cristãos sofrem perseguição de radicais hindus



Os cristãos na Índia continuam a enfrentar situações de perseguição sistemática nas mãos de radicais hindus. É irónico perceber que a maior democracia do mundo também é um dos principais países onde os cristãos são perseguidos. Um dos mais recentes episódios de perseguição à comunidade cristã ocorreu em Baskeria, distrito Sonbhadra, onde extremistas hindus ameaçaram agredir um pastor evangélico se este intentasse realizar cultos na região.
A Associação Evangélica da Índia (EFI) informou que extremistas hindus barraram o caminho ao pastor Vijaya Kumar, à mulher e filha, quando estavam a regressar a casa depois de uma reunião de oração em casa de um cristão.
Ameaçados e interrogados sobre as suas actividades, o pastor e a família ficaram retidos durante aproximadamente três horas, até que chegou um grupo de agentes da polícia que lhes recomendou que deixassem a área imediatamente, pois se algo lhes acontecesse poderiam não conseguir garantir a sua segurança.
Entretanto, e igualmente reportado pelo site Persecution.org, a notícia de que a polícia prendeu um cristão, Shivraj Maravi, no início do mês de Maio, sob a acusação de ter levado a cabo uma alegada conversão forçada em Khirpani, distrito de Dindori.
A isto somam-se, nas últimas semanas, relatos de obstrução em obras de construção ou reabilitação de igrejas um pouco por toda a Índia, assim como episódios de boicote a iniciativas culturais levadas a cabo pela comunidade cristã, como a simples exibição ao ar livre de filmes de temática religiosa.
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS Vídeo: Persecution/ The Voice Of THe Martyrs USA
Bento XVI á Caritas Internacional: “ser porta-voz, na comunidade internacional, de uma sã visão antropológica, alimentada pela doutrina católica e empenhada a defender a dignidade de cada vida humana”

Bento XVI recebeu em audiência no Palácio Apostólico, os membros da Caritas Internacional, e no discurso que lhes dirigiu enalteceu o trabalho desta instituição. O Santo Padre recordou o momento em que a Caritas foi fundada e a evolução da instituição em seis décadas. "Depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial, o Papa Pio XII quis demonstrar a preocupação e solidariedade de toda a Igreja diante das diversas situações de conflito e emergência no mundo. Fez isso com a criação de uma instituição, que a nível mundial, deveria promover a comunicação, coordenação e cooperação entre as incontáveis acções de caridade da Igreja mundial. Logo depois o Papa João Paulo II fortaleceu esses laços criando ligações entre as Caritas de todos os países e destas com a Santa Sé. Para isso instituiu a Caritas Internacional".
Bento XVI destacou ainda as particularidades da Caritas em relação às outras instituições de caridade.
"A Caritas Internacional é diferente das outras agencias sociais porque é um organismo eclesial, que partilha a missão da Igreja. É isso que os Papas sempre quiseram e é isso que esta Assembleia Geral é chamada a reafirmar, com muita força”.No final de seu discurso,Bento XVI comentou o papel da Caritas nos dias de hoje. "A missão da Caritas permite que a instituição desenvolva um papel importante a nível internacional. A experiencia que recolhestes durante estes anos ensinou-vos a serdes porta-vozes, na comunidade internacional, de uma sã visão antropológica, alimentada pela doutrina católica e empenhada a defender a dignidade de cada vida humana”
Antes de dar a sua benção apostólica a todos os presentes, Bento XVI concluiu:
"As Caritas nacionais são chamadas a continuar o seu testemunho fundamental do mistério do amor vivificante e transformador de Deus, manifestado em Jesus Cristo. E o mesmo se diga da Caritas Internacional que no empenho para desempenhar a sua missão, pode contar com a assistência e o apoio da Santa Sé, particularmente através do dicasterio competente, o conselho pontifício Cor Unum.
Na Nigéria, eleição do presidente Goodluck originou chacina de cristãos

























São relatos impressionantes que chegam da Nigéria, e que falam de um país dividido pelo credo religioso. “Os cristãos do norte nunca viram antes este tipo de violência contra a igreja”, denuncia a Voz dos Mártires, uma associação evangélica a trabalhar em África.
“Nós temos um relatório que fala em mais de 31 mil pessoas fugitivas. A Cruz Vermelha confirmou que 276 pessoas ficaram feridas. Centenas de cristãos foram mortos”, acrescenta a mesma fonte.
Esta chacina de cristãos é uma consequência dos protestos violentos que eclodiram em toda a região muçulmana do norte da Nigéria a 18 de Abril, após a vitória eleitoral do Presidente Goodluck Jonathan.
Multidões enfurecidas queimaram casas de non-Hausa/Fulani (não-muçulmanos), assim como carros e igrejas. Estes motins provocaram mais de 800 mortos em apenas três dias, conforme foi então anunciado pela insuspeita organização Human Rights Watch.
Em comunicado, citado pela agência AFP, a organização internacional de defesa dos direitos humanos salientou que as vítimas “foram mortas em três dias de motins em 12 estados do Norte”, dos 36 em que está dividido aquele país africano, após as eleições de 16 de Abril. Segundo a Cruz Vermelha da Nigéria, a violência originou ainda cerca de 74 mil deslocados.
Os confrontos opuseram comunidades de etnias e religiões diferentes da Nigéria, um país dividido entre o norte dominado pelos muçulmanos e o sul, de maioria cristã. E isso esteve na génese dos motins, que eclodiram após a vitória nas eleições presidenciais do actual chefe de Estado, Goodluck Jonathan, um cristão do sul, sobre o seu principal rival, Muhammadu Buhari, um muçulmano do norte.
Além das centenas de mortos, foram ainda queimadas cerca de centena e meia de igrejas no país. O rasto de destruição está espalhado nas principais cidades do país: Gombe, Bauchi, Daura, Katsina, Funtua e Malunfashi.
A destruição foi de tal ordem que os responsáveis da igreja católica do país não sabem como apoiar tantos refugiados nem como iniciar a recuperação de tantos templos.
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS Foto: Mission News
Papa vai receber álbum sobre visita a Portugal

Um grupo de jovens portugueses vai no mês de Junho até Roma para entregar a Bento XVI um álbum de recordações sobre a visita do Papa a Portugal, em 2010.
De acordo com Pedro Rocha e Melo, um dos organizadores desta iniciativa, “trata-se de um pequeno resumo histórico, com fotografias e testemunhos, que começou a ser reunido em Outubro e que conta já com 200 testemunhos editados”.
“Contêm sobretudo a partilha de quão importante foi esta visita para o nosso país, a forma como o Papa a todos surpreendeu e tocou, as mudanças de vida que incentivou, dando-nos uma nova esperança” revelou o jovem.
Este projecto reúne a mesma equipa que, há um ano atrás, levou cerca de 11 mil jovens a participarem nas celebrações do Papa no nosso país, através da iniciativa “Eu acredito”.
Dele fazem parte o Movimento de Schoenstatt, as Equipas Jovens de Nossa Senhora e o Centro Universitário Padre António Vieira, ligado à Companhia de Jesus.
Pedro Rocha e Melo destaca a forma “bonita” como os testemunhos e imagens agora partilhados no álbum “continuam a reflectir uma Igreja jovem portuguesa unida, e que se identifica com Bento XVI”.
“Falando da minha geração, dos jovens com 20 e poucos anos, temos ainda muitas memórias de João Paulo II, com todo o seu carisma, e Bento XVI, que todos diziam ser mais formal, mais sério, conseguiu tocar toda a gente com a sua simplicidade e inteligência, na transmissão da mensagem de Jesus” destacou ainda.
Os jovens estão agora convidados a partilharem, até 31 de Maio, os seus testemunhos e fotografias através do sítio Eu Acredito
Desafiado a revelar a imagem que mais o marcou, naquele encontro com o Papa, Pedro Rocha e Melo recorda o dia 11 de Maio, quando saiu do Marquês de Pombal para participar na celebração eucarística do Terreiro do Paço, em Lisboa: “Ver a mancha azul que enchia praticamente toda a Avenida da República e a cara das pessoas, comprometidas e unidas numa só missão, numa só pessoa, em Cristo, ficou-me no coração” destacou. Esta imagem é apenas uma das muitas que Bento XVI poderá passar a guardar consigo, já a partir de 22 de Junho. A comitiva portuguesa vai entregar o álbum de recordações durante a audiência de quarta-feira, que o Papa concede habitualmente a todos os fiéis que vão em peregrinação ao Vaticano.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

D. Fouad Twal, Patriarca Latino de Jerusalém
«Primavera árabe», sinal de maturidade dos jovens


Os protestos no Médio Oriente e no norte de África não dão sinal de arrefecimento: em particular, os jovens são os protagonistas da chamada "primavera árabe". A este propósito, eis o que disse o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Dom Fouad Twal:- "Esses movimentos são para mim um sinal positivo, uma demonstração de maturidade por parte dos jovens. São protestos que não têm uma bandeira política: jamais utilizaram slogan anti-sionistas ou anti-imperialistas. Os jovens que tomaram as praças apenas querem uma mudança clara e nítida: trabalhar um pouco mais, com mais dignidade e mais respeito. Sem dúvida, trata-se de um fenómeno que deve ser apoiado por todos. Devamos todos ter consciência de que nenhum Estado, nem os Estados árabes, nem Israel, estão imunes a essas mudanças. Todos devem preparar-se, talvez fazendo algum gesto concreto antes de se encontrar em dificuldade. Todo o país, todo o dirigente político, deve entender que todos estamos expostos a esse tipo de protestos e que, portanto, é justo e aconselhável tomar providências concretas a favor da juventude."
RV: O senhor declarou também que os cristãos do Oriente Médio não deveriam ficar à margem desses movimentos. Por qual motivo?
Dom Fouad Twal:- "Porque somos parte integrante do nosso povo: os seus sofrimentos são os nossos sofrimentos e as aspirações dos jovens são as nossas aspirações. Além disso, a Igreja na história apoiou sempre os movimentos que pedem mais paz, mais dignidade, democracia, liberdade de consciência e de culto. Sempre foi o nosso programa. Aliás, é arriscado para nós ficar de fora e deixar que essas mudanças se realizem sem a influência da Igreja e dos princípios cristãos, que são os princípios humanos de democracia e liberdade."
RV: O senhor não se cansa de pedir aos cristãos do mundo ocidental mais interesse e participação em relação às vicissitudes dos cristãos do Médio Oriente...
Dom Fouad Twal:- "Gostaria que a comunidade internacional, bem como os cristãos dos países ocidentais, se sentissem connosco mais responsáveis por essas belas, pequenas comunidades cristãs que se encontram aqui no Médio Oriente. Gostaria que todos se recordassem que esta é a Igreja mãe, a sua Terra Santa, que aqui estão as suas raízes. Gostaria que cada cristão se sentisse responsável connosco pelo desenvolvimento, pela liberdade e pela dignidade desta pequena comunidade cristã." (RL)